Medinagate. A caixa de Pandora que se abriu na Câmara Municipal de Lisboa
O presidente da Câmara de Lisboa tentou pôr fim ao escândalo já conhecido como Medinagate com um rol de medidas para evitar que o envio de dados pessoais de ativistas para embaixadas se volte a repetir. Mas as críticas não se fizeram esperar.
Para corrigir o problema, extinguiu o gabinete de apoio à Presidência e logo acabou com o lugar do funcionário que enviava os polémicos emails e ainda exonerou o encarregado pela proteção de dados na autarquia.
Mas em momento algum Medina explicou se este encarregado sabia do procedimento que estava em prática há quase 10 anos no gabinete e que contrariava um despacho do anterior presidente e atual primeiro-ministro, António Costa.
Certo é que o caso que expôs ativistas anti-Putin à embaixada da Rússia abriu uma caixa de Pandora cuja dimensão o autarca ainda não conseguiu explicar.
Para já sabe apenas dizer que de Maio de 2018 ate este ano, a Câmara violou a proteção de dados dos organizadores de 52 manifestações. Resta saber quantas mais vezes o fez nos restantes seis anos ainda por apurar.
Shahd Wadi, do Comité de Solidariedade com a Palestina, comenta: %u201CAinda bem que outros ativistas estão a levantar o assunto agora. Estamos solidários com eles mas também estamos muito conscientes que em 2019 ninguém falou do assunto como deveriam ter falado%u201D.
Já nessa altura, o Comité de Solidariedade com a Palestina pediu explicações à Câmara Municipal de Lisboa por os seus dados terem sido partilhados com a embaixada de Israel, após um protesto frente ao Coliseu dos Recreios onde nessa noite atuava o brasileiro Milton Nascimento.
Segundo Shahd Wadi, %u201Cesta concentração não foi em frente da embaixada de Israel e foi uma ação de sensibilização para tentar convencer um cantor brasileiro a não cantar em Israel%u201D.