A poucas horas da esperada declaração de Luís Montenegro, que pretende avançar contra Rui Rio, Isabel Meirelles saiu a público para afiançar que a atual direção quer fazer cumprir “à risca” os estatutos do PSD. A vice-presidente dos social-democratas acusa mesmo o ex-líder parlamentar de estar a pôr em marcha um “golpe de Estado”.
O esperado desafio a Rui Rio, continuou a dirigente social-democrata, “será um exercício de oportunismo descarado e de quem quer assegurar a sua própria sobrevivência e da clique que o rodeia”.
“É um grito de desespero para manter o poder, os lugares. Parece-nos horrível, pela sede de poder não vale tudo, não vale destruir o partido e dá-lo de bandeja à maioria de esquerda e prejudicar o próprio país”, acentuou.
Para Isabel Meirelles, a posição de Luís Montenegro mostra que “não se respeita a si próprio”, tendo em conta declarações de fevereiro de 2018, quando o ex-líder parlamentar garantia que não faria oposição a Rui Rio, e de setembro último, mês em que se manifestou contra um congresso extraordinário e uma alteração da liderança antes das eleições legislativas.
“Alguém que quer confrontar António Costa usa a mesma ideia de ilusão e de mentira, que é dizer uma coisa e fazer outra. Isto mostra o caráter de uma pessoa que não tem ética nem para liderar uma Junta de Freguesia, quanto mais o partido”, repudiou.
“Uma falta de respeito”
Questionando as bases para a decisão de Luís Montenegro, Isabel Meirelles aponta o facto de as sondagens terem dado resultados errados no passado, desde logo quando Rui Rio chegou à Câmara do Porto.
Marcelo Sobral, Rui Magalhães - RTP
“Achamos que mostra uma falta de respeito pelo partido, pelo país, pelos companheiros que foram legitimamente eleitos e uma falta de caráter que os homens que querem ser homens de Estado devem ter e que aqui não vemos”, acentuou.
A vice-presidente do PSD remete para os estatutos do partido quando questionada sobre a forma como a direção de Rio conta reagir.
“Nós cumprimos os estatutos e, portanto, tudo aquilo que for feito vai ser feito segundo os estatutos do PSD. Vamos segui-los à risca, é isso em que se baseia um dos princípios do Estado de Direito e dos partidos que funcionam como tal, que é cumprir o princípio da legalidade. Portanto, os estatutos têm de ser respeitados”.
c/ Lusa