Após 40 anos de militância, o ex-deputado do PSD António Maló de Abreu anunciou a sua saída do partido devido a "divergências profundas". O deputado tece duras críticas à liderança de Montenegro e não prevê um bom resultado para o partido nas próximas eleições legislativas. Maló de Abreu nega também que possa vir a ser candidato do Chega.
“Não me identifico com a organização do partido, com o programa que vai apresentar [nas legislativas], nem me identifico com esta Aliança Democrática”, afirmou, acrescentando que não concorda também com “o rumo que o partido leva e com a direção que o partido tem.
“Eu não tenho idade para fazer o que não gosto ou de estar onde não gosto. E, portanto, se eu não concordo com nada disto, se tenho divergências profundas, tenho de sair do partido”, asseverou.
Maló de Abreu diz que esta foi “uma decisão dolorosa, mas pensada” e que foi tomada apenas por si próprio.
“Tenho a certeza que outros, se soubessem que eu ia tomar esta decisão, também teriam saído”, afirmou, revelando que “há um grande descontentamento dentro do grupo parlamentar do PSD e dos social-democratas em Portugal”.
O ex-deputado social-democrata não antevê um bom resultado para o partido de Luís Montenegro nas próximas eleições legislativas, considerando que será “muito difícil arredar o PS com este tipo de política, estratégia e de programa”.
“Vejo com muita dificuldade o PSD a derrubar o PS através desta Aliança Democrática”, afirmou. “Não tenho dúvidas nenhumas que é um PSD que vai perder uma parte significativa do eleitorado que podia ganhar porque não percebe que é preciso fazer reformas estruturais em áreas fundamentais”, acrescentou.
“Eu não tenho dúvidas nenhumas que é a própria direção do partido que está a pôr lama na ventoinha para que pareça que eu ando a mudar de camisola todos os dias”, declarou.
Questionado sobre se aceitaria integrar as listas do Chega caso André Ventura o convidasse, Maló de Abreu garante que rejeitaria o convite.