Louçã quer acordos anuais entre PS e Esquerda

por Antena 1

Francisco Louçã considera que os acordos do PS com a Esquerda ainda não estão cumpridos e sugere que os próximos sejam negociados anualmente com cada Orçamento do Estado. O antigo líder do Bloco de Esquerda antevê, no futuro, a existência de dois dossiers muito difíceis e “cuja a negociação não é evidente”: o Novo Banco e as leis laborais.

Em entrevista ao programa “Conversa Capital” da Antena 1 e do Jornal de Negócios, Francisco Louça considera que os acordos que foram assinados ainda não foram cumpridos e que há matérias como o salário mínimo e a alteração dos escalões do IRS por resolver.

O economista defende "que com cada Orçamento fosse feito uma definição, em comum, dos grandes objetivos para o ano".

"Em 2017, se as pensões e Salário Mínimo vão ser isto, o investimento deve ter determinados objetivos", especificou.

Segundo Francisco Louçã é necessário que o documento "fique claro, para que seja mobilizador, para que tenha um sentido político esta programação anual dos acordos que vigoram pelos quatro anos".
Louçã defende continuidade de Centeno
O ex-coordenador do Bloco de Esquerda afirma que "é preciso que Mário Centeno continue nas suas funções".

No entanto, admite que o ministro das Finanças foi atingido pelo facto de ter feito um "acordo errado com António Domingues".

“Precisamos de ter coerência de políticas e ministros que nós sabemos que estão a respeitar o seu contrato com o país”, defendeu.

Em relação à exigência de revelação dos SMS trocados, entre Mário Centeno e António Domingues, Francisco Louça, recorda que se trata de conversações privadas que não podem ser divulgadas e critica a posição do PSD e do CDS-PPOffshores e Maria Luís Albuquerque
Em relação ao caso das offshores, Francisco Louçã afirma que Maria Luís Albuquerque só tem uma defesa possível: “declarar-se incompetente”.

O economista não acredita que Maria Luís Albuquerque, Vítor Gaspar e até o então primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, não tenham tido conhecimento do dinheiro enviado para os paraísos fiscais.

Para Louçã a evidência torna-se mais clara ao saber-se que parte do dinheiro teve proveniência no BES. Futuro da CGD
Em relação ao futuro da Caixa Geral de Depósitos, o economista considera errado o plano de recapitalização, e admite que é mau para o Estado, para os contribuintes e para o sistema financeiro.

“Obrigar a Caixa a diminuir as suas operações é dar continuidade à pressão sobre a Caixa. A CGD deu 30 por cento do seu negócio quando foi obrigada a privatizar, a vender o seu setor de seguros. Qual é a razão para a Caixa vender um setor que era lucrativo?”.

Para Francisco Louçã o setor de seguros da Caixa Geral de Depósitos, que foi vendida à Fosun, dava “dividendos ao Estado e diminuía os impostos que nós temos de pagar”. Críticas a Carlos Costa
Francisco Louçã continua a ser um critico do governador do Banco de Portugal mas já não pede a sua saída considerando que a opção do Governo foi mantê-lo.

"Disse e continuarei a dizer o que penso sobre os fracassos do Banco de Portugal", frisou.


Em relação ao conselho consultivo do Banco de Portugal para onde foi designado pelo Governo, Francisco Louça admite que é um órgão sem "grande relevância" porque as suas funções são limitadas, e justifica a sua aceitação com a necessidade de dar o seu contributo para a credibilidade do sistema financeiro.



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