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"Medidas são uma mentira". PS volta a rejeitar propostas fiscais do PSD

por RTP
Miguel A. Lopes - Lusa

Acentua-se a troca de farpas entre socialistas e social-democratas em torno da política de impostos. Depois de o PSD ter concretizado a apresentação de cinco medidas “para uma reforma fiscal de fundo”, João Torres, secretário-geral adjunto do PS, veio, ao início da tarde desta quarta-feira, acusar o partido de Luís Montenegro de “chegar tarde”, mostrar incoerência e avançar com medidas que, na ótica do Rato, “são uma mentira”.

João Torres afirma que a proposta “é incoerente” e “assenta na mentira da apropriação do Estado do excesso de receita fiscal”.

“É excessivamente regressivo e enganador para os mais jovens e não reponde, ao contrário do que sugere, aos desafios de produtividade no país”, frisou.

O secretário-geral adjunto do PS sustenta ainda que a proposta social-democrata vem “prejudicar a carreira contributiva dos trabalhadores” e “potencialmente a sua proteção social”. Além disso, “limita a ação do Estado para responder aos momentos de maior dificuldade e a situações de natureza inesperada ou mesmo excecional”.
João Torres reduz a proposta do PSD a duas palavras: “um logro”.

“Um logro para as portuguesas e portugueses. E o PSD, importa lembrar, chegou tarde a este debate sobre a descida do IRS”.

O secretário-geral adjunto socialista descreveu ainda “cada um dos pecados capitais” da proposta apresentada por Luís Montenegro na Festa do Pontal na passada segunda-feira.

“É um conjunto de propostas profundamente incoerente”, sublinhou, para de seguida elencar as incoerências da proposta.

João Torres recorda que, nas últimas legislativas, “o país optou por um rumo que priorizava, com o PS, a descida do IRS”. Na altura, o “PSD defendia uma descida do IRC e só em 2025 avançava com uma descida de IRS de 400 milhões de euros em cada um desses anos”.

O dirigente socialista acusa ainda o PSD de “chegar tarde à necessidade de continuarmos a baixar o IRS. Coisa que o PS defende e o Governo tem feito desde que assumiu funções”.

João Torres frisa que as medidas apresentadas pelo PSD assentam “numa mentira”. “Que é a mentira da apropriação pelo Estado do excesso de receita fiscal no país”. "Em junho de 2023, em apoios diretos a famílias e empresas, foram aplicados 1.200 milhões de euros", sublinha.

João Torres recorda ainda o aumento intercalar dos salários na Administração Pública e os apoios extraordinários às famílias mais vulneráveis.

O conjunto de propostas que foi apresentado pelo PSD é regressivo em matéria de IRS”, aponta, para de seguida acrescentar “que a alteração de taxas” tende a “beneficiar propiciamente os salários mais elevados”.

Outro “pecado capital” das medidas do PSD é que “é profundamente enganador para os mais jovens”.

Para João Torres, as cinco propostas social-democratas “não respondem aos problemas e desafios da produtividade no nosso país. O que o PSD propõe na prática é desviar rendimento de salários para prémios, para aumentar a produtividade do país”.

“Para o PS, os desafios de produtividade do país não se resolvem com prémios salariais. Antes, podem ser ultrapassados com fatores, perante os quais o Governo tem tido um conjunto ambiciosos e incisivo de propostas, como é caso das qualificações, investimento e da aposta na tecnologia”.

O secretário-geral adjunto do PS remata a afirmar “que as cinco medidas apresentadas pelo PSD enfermam de sete pecados capitais”.
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