Em direto
Eleições regionais na Madeira. A noite eleitoral em direto

Manuel Alegre: "O risco maior que a democracia tem neste momento é o líder da AD ser substituído por um líder que faça uma coligação com o Chega"

por Frederico Moreno - Antena 1

Foto: Frederico Moreno - Antena 1

A dois meses das legislativas antecipadas, Manuel Alegre aponta aquele que é, na sua leitura, o maior risco que a democracia pode vir a enfrentar: Luís Montenegro abandonar a presidência do PSD e seguir-se no cargo alguém, na Aliança Democrática, disposto a um entendimento com o Chega. Esse alguém pode ser Pedro Passos Coelho.

Em entrevista à Antena 1, o histórico socialista sublinha que esse risco se torna ainda mais expressivo, estando a esquerda enfraquecida. Manuel Alegre considera que o primeiro-ministro não se explicou bem no que toca ao caso Spinumviva e defende que Luís Montenegro é o único responsável pela crise política que se instalou no País. O presidente honorário do PS afirma, também, que o chefe do Executivo preferiu eleições à Comissão Parlamentar de Inquérito.

Quanto às presidenciais de janeiro do próximo ano, o antigo candidato a Belém sublinha que Henrique Gouveia e Melo tem tanto direito de entrar na corrida como "um homem da rádio, um escritor, um médico, um advogado ou uma pessoa que exerça qualquer outra profissão".
 
Ainda assim, Manuel Alegre admite que a candidatura de um militar "levanta sempre algumas suspeitas" e acrescenta que a do almirante pode representar um risco se criar "uma lógica anti-partidária".
"Donald Trump está a pôr em risco as instituições e a liberdade"

Do ponto de vista internacional, Manuel Alegre tem muitas dúvidas que o fim dos ataques à Faixa de Gaza esteja para breve, muito por causa da atitude do atual presidente dos Estados Unidos. O poeta e presidente honorário do PS diz que "o que se está a passar no Médio Oriente é uma vergonha". Donald Trump está, na opinião de Manuel Alegre, a destruir todos os alicerces da liberdade e das instituições democráticas dentro e fora dos Estados Unidos. Nesse sentido, a Europa não pode ser "ingénua", não restando outra opção ao Velho Continente que não passe por investir no rearmamento.  Nesta entrevista, a propósito do Dia Mundial da Poesia que hoje se assinala, o poeta que fez nascer a "Trova do Vento que Passa" partilha com os ouvintes uma reflexão sobre este género literário e conta que, aos 88 anos, continua a interrogar-se sobre muitas questões do passado e do futuro. Aos outros poetas, Alegre pede que "escrevam poesia e que resistam"
PUB