Luís Montenegro venceu as eleições para a liderança do PSD, que decorreram este sábado. O candidato vencedor alcançou 72,47 por cento dos votos, enquanto o opositor Jorge Moreira da Silva regista 27,53 por cento dos votos.
"Declara-se neste momento Luís Montenegro presidente eleito do PSD e que assumirá funções no próximo congresso", anunciava pouco antes das 22h o presidente do Conselho de Jurisdição Nacional do partido, numa declaração na sede do PSD, em Lisboa.
A abstenção de 39,56 por cento (correspondente a 17.653 eleitores) foi desvalorizada por Hugo Soares, da candidatura de Luís Montenegro.
Na rede social Twitter, o primeiro-ministro felicitou Luís Montenegro pela vitória.
O @ppdpsd escolheu hoje o seu novo presidente. Já felicitei Luis Montenegro pela sua vitória.
— António Costa (@antoniocostapm) May 28, 2022
Também presidente da Assembleia da República saudou Luís Montenegro pela eleição.
Saúdo o líder eleito do #PSD, Luís Montenegro. Com uma bancada de 77 deputados, o PSD é um grande partido indispensável para a nossa democracia parlamentar.
— Augusto Santos Silva (@ASantosSilvaPAR) May 28, 2022
Luís Montenegro: "O início do fim da hegemonia do Partido Socialista"
"Hoje, no essencial, quem ganhou foi Portugal. Portugal ganhou hoje a formação de uma alternativa política ao socialismo que nos tem governado e desgovernado nos últimos anos", disse o antigo líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, na declaraçao de vitória que proferiu em Espinho, perante uma centena de militantes, entre eles os antigos deputados Hugo Soares, António Leitão Amaro e Hermínio Loureiro.
"O dia de hoje vai ficar marcado como o princípio do fim da hegemonia do Partido Socialista em Portugal. O país precisa de nós e nós não vamos falhar ao país", afirmou Luís Montenegro, que reuniu 19.225 votos.
"Naquilo que depender de mim não vamos prescindir do seu talento [de Jorge Moreira da Silva] e daqueles que o apoiaram", afirmou. Contudo, quando instado pela RTP a detalhar o papel de Jorge Moreira da Silva na sua candidatura, disse apenas que veio "para trabahar com todos no PSD".
Luís Montenegro disse ainda que apesar do mandato ser de dois anos, será "candidato a primeiro-ministro em 2026". O novo presidente agradeceu ainda ao antecessor, Rui Rio.
Numa alusão às críticas de fuga a um debate com o candidato opositor, Luís Montenegro destacou as ações de campanha e os 30 mil quilómetros percorridos nas últimas semanas e disse "ser daqueles que quer fazer comícios na rua e no país".
O novo presidente do PSD considera que o resultado obtido "revela que nós no Partido Social Democrata temos uma maioria expressiva a secundar esta liderança e este programa político e, por isso, vamos ter a vida mais facilitada para termos unidade e coesão dentro do PSD".
"Hoje foi eleito um líder mas o partido está unido", sublinhou Luís Montenegro. O líder da candidatura "Acreditar" que vai suceder a Rui Rio na liderança do maior partido da oposição afirmou ainda que o resultado deste sábado é um sinal de "grande mobilização, de responsabilidade para o PSD, mas também de vitória".
Luís Montenegro venceu as quatro principais distritais: Braga, Porto, Aveiro e Lisboa, com percentagens que oscilaram entre os 66% e os 72%.
Luís Montenegro venceu as quatro principais distritais: Braga, Porto, Aveiro e Lisboa, com percentagens que oscilaram entre os 66% e os 72%.
Jorge Moreira da Silva: "Não tive o apoio de nenhuma estrutura distrital"
"Eu sabia ao que vinha e as dificuldades que enfrentaria", declarou Jorge Moreira da Silva, na sua declaração de derrota, a partir do TagusPark, em Oeiras. O candidato lembrou que quando decidiu apresentar-se às eleições internas do PSD - e de abandonar o cargo de diretor da Cooperação para o Desenvolvimento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) - "sabia ao que vinha".
"Eu sabia ao que vinha e as dificuldades que enfrentaria", declarou Jorge Moreira da Silva, na sua declaração de derrota, a partir do TagusPark, em Oeiras. O candidato lembrou que quando decidiu apresentar-se às eleições internas do PSD - e de abandonar o cargo de diretor da Cooperação para o Desenvolvimento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) - "sabia ao que vinha".
"Não tive o apoio de nenhuma estrutura distrital", sublinhou Jorge Moreira da Silva, que descreveu as sessões de encontro com os militantes e agradeceu o apoio dos 300 voluntários.
"Fiz tudo para que os militantes e os portugueses pudessem comparar os projetos", notou ainda Moreira da Silva, lamentando que Luís Montenegro não esteve disponível para um frente-a-frente.
Jorge Moreira da Silva, que obteve 7.304 votos, disse que vai continuar a contribuir para o país e para o partido, apesar de não ter "feitio de guerrilha". "Não estou disponível para abdicar da minha liberdade e da minha autonomia de pensamento por não ter vencido estas eleições", disse Jorge Moreira da Silva. "Não me conformo que um país que tem tudo para vencer (...) esteja continuamente alheado do seu futuro", disse.
"Esta candidatura perdeu esta eleição, mas as suas ideias ganharam direito ao futuro", concluiu.
No período de perguntas dos jornalistas, Jorge Moreira da Silva rejeitou dar mais detalhes sobre a falta de apoio dos líderes das distritais à sua candidatura. O candidato também não afastou um futura candidatura à liderança do partido no futuro, mas rejeita integrar um cargo na direção de Luís Montenegro.
"Faço votos para que tenha êxito, o seu êxito será o nosso êxito", afirmou o antigo `número dois` do PSD na declaração na sede de campanha, na qual foi recebido com aplausos de pé e gritos "PSD, PSD" por algumas dezenas de militantes.