Macron invoca "amor à liberdade" que une Portugal e França, Montenegro quer reforço dos laços

por Joana Raposo Santos, Inês Moreira Santos - RTP
Foto: Dylan Martinez - Reuters

O primeiro-ministro português está esta quarta-feira em Paris para a primeira reunião do seu mandato com o presidente francês. Antes do almoço de trabalho, Emmanuel Macron invocou o 25 de Abril para exemplificar um dos laços que unem Portugal e França e garantiu que haverá cooperação em diversos setores. Também Luís Montenegro expressou a intenção de reforçar os laços entre os dois países.

Perante os jornalistas, o presidente francês avançou que o almoço servirá para “abordar muitos temas importantes para os dois países e para a Europa”.

Há entre os nossos dois países uma enorme convergência e vontade de fazer coisas juntos. Iremos também invocar os dossiers internacionais, nomeadamente a Ucrânia, o Médio Oriente, a África”, adiantou.

“Iremos também falar sobre a Comunidade Política Europeia, que terá lugar no dia 18 de julho no Reino Unido, um momento importante para a nossa Europa”.

Neste encontro será ainda invocada a agenda bilateral. “Teremos certamente muita cooperação no âmbito económico, setor automóvel, passando pela Inteligência Artificial e pelo setor farmacêutico e matéria cultural e académica”, afirmou Macron.
O líder francês aproveitou ainda para invocar o 50.º aniversário da Revolução dos Cravos para constatar a união entre os dois países.

Muitos dos que fugiram antes e estavam exilados estavam em França, o que mostra a história particular pelo amor à liberdade, o envolvimento pró-europeu e esta dinâmica de Abril que continua a inspirar-nos”, disse.

“Os elos que nos unem são elos humanos, de uma fascinação e amizade recíprocas e muito importantes para a nossa Europa”, acrescentou.
Parceria “histórica”
"É uma honra estar aqui para discutir questões importantes para Portugal, para a França, para a Europa e para o mundo", começou por dizer Luís Montenegro, dirigindo-se a Emmanuel Macron em francês.

Portugal e França têm, nas palavras do primeiro-ministro, "uma relação de parceria muito transversal, histórica, quer do ponto de vista bilateral, quer do ponto de vista do nosso compromisso com os valores e a construção do futuro da União Europeia, quer do ponto de vista global, nas Nações Unidas e em áreas geográficas onde temos interesses que partilhamos".

Recordando a mensagem do presidente francês dirigida a Portugal pelas celebrações dos 50 anos do 25 de Abril, Montenegro frisou que o "regime democrático e livre" do país foi também inspirado "em França e naqueles que no exílio aqui [neste país] foram alimentando precisamente o sonho da liberdade".

"A nossa predisposição é não só continuar, como reforçar os nossos laços e por isso venho aqui, caro presidente, com a intenção de dar continuidade à relação que temos e incrementá-la", continuou o chefe de Governo português.
"Temos à nossa frente um espaço de cooperação que pode ser mais profundo e que pode servir os nossos povos", acrescentou, agradecendo ainda o "acolhimento e integração das autoridades francesas" à comunidade portuguesa em França.

Além das questões bilaterais e das várias relações entre os dois países, Montenegro assegurou que Portugal e França estão "muito focados e solidários nas principais agendas que temos hoje na frente na união Europeia", como a invasão russa à Ucrânia, a Guerra no Médio Oriente ou o processo de "relançamento económico da Europa".

Montenegro desejou ainda as "felicidades" pela realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. "Estou absolutamente convencido que será um grande momento (...) e será um momento de afirmação da inovação que caracteriza a França e as suas instituições", concluiu, assegurando que pretende estar presente.
Tópicos
PUB