A jornalista que esteve no centro da polémica que levou por duas vezes o ministro dos Assuntos Parlamentares Miguel Relvas à comissão de Ética da Assembleia da Republica e que obrigou Passos a abordar o tema do relacionamento do poder com a comunicação social no debate quinzenal, pediu a demissão do Público por quebra de confiança.
Ao Provedor do leitor, Maria José Oliveira explicou lamentar que a direção do “Público” não lhe tenha pedido autorização para revelar publicamente o conteúdo da ameaça que o Ministro Miguel Relvas lhe terá feito bem como afirma lamentar que não tenha “sublinhado que se trata de uma informação falsa que pretendia colar-me a uma agenda ideológica e descredibilizar o meu trabalho”.
Maria José Oliveira lamenta ainda que ao noticiar a alegada ameaça de Miguel Relvas “o jornal tenha transformado em facto a ideia de que eu vivo com uma pessoa da oposição, quase corroborando as queixas do ministro sobre a perseguição que lhe faço”.
Por último, a repórter não percebe «como é que ninguém da direção teve lucidez e inteligência para não pensar nestas consequências que estão agora à vista de todos».
A jornalista, recorde-se, terá sido alvo de ameaças de divulgação pela Internet da sua vida privada por parte do ministro Miguel Relvas, ameaças alegadamente fez em conversa com a editora da secção Política do jornal, Leonete Botelho. O caso está a ser julgado pela ERC.
O ministro Miguel Relvas deslocou-se duas vezes a seu pedido à Comissão de Ética do Parlamento onde prestou declarações sobre o caso. Também o Primeiro-Ministro, em debate quinzenal terá assegurado que as relações com a imprensa são as mais transparentes possíveis e onde teve a oportunidade de reafirmar a sua confiança política no seu ministro.