Mayan acusa ministro da Educação de atacar a liberdade de aprender e ensinar
O candidato presidencial Tiago Mayan Gonçalves acusou hoje o ministro da Educação de "ataque à liberdade" de aprender e de ensinar e de fazer um nivelamento "por baixo de toda a população".
"Não há nenhum tipo de justificação para combate à pandemia que impeça (...) que ocorram aulas `online`. Isto é importantíssimo e o senhor Presidente da República tem de sair imediatamente do seu silêncio cúmplice e fazer ver que o estado de emergência, que ele próprio decretou, não permite isto", afirmou o candidato apoiado pela Iniciativa Liberal (IL).
Tiago Mayan Gonçalves quis começar o último dia de campanha eleitoral a falar do encerramento das escolas e a lançar duras críticas ao ministro Tiago Brandão Rodrigues e ao adversário nesta corrida eleitoral, o Presidente e recandidato, Marcelo Rebelo de Sousa.
O ministro da Educação anunciou que a interrupção letiva de 15 dias para conter a pandemia de covid-19, decidida na quinta-feira, em Conselho de Ministros, será aplicada também no ensino particular e será compensada no Carnaval, na Páscoa e durante o verão.
Mayan classificou a conferência de imprensa do ministro como "inenarrável" e um "símbolo do que tem sido o desempenho deste Governo nos últimos tempos".
O candidato, que falava aos jornalistas no Porto, apontou a "absoluta demonstração da impreparação e da incapacidade" e o "desprezo pela iniciativa privada e pelos direitos fundamentais dos cidadãos".
"O senhor Presidente da República tem de fazer ver ao senhor ministro da Educação que o estado de emergência decretado não permite o ataque à liberdade de aprender e de ensinar. O que vimos ontem (quinta-feira) do senhor ministro é um ataque direto a estes direito fundamentais dos cidadãos e não pode ser aceite", frisou Tiago Mayan.
O candidato considerou que o objetivo máximo de Tiago Brandão Rodrigues "é esta visão de autoritarismo do Estado e de nivelamento por baixo de toda a população"
"Isto é um ataque à possibilidade de as escolas privadas poderem, por exemplo, exercer `online` a lecionação dos alunos. As próprias escolas públicas, tendo essa capacidade, poderiam fazê-lo", sublinhou.
E, reforçou, o que o "senhor ministro preconiza é o nivelamento por baixo de toda a população, sem nenhum tipo de justificação e sem nenhum tipo de cobertura com o atual estado de emergência".
"Este estado de emergência não permite o ataque que estamos a ver ao direito de ensino e de livremente aprender e de ensinar", afirmou.
Na sua opinião, o "nivelamento por baixo é o caminho para a desgraça e não pode ser uma estratégia" e lembrou que foi "o próprio ministro da Educação que afirmou que isto é simplesmente antecipar umas férias".
"Porque é que as escolas privadas têm que antecipar as férias e não podem fazê-lo no seu momento certo? Cabe a cada um fazer a suas opções", salientou.
Tiago Mayan Gonçalves considerou "incompreensível porque é que tem de ocorrer a suspensão das atividades letivas" e acusou o Governo de não "cumprir a promessa que fez de assegurar os recursos informáticos para, no início deste ano letivo, essa possibilidade poder ser assegurada".
"Hoje, à hora de abertura das escolas, o decreto que regulamentava as novas medidas anunciadas ainda não tinha sido publicado. Portanto, isto é um sinal que este Governo já nem o momento consegue gerir adequadamente", salientou.
Concorrem às eleições presidenciais de domingo sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), o ex-militante do PS Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans e presidente do RIR - Reagir, Incluir, Reciclar, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).