O presidente da República defendeu este sábado que é necessária uma resposta “urgentíssima” a um problema também “urgentíssimo”. Marcelo Rebelo de Sousa espera que o Governo de Luís Montenegro seja capaz de “evitar o prolongamento do tempo perdido” a respeito da imigração e dos processos pendentes.
Marcelo Rebelo de Sousa alertou para o problema, sublinhando que há “milhares de pessoas”, algumas à espera de uma resposta “há muito tempo”.
O presidente da República considerou que esta é “uma questão urgentíssima” que exige também uma resposta “urgentíssima”, nomeadamente ao criar condições para a regularização. Na impossibilidade de recuperar “todo o tempo perdido”, Marcelo espera ainda assim que se evite “o prolongamento do tempo perdido”.
O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, revelou este sábado que o Governo irá apresentar medidas para a situação dos migrantes após um Conselho de Ministros a decorrer na próxima segunda-feira.
Em entrevista ao Diário de Notícias, o governante considerou que esta questão constitui uma das “heranças mais pesadas” do executivo que tomou posse há menos de dois meses.
Numa crítica aos anteriores Governos de António Costa, Leitão Amaro criticou as “opções erradas de leis e de regras de entrada e de regularização em Portugal”, mas também o “colapso das instituições, resultado das escolhas e do processo de extinção do SEF, na forma como foi implementado e no desinvestimento nas pessoas e nos equipamentos".
Na sexta-feira, o semanário Expresso dava conta de uma vaga de saídas de funcionários da Agência de Imigração e Asilo (AIMA), com uma centena de trabalhadores a pedir para sair.
O sindicato dos trabalhadores da AIMA falou entretanto à RTP sobre os problemas insustentabilidade da agência e da capacidade de resposta. Artur Girão não confirmou que pelo menos 100 funcionários pediram para sair mas considera que "estes número são globais" e se refletem "desde que a AIMA foi criada".
"Qualquer saída é um prejuízo para a área de serviços que prestamos", afirmou ainda o representante do sindicato. "Urge criar condições para reter estes trabalhadores na AIMA, que é lá que são precisos".
O responsável não adiantou o número de processos pendentes, mas admitiu que é "um número absurdamente gigantesco".
c/ Lusa