No final da sessão plenária, os deputados votam esta quarta-feira vários documentos, entre os quais o programa "Mais Habitação" e ainda a votação final do relatório sobre a comissão de inquérito à TAP.
No final da sessão plenária, os deputados votam esta quarta-feira vários documentos, entre os quais o programa "Mais Habitação" e ainda a votação final do relatório sobre a comissão de inquérito à TAP.
O Parlamento aprovou hoje o texto final da proposta de lei do Governo que estabelece o perdão de penas e amnistia de infrações praticadas por jovens a propósito da Jornada Mundial da Juventude, que decorre em Lisboa em agosto.
O texto do Governo mereceu votos a favor de PS, PSD, Bloco de Esquerda, PCP, PAN e Livre, enquanto Chega e Iniciativa Liberal se manifestaram contra.
A proposta de lei da amnistia foi aprovada na segunda-feira na especialidade no parlamento com alterações de PS e PSD, mantendo os limites etários e entrando em vigor só em 01 de setembro.
Em causa no diploma estão crimes e infrações praticados até 19 de junho por jovens entre 16 e 30 anos, a adotar devido à vinda do Papa Francisco a Portugal, entre 02 e 6 de agosto, determinando um perdão de um ano para todas as penas até oito anos de prisão.
Está ainda previsto um regime de amnistia para as infrações penais cuja pena não seja superior a um ano de prisão ou 120 dias de pena de multa.
A Jornada Mundial da Juventude é um encontro de jovens com o Papa e é considerado o maior evento da Igreja católica, sendo esperados cerca de um milhão de pessoas.
O parlamento aprovou hoje, por unanimidade, um voto de pesar apresentado pela bancada do PS pela morte do antigo secretário de Estado e dirigente socialista Luís Patrão, destacado como um "convicto servidor da causa pública".
Luís Patrão, natural da Covilhã, antigo chefe de gabinete dos primeiros-ministros António Guterres e José Sócrates, licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, morreu no domingo aos 68 anos.
Segundo o PS, Luís Patrão cedo iniciou um percurso "de profundo empenhamento cívico, político e profissional, ao serviço do país", sendo reconhecido "amplamente pela sua extraordinária capacidade de trabalho, competência, seriedade e rigor", com uma ação "marcante em diversos setores de atividade".
"Convicto servidor da causa pública, foi quadro superior da administração pública, tendo desempenhado, em diferentes momentos, relevantes funções, designadamente como deputado às II e VIII legislaturas, secretário de Estado da Administração Interna do XIV Governo Constitucional" e "primeiro presidente do Turismo de Portugal, que ajudou a instituir", lê-se no voto da bancada socialista.
Luís Patrão é ainda lembrado como "antigo militante e destacado dirigente da JS" que "olhava para as novas gerações com inquebrantável esperança".
Desde 2014, era secretário nacional para a administração e membro da Comissão Permanente do PS.
"O PS, como organização política, tem hoje marcadamente a sua impressão digital, pelo trabalho que de forma abnegada e exigente desenvolveu para a sua atualização e modernização em diferentes períodos das últimas décadas. Dotado de uma rara sagacidade, jamais recusava uma palavra amiga e franca a todos os que procuravam o seu sábio conselho", salienta-se ainda no voto apresentado pelo Grupo Parlamentar do PS.
Neste voto, considera-se que este dirigente socialista "deixa um legado ímpar de quem, ao longo dos anos, trabalhou incansavelmente em prol de uma sociedade mais desenvolvida e mais justa, mantendo-se sempre fiel aos seus valores e princípios".
"O seu desaparecimento inesperado entristece profundamente todos os que com ele privaram e trabalharam", acrescenta-se.
Também por unanimidade, foi hoje aprovado um outro voto de pesar apresentado pela bancada socialista, este pela recente morte do antigo deputado e autarca do PS Sérgio Silva.
Sérgio Silva, advogado, foi vereador e membro da Assembleia Municipal de Paços de Ferreira no distrito do Porto.
"A sua dedicação à causa pública, ao concelho de Paços de Ferreira e à sua população foi reconhecida na homenagem que lhe foi feita pela Câmara Municipal por ocasião das comemorações do 49.º aniversário do 25 de abril de 1974", lê-se no texto proposto pela bancada socialista.
Na Assembleia da República, o PS destaca que Sérgio Silva, "juntamente com outros deputados da JS", durante as lideranças desta organização de Sérgio Sousa Pinto, "participou nas lutas políticas pela descriminalização da interrupção voluntária da gravidez, pelos direitos dos homossexuais e pela despenalização do consumo de drogas".
Lusa
Da esquerda à direita, toda a oposição critica a reforma das Ordens profissionais.
O Governo destacou hoje no parlamento que a proposta de alteração do estatuto das Ordens Profissionais é "uma reforma que elimina barreiras no acesso às profissões reguladas" e que assegura que estagiários "sejam remunerados pelo seu trabalho".
Coube à ministra dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, apresentar em plenário a iniciativa legislativa do governo que, nas suas palavras, era "uma reforma há muito reclamada e ambicionada", sobretudo pelos jovens e estagiários para que o seu trabalho seja devidamente remunerado, com pelo menos 950 euros.
A obrigação de remunerar os estagiários é, de acordo com Ana Catarina Mendes, a "primeira grande alteração" desta proposta de lei que determina que o trabalho e os estágios sejam remunerados.
Além de considerar que esta era uma "reforma ambicionada pelos mais desfavorecidos", ao "eliminar barreiras injustificadas no acesso ao trabalho e à profissão", a ministra salientou que esta reforma trará também "maior transparência e abertura" com a criação da figura do Provedor.
Ao remover as barreiras no acesso às profissões reguladas aos jovens mais qualificados, Ana Catarina Mendes considerou ainda que esta reforma abre caminho a uma "sociedade em franca mudança" e a uma "economia mais competitiva", ao facilitar o acesso dos jovens "ao mercado de trabalho".
Tais modificações e quebra de barreiras, defendeu, contribuirá para uma "sociedade mais justa e solidária".
A ministra aludiu ainda ao facto de o diploma permitir ainda a criação de sociedades multidisciplinares em que os profissionais poderão "trabalhar em conjunto".
Ana Catarina Mendes lembrou que o fim das restrições no acesso às profissões reguladas era pedido pela Autoridade da Concorrência e por outras entidades há mais de uma década, dizendo ainda que este diploma "é um passo decisivo para uma reforma que estava a ser trabalhada há três anos pelo Governo".
A ministra justificou que o diploma foi precedido de um debate, nomeadamente com as Ordens profissionais.
As regras da reciprocidade entre profissionais licenciados em Portugal e no estrangeiro e as respetivas exigências no acesso à profissão foram ainda algumas das questões técnicas abordados por Ana Catarina Mendes.
Nas galarias do parlamento encontra-se a bastonária da Ordem dos Advogados (OA), Fernanda de Almeida Pinheiro, e vários membros do Conselho Geral da OA, numa altura em que a OA tem sido muito crítica das alterações contidas na proposta do governo.