Blasco exonera. Mendonça de Carvalho afastado da Secretaria-Geral da Administração Interna

por RTP
Segundo a imprensa, a saída de Mendonça de Carvalho será já consequência da auditoria ordenada por Margarida Blasco após o assalto de agosto à Secretaria-Geral António Cotrim - Lusa

A ministra da Administração Interna exonerou esta sexta-feira o secretário-geral da Secretaria-Geral da Administração Interna, Mendonça de Carvalho. Margarida Blasco invoca a "necessidade de imprimir uma nova orientação à gestão dos serviços" e "promover maior celeridade e prontidão da resposta".

O despacho de exoneração foi agora publicado em Diário da República. Marcelo Mendonça de Carvalho deveria concluir a comissão de serviço de cinco anos em outubro.

Contactado pela RTP, o Ministério nao comenta e remete para o despacho publicado em Diário da Republica.

A RTP apurou junto de fonte do processo que a relação de confiança da ministra no secretário-geral agora de saida deteriorou-se e que esta demissão está relacionada com o furto na secretaria-geral e com a auditoria do Tribunal de Contas.

No decurso da presente comissão de serviço, verificou-se "a necessidade de imprimir uma nova orientação à gestão dos serviços, no sentido de promover maior celeridade e prontidão da resposta, alinhada com os objetivos de promoção de uma relação institucional adequada às responsabilidades deste Governo e do Ministério da Administração Interna, que passará pela redefinição do papel e enquadramento jurídico-institucional da Secretaria-Geral da Administração Interna, com vista à sua reestruturação, a ocorrer durante 2025", sustenta a titular da pasta da Administração Interna no despacho.A governante nomeou, em regime de substituição, Ricardo Carrilho, que inicia funções no sábado. Desempenhava a funçõão de secretário-geral adjunto do Ministério da Administração Interna desde 2014.


Margarida Blasco refere que Ricardo Carrilho "evidencia o perfil adequado e demonstrativo da aptidão necessária para o desempenho do cargo em que é investido e para se alcançar os objetivos pretendidos para a mesma Secretaria-Geral da Administração Interna".

"Com uma extensa carreira e profundo conhecimento das matérias com relevância para a Administração Interna, ao longo da última década foi responsável pelas Relações Internacionais e Gestão de Fundos Comunitários no Ministério da Administração Interna", acrescenta a nota da Administração Interna.

A Secretaria-Geral do Administração Interna foi assaltada no final de agosto do ano passado. Foram levados dez computadores portáteis, no valor de 600 euros cada, entre os quais os equipamentos de Mendonça de Carvalho. Blasco determinou então à Inspeção-Geral da Administração Interna a instauração de uma auditoria - as conclusões não são ainda públicas.De acordo com a edição desta sexta-feira do Diário de Notícias, a saída de Mendonça de Carvalho será já uma consequência da auditoria e o desempenho do responsável é objeto de um processo disciplinar aberto pela IGAI. Contudo, questionada pela agência Lusa sobre se a exoneração resulta da auditoria, fonte do Ministério negou.


A 13 de janeiro, uma auditoria do Tribunal de Contas indicava que a Lei de Programação de Infraestruturas e Equipamentos das Forças e Serviços de Segurança, da esfera da Secretaria-Geral da Administração Interna, apresentava uma reduzida taxa de execução orçamental e financeira, tendo regredido entre 2020 e 2023.

A lei em causa, aprovada pelo Governo em 2017 para o quinquénio até 2021, inclui medidas para infraestruturas, veículos, armamento, Equipamento para Funções Especializadas, Equipamento de Proteção Individual, Equipamento de Apoio à Atividade Operacional e Sistemas de Tecnologia de Informação e Comunicação da PSP e da GNR.

Foi posteriormente aprovado um novo decreto-lei que estabeleceu a programação para o período de 2022 a 2026 e que integra sete medidas no valor global de 607 milhões de euros, num acréscimo de 33,6 por cento face ao período de 2017 a 2021.

c/ Lusa
Tópicos
PUB