O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou que Maria Luís Albuquerque é o nome apresentado por Portugal a Bruxelas para o cargo de comissário europeu. A apresentação foi feita a dois dias da data limite estipulada pela Comissão Europeia.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou que Maria Luís Albuquerque é o nome apresentado por Portugal a Bruxelas para o cargo de comissário europeu. A apresentação foi feita a dois dias da data limite estipulada pela Comissão Europeia.
Lusa
A área socialista criticou a escolha de Maria Luís Albuquerque. Os partidos dizem que a antiga ministra das Finanças está associada à austeridade e aos cortes de salários, pensões e serviços públicos durante os anos da Troika.
António José Teixeira esteve no Telejornal para comentar a escolha do Executivo para o cargo de comissária europeia.
Maria Luís Albuquerque foi ministra das Finanças entre 2013 e 2015. A escolha de Passos Coelho para substituir Vítor Gaspar desencadeou a crise política que levou à demissão irrevogável de Paulo Portas.
Considerando o perfil de Maria Luís Albuquerque, quais as pastas para as quais é candidata? Mercado interno, comércio, orçamento ou competitividade são algumas das opções em cima da mesa, como conta a correspondente Andrea Neves.
O prazo para apresentar os candidatos ao Colégio de Comissários da União Europeia termina no final de agosto. À exceção de Ursula von der Leyen, a atual presidente da comissão, e de Kaja Kallas, representante da UE para as Relações Externas, terão todos de ser aprovados pelo Parlamento Europeu.
Carlos Moedas, que já esteve no cargo de comissário europeu, disse estar "muito feliz" pela escolha de Maria Luís Albuquerque porque esta "reúne todas as qualidades". "É uma profissional reconhecida em tudo aquilo que fez", considerou o atual presidente da Câmara de Lisboa.
AFP
Elogios, mas também com críticas, no Parlamento, à escolha de Luís Montenegro para comissária europeia.
A antiga ministra das Finanças foi a escolhida para ocupar o cargo de comissária europeia em nome de Portugal.
Sendo que a escolha portuguesa tem um perfil virado para a economia e finanças, pensa-se que a pasta atribuída seja de cariz económica. No entanto, a escolha de Maria Luís Albuquerque vem ajudar Ursula von der Leyen a tentar um maior equilíbrio entre homens e mulheres.
António Rodrigues diz que a oposição está enganada porque um comissário europeu não é uma extensão de um governo nacional num órgão europeu.
Foto: Tiago Petinga - Lusa
Maria Luís Albuquerque já tinha sido apontada para o cargo de Comissária Europeia há 10 anos. No currículo político, a marca maior é a participação no Governo de Pedro Passos Coelho, primeiro como secretária de Estado e depois como Ministra das Finanças.
O diretor de Informação da RTP analisa o perfil da escolha do Governo para Comissária Europeia.
Pedro Delgado Alves, deputado do PS, considera que o nome de Maria Luís Albuquerque "não é uma boa memória para muitas das pessoas", e recorda que a ex-ministra, "foi a responsável direta por medidas muito gravosas, para um conjunto de setores do país".
A antiga ministra das Finanças é a escolha de Luís Montenegro que a classifica como um dos melhores nomes do país e manifesta a certeza de que irá honrar Portugal.
Fabian Figueiredo, deputado do Bloco de Esquerda, considera que o "governo decidiu enviar, uma das piores representações da governação em Portugal" e recorda que enquanto ministra, Maria Luís Albuquerque foi "uma agente da troika".
Paula Santos diz que já conhecemos Maria Luís Albuquerque. Foi membro do governo das troikas, "um período de má memória para os trabalhadores e povo português".
A comissária europeia portuguesa cessante, Elisa Ferreira, desejou hoje as "maiores felicidades" a Maria Luís Albuquerque no próximo mandato do executivo comunitário, manifestando votos de "bom trabalho" no fortalecimento do projeto europeu e "em prol do interesse nacional".
"Desejo as maiores felicidades à comissária portuguesa indigitada, Maria Luís Albuquerque. Bom trabalho no fortalecimento da construção europeia e em prol do interesse nacional", escreveu Elisa Ferreira na rede social X (antigo Twitter).
Elisa Ferreira é a atual comissária para a Coesão e Reformas, responsável pelos fundos europeus.
O Governo português propôs como candidata a comissária europeia a ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, anunciou hoje o primeiro-ministro.
O nome da ex-governante foi anunciado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, numa declaração na residência oficial em São Bento, sem direito a perguntas.
Na curta declaração, o primeiro-ministro disse que escolheu Maria Luís Albuquerque com o apoio de todo o Governo, num processo que decorreu com "todo o recato", e destacou o perfil da antiga ministra de Estado e das Finanças de Pedro Passos Coelho.
"Pelo seu perfil e pelo conhecimento direto e pessoal que tenho das suas capacidades sei que vai honrar Portugal", afirmou.
Maria Luís Albuquerque, 56 anos, foi ministra de Estado e das Finanças durante o período em que Portugal estava sob assistência financeira da `troika`, sucedendo a Vítor Gaspar em julho de 2013 e mantendo-se até final do executivo liderado por Pedro Passos Coelho.
Mariana Leitão, da Iniciativa Liberal recorda que a escolha do nome para comissário europeu é do Governo, mas considera que Maria Luís Albuquerque aparenta "ter competências técnicas necessárias para o cargo".
Jorge Pinto afirma: "é com tristeza que vemos esta escolha". O porta-voz do Livre acrescenta que o que se conhece de Maria Luís Albuquerque é mau e é associada ao legado de austeridade, em Portugal.
Paulo Núncio, do CDS-PP, afirma que o nome escolhido pelo governo para o cargo de comissário europeu, é "uma excelente escolha"
Inês Sousa Real defende que estes cargos devem representar todas as sensibilidades políticas.
Os sociais-democratas estão reunidos em Castelo de Vide, Portalegre e a candidata a Comissária Europeia prevê-se que esteja presente no sábado à noite. Deverá ser a primeira vez que falará em público sobre esta nomeação.
Fotos de Inês Ameixa
Carlos Moedas escuda-se na pele de atual presidente da Câmara Municipal de Lisboa, mas sobretudo na de ex-comissário europeu em Bruxelas, para não comentar os nomes que têm corrido como hipóteses para aquele que será o futuro português a integrar a Comissão Europeia – entre eles, Maria Luís Albuquerque ou Miguel Poiares Maduro. "Fazer um comentário, fosse para um lado, fosse para outro, poderia prejudicar essas pessoas", afirma em entrevista à Antena 1, ressalvando que "todos os nomes falados na área do PSD são nomes muito fortes".
A presidente da Comissão Europeia pretende, nos primeiros 100 dias do seu novo mandato, apostar em diálogos com os jovens, identificar necessidades de investimento em defesa e apoiar o setor agrícola em linha com as metas climáticas comunitárias.
As metas constam das orientações políticas divulgadas por Ursula von der Leyen, aquando da sua reeleição no cargo em julho passado, e surgem quando a responsável tenta constituir a sua equipa de comissários com vista a uma tomada de posse do novo colégio até final deste ano.
No documento, a líder do executivo comunitário defende desde logo um "plano para a força e a unidade europeias", na qual divulga então um foco nos jovens da União Europeia (UE).
"Solicitarei a todos os comissários que organizem os seus primeiros diálogos anuais sobre a política de juventude nos primeiros 100 dias do mandato. Estes diálogos repetir-se-ão anualmente", anuncia a responsável, vincando querer "garantir que os jovens possam usar a sua voz - a sua própria voz - para ajudar a moldar o futuro" da UE.
Outra prioridade destes que serão os primeiros dias do novo ciclo institucional (que começa em 2024 e se estende até 2029) é a defesa: "Para enquadrar a nova abordagem e identificar as nossas necessidades de investimento, apresentaremos conjuntamente um Livro Branco sobre o futuro da defesa europeia nos primeiros 100 dias do mandato".
Ursula von der Leyen já havia anunciado, aliás, que no novo mandato terá um comissário europeu apenas dedicado à defesa, para reforço da capacidade industrial europeia em termos de capacidades militares e de produção, perante tensões geopolíticas como as relacionadas com a invasão russa da Ucrânia.
Contas da presidente da Comissão Europeia, divulgadas em junho passado, fixam em 500 mil milhões de euros as necessidades de defesa na UE para a próxima década, estando porém por decidir como seria feito tal financiamento, razão pela qual se vai agora realizar este livro branco (documento que contém propostas de ação ao nível comunitário).
Depois de intensos protestos no início deste ano, o setor agrícola também é outro foco de Ursula von der Leyen no arranque do seu novo mandato, como indicado nas orientações políticas.
"Quero continuar a colaborar com os agricultores, os decisores políticos, a sociedade civil, as partes interessadas e os cidadãos para podermos construir um sistema agrícola e alimentar competitivo e resiliente e foi por esta razão que convoquei um Diálogo Estratégico sobre a Agricultura, cujo relatório será apresentado em breve. Com base nestas recomendações, apresentarei uma visão para a agricultura e a alimentação nos primeiros 100 dias, que analisará a forma de garantir a competitividade e a sustentabilidade a longo prazo do nosso setor agrícola, dentro dos limites do nosso planeta", lê-se no documento.
Aquela que é a primeira mulher à frente do executivo comunitário estipula ainda como objetivos para os seus primeiros 100 dias do novo mandato a apresentação de um plano de ação europeu sobre a cibersegurança dos hospitais e prestadores de cuidados de saúde, o anúncio de novas formas de financiamento para as `startup` acederem à supercomputação, a criação de um novo acordo industrial limpo para indústrias competitivas e ainda a divulgação de análises das políticas pré-alargamento em setores específicos como o Estado de direito e o mercado único com vista à expansão do bloco comunitário, ainda de acordo com o documento.
A proposta da presidente da Comissão Europeia para composição do seu novo colégio de comissários deverá ser divulgada em meados de setembro, após nomeações pelos países e entrevistas pela responsável, visando tomada de posse até final do ano.
A poucos dias de terminar o prazo para os Estados-membros da União Europeia (UE) apresentarem os seus candidatos - idealmente dois (um homem e uma mulher) - para o posto de comissário europeu no próximo mandato (2024-2029), cinco países entre os 27 ainda não anunciaram as suas escolhas ou as comunicaram a Bruxelas: Portugal, Bélgica, Bulgária, Itália e Dinamarca.
Ainda assim, de acordo com fontes europeias ouvidas pela Lusa, a intenção da líder do executivo comunitário que foi reconduzida no cargo, Ursula von der Leyen, é a de apresentar a sua equipa em meados de setembro, tendo já começado as entrevistas a alguns dos nomes propostos.
Apesar de o prazo oficial terminar a 30 de agosto, próxima sexta-feira, as propostas de nomes ainda serão aceites por Von der Leyen até ao início de setembro, segundo as mesmas fontes.
Previsto está que, entre setembro e outubro, se realizem audições públicas no Parlamento Europeu aos nomes propostos para novos comissários europeus, cabendo à assembleia europeia dar o aval final em plenário para, mais tarde, a nova Comissão Europeia tomar posse.
Se todos os nomes propostos tivessem `luz verde` imediata do Parlamento Europeu, o novo colégio de comissários poderia tomar posse já a 01 de novembro, mas com uma rejeição esse prazo já passaria para 01 de dezembro, dado o tempo necessário para o país em causa propor um novo nome e esse candidato ser entrevistado por Ursula von der Leyen e ouvido em audição na assembleia europeia.
As fontes europeias ouvidas pela Lusa esperam, por isso, que a tomada de posse aconteça até ao final deste ano.
No que toca à sua equipa executiva, a presidente da Comissão Europeia é responsável pela escolha e pela atribuição das diferentes pastas tendo em conta a dimensão geográfica do país, as competências dos candidatos e as suas preferências, após nomeações feitas pelos países.
O pedido para os países apresentarem nomes foi feito em cartas enviadas no final de julho pela presidente da Comissão Europeia aos chefes de Governo e de Estado da UE, nas quais a responsável defendeu um "colégio de comissários equilibrado em termos de género".
Ursula von der Leyen foi reeleita, em julho passado, presidente da Comissão Europeia por mais cinco anos.
A política alemã de centro-direita é presidente da Comissão desde dezembro de 2019, sendo a primeira mulher no cargo, e foi a candidata cabeça de lista do Partido Popular Europeu nas eleições europeias de junho.
Aquando da reeleição pelo Parlamento Europeu, a responsável indicou, precisamente, que se iria focar agora na constituição da sua equipa de comissários, começando as entrevistas em meados de agosto "para escolher os candidatos mais bem preparados e que partilhem o compromisso europeu".
"Mais uma vez, o meu objetivo será conseguir uma quota-parte igual de homens e mulheres no colégio de comissários", adiantou na altura.
Luís Montenegro convocou uma declaração sem direito a perguntas para esta manhã, na residência oficial. O anúncio, marcado para as 11h30 no Palácio de São Bento, vai revelar o nome do homem ou da mulher que vai integrar o executivo comunitário. Recorde-se que a atual Comissária portuguesa é Elisa Ferreira que tem a pasta da Coesão e Reformas.