Madeira. Ventura fala na "maior traição à direita em muitos anos em Portugal"

por RTP

António Cotrim - Lusa

O Chega já reagiu ao acordo estabelecido entre o PAN e a coligação PSD/CDS para viabilizar o governo regional da Madeira. Para André Ventura, este acordo representa "a maior traição à direita em muitos anos em Portugal" e revela que para PSD e PS "vale tudo, mas mesmo tudo, para se eternizarem no poder".

“A ideia de fugir à palavra dada e de cumprir com uma demissão caso não se obtivesse uma maioria absoluta foi violentada fortemente perante a região autónoma da Madeira (…), com um acordo forjado à última hora com um partido que nada tem que ver com as ideias base quer do PSD, quer do CDS, quer com a Iniciativa Liberal”, declarou André Ventura em conferência de imprensa esta terça-feira.

O líder do Chega acredita que “este acordo ou coligação é a maior traição à direita em muitos anos em Portugal” e a prova de que “alguns dos seus protagonistas, para fugir à palavra dada, aceitam vender a alma ao diabo para se manterem no poder”.

“Nós já sabíamos que para o PSD vale tudo para manter o poder; já sabíamos que para Miguel Albuquerque vale tudo para não cumprir com a sua palavra de se demitir caso não tivesse maioria absoluta; o que ficámos a saber é que esses acordos (…) já não são sequer apenas com o espectro político da direita, mas também com partidos que dizem precisamente o contrário (…) em matéria de agricultura, em matéria de caça, em matéria de vida e em matéria de crescimento económico”, afirmou.

Ventura acredita que “não espantará ninguém se noutras regionais, como teremos para o ano nos Açores, ou nas legislativas nacionais, o PSD entender que pode coligar-se com o PAN, com o Bloco de Esquerda ou com o PCP para fazer um qualquer acordo que evite a governabilidade com o Chega”.

Para este líder partidário, fica agora claro que “as opções de direita são apenas de um partido: o Chega”, já que “todos os outros representam uma traição aos seus valores fundamentais”.

“Chegámos ao ridículo de assistir o líder do CDS Madeira falar da proximidade ideológica que o seu partido tem com o PAN”, um partido “ambientalista radical”, considerou André Ventura.
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