"Continuo confiante", afirmou o advogado do empresário Lacerda Machado, um dos melhores amigo de António Costa, revelando que o processo que consultou é "essencialmente a criminalização de um processo político-administrativo".
Magalhães e Silva acrescentou não ter "vislumbrado" ali "qualquer contrapartida para os intervenientes privados ou públicos".
O advogado confirmou que o seu cliente foi um "elo de ligação" entre "investidores e o Governo", qualificando esta atividade como "uma função útil", ao "estar em causa e é preciso que se perceba isto, o segundo maior projeto depois da Autoeuropa", que "implicava investimentos até 3,5 mil milhões de euros que no seu desenvolvimento podia chegar aos 27 mil milhões".
Magalhães e Silva afirmou ainda que Lacerda Machado está igualmente confiante, apesar da "tristeza própria" e com "ânimo para se defender".
"Já consultei dois terços dos volumes e até agora não encontrei provas inequívocas de qualquer situação de corrupção", garantiu. "As provas são essencialmente escutas e pelas escutas podemos verificar que não há nada de irregular em toda esta atividade".
O advogado revelou ainda que as escutas que envolvem o primeiro-ministro e que foram remetidas para o Ministério Público, abrangem "99 por cento relações entre as pessoas, sem qualquer relevância para o processo".
"Penso que há apenas uma escuta que pode ter relevância e que não está apensa ao processo é exatamente a que está referida como estando no Supremo Tribunal de Justiça e que dará lugar a uma investigação de que falou o comunicado da PGR".
Admitindo não conhecer o teor da escuta, Magalhães e Silva espera que "o Supremo tribunal de Justiça faça a averiguação que entender sendo certo que até este momento a única coisa que nõs temos e uma conversa entre dois intervenientes neste processo que terá referido a disponibilidade do primeiro-ministro para facilitar o que quer que fosse neste âmbito. O que é que isso vale?" questionou.
"Quando chegarmos ao fim, espero que isto possa manter o Ministério Público de pé", admitindo que tal "possa não acontecer", devido à falta de provas, "que não estão reunidas".
"É uma situação grave", considerou ainda. "É uma errada classificação do Ministério Público daquilo que é um processo político-administrativo", repetiu.
Os volumes do processo incluem sete relativos e escutas e 20 outros processuais.