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Mariana Vieira da Silva não apoia nenhum dos candidatos à liderança do PS e admite dificuldade em "virar a página"

por João Alexandre - Antena 1

Tiago Petinga - Lusa

Depois de ter sido apontada como potencial candidata à liderança dos socialistas, Mariana Vieira da Silva anuncia, em entrevista à Antena 1, que não vai apoiar nenhum dos candidatos à sucessão de António Costa.

"Sabendo que na política temos a regra de rei morto, rei posto, mas tendo em conta a intensidade e a surpresa com que este momento chega, a minha decisão é de não apoiar nenhuma das candidaturas", diz, em entrevista à Antena 1, a ministra da Presidência, que admite a forte ligação a António Costa e ao atual Governo: "Não considero que o virar de uma página que durou nove anos da minha vida deva ser feito com esta rapidez".

E sublinha: "Apoiar uma candidatura implica uma vinculação e uma dedicação a um determinado programa que, neste momento, para mim, não faz sentido. E, nesse sentido, tenho uma vinculação muito forte ao programa que ainda estamos a cumprir".O anúncio surge a cerca de três semanas das eleições diretas no PS e num momento em que são três os candidatos à liderança: Daniel Adrião, José Luís Carneiro e Pedro Nuno Santos.


Nesta entrevista à rádio pública, Mariana Vieira da Silva centra atenções nas candidaturas do atual ministro da Administração Interna e do ex-ministro das Infraestruturas e defende que, independentemente do vencedor, há "condições" para que o partido vença as próximas eleições legislativas.

A militante socialista relativiza ainda a troca de argumentos entre as duas maiores candidaturas e elogia o debate interno.

"Eu não sou daquelas pessoas que acredita que os debates são prejudiciais à criação de uma candidatura forte e em torno da qual o partido se possa unir. É natural que haja momentos de debate mais acesos", afirma a ministra, que acredita que, quer José Luís Carneiro quer Pedro Nuno Santos, vão saber "valorizar" o trabalho feito pelo PS desde 2015.

Quanto à possibilidade de ser reeditada uma geringonça - com acordos com BE e PCP - depois de conhecidos os resultados das eleições de 10 de março, Mariana Vieira da Silva defende que, mais importante do que pensar em acordos à esquerda, é o PS apresentar um bom programa eleitoral.

"Quanto mais forte e mais sólido for o programa do PS, mais fácil é definir todas as estratégias de diálogo: aquelas que fazemos tipicamente com o maior partido da oposição e aquelas que fazemos com os partidos à esquerda", sublinha.
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