Mariana Vieira da Silva critica decisão de Montenegro sobre debates: "Completamente inaceitável"
A ex-ministra do Governo de António Costa considera que a decisão do primeiro-ministro de não participar em debates da campanha eleitoral com alguns partidos não faz sentido e acusa Luís Montenegro de querer "reduzir a exposição" na sequência do caso da empresa familiar Spinumviva.
Mariana Vieira da Silva considera "completamente inaceitável" a decisão de Luís Montenegro se fazer substituir por Nuno Melo, líder do CDS-PP, nos debates com o Bloco de Esquerda, o Livre e o PAN.
"Aquilo que se realça não é tanto a posição do primeiro-ministro sobre estes debates, mas sim a posição do primeiro-ministro sobre qualquer tipo de confronto", insiste a socialista, que salienta: "Uma coisa era debater-se existindo um grupo parlamentar do CDS-PP (...) Outra coisa é dizer que o líder do CDS-PP vai fazer um debate em vez do líder do PSD".
Nesse sentido, a socialista garante que há disponibilidade do PS para debater com todos os partidos, e, perante a situação atual, sugere que o número de debates poderia, até, ser alargado. "Nuno Melo pode perfeitamente debater com todos", concluiu. BE diz que ausência significa "medo" de Montenegro e espera que PM reconsidere
"Podia dizer que era a dimensão dos partidos. Ora, claramente não é. Podia dizer que era esquerda-direita, mas também não é esse o critério. Eu só posso concluir que o primeiro-ministro tem medo de debater com a Mariana Mortágua. É a única conclusão à qual eu posso chegar", diz.
Ainda assim, Joana Mortágua, cabeça de lista do BE pelo distrito de Setúbal, acredita que, após as críticas, o chefe do Governo e recandidato a primeiro-ministro possa mudar de posição: "Espero que venha a reconsiderar essa decisão". PSD sublinha "respeito" por CDS-PP e acusa oposição de querer excluir centristas
Na defesa da posição do líder dos sociais-democratas, António Rodrigues, deputado, puxa pela coligação com o CDS-PP e afirma que a opção de Luís Montenegro revela "respeito" para com os centristas e Nuno Melo.
"Não é uma questão de critério, não é uma questão de discussão. É uma questão de respeito pelo nosso parceiro de coligação", considera o social-democrata e candidato pelo círculo eleitoral de Lisboa, que entende que, do lado da oposição, há uma tentativa de excluir o CDS-PP e Nuno Melo dos debates da campanha: "Queriam excluir um dos partidos que tem representação parlamentar, portanto, Luís Montenegro acordou com Nuno Melo que dividiam os debates entre si".
Em declarações na Antena 1, no programa Entre Políticos, o candidato por Lisboa nas listas do PSD refere que não há qualquer tentativa de fuga aos debates ou de diminuição dos adversários
"Não estamos aqui a menosprezar ninguém - e muito menos o Bloco de Esquerda, por quem temos o maior respeito. Foi uma divisão natural que os dois líderes acordaram. Portanto, não é essa a questão, nem tem que haver um critério. Se tivesse um critério, de facto, estaríamos, eventualmente, a desvalorizar alguém", insiste.