Mariana Mortágua em entrevista à RTP. "Só há estabilidade com uma maioria de esquerda"
Foto: Pedro Pina - RTP
A líder do Bloco de Esquerda, considerou a única solução de estabilidade para o país é uma maioria de esquerda e que é necessário "virar a página das políticas de maioria absoluta".
Também apontou duras críticas a outros partidos, considerando que "a direita virou à direita", nomeadamente com as recentes declarações sobre imigração e aborto, ideias "muito próximas do Chega" que representam "retrocessos para o país" e "regressos ao passado".
Referindo-se em concreto a Durão Barroso, acusou o ex-primeiro-ministro de ter participado num "crime de guerra" e de ter "manchado" a bandeira portuguesa aquando da guerra no Iraque, em 2003.
Sobre a saúde, considerou que a solução é apostar no SNS e que as PPP "não são solução", acusando os privados de exigirem "milhões" para tratar doentes.
E ainda que o salário mínimo tenha vindo a aumentar nos últimos anos, esses aumentos foram "comidos" pela inflação, pelo que constituem uma "ilusão" perante o aumento de preços, argumentou Mariana Mortágua.
A líder do BE reconhece que o problema da habitação se agravou ao longo dos últimos anos e prometeu continuar a "longa luta para acabar com vistos gold e benefícios fiscais a residentes não habituais".
Considerou ainda que taxar lucros das grandes empresas se trata apenas de "redistribuir" e constitui "uma política justa para o país".
Questionada sobre a crise no jornalismo , Mariana Mortágua lembrou a situação do grupo Global Media e exigiu "regras mais exigentes sobre transparência e cadeia de propriedade dos grupos de comunicação social", mas também uma reflexão sobre o "financiamento à imprensa" e o "combate à precariedade dos jornalistas".