Livre diz ter havido "falta de vontade política" para enfrentar crise da habitação no Funchal

A cabeça de lista do Livre à Câmara do Funchal, na Madeira, disse hoje ter havido "falta de vontade política" nos últimos quatro anos para resolver o problema da habitação no município e avisou que "o futuro não é risonho".

Lusa /

"Alguém tem de ter coragem e meter um travão [na especulação imobiliária], porque, da maneira que isto segue, vai aumentar o número de pessoas em risco de despejo e também os sem-abrigo", alertou Marta Sofia.

A candidata do Livre falava no âmbito de uma ação de campanha focada na problemática da habitação, na freguesia de Santa Maria Maior, onde se localizam dois complexos habitacionais geridos pela autarquia: o Bairro de Santa Maria e o Bairro do Canto do Muro.

Marta Sofia considerou que a empresa municipal SocioHabitaFunchal, responsável pela gestão dos bairros camarários, tem falhado na sua intervenção, concretamente no Bairro de Santa Maria, onde, segundo disse, sempre que uma casa fica desocupada é fechada definitivamente.

"Estamos numa crise de habitação, não faz sentido deixarem casas vazias fechadas", sustentou, defendendo que essas moradias deveriam ser reabilitadas e entregues a outras famílias que estão em lista de espera.

A cabeça de lista do Livre alertou para a eventualidade de existirem outros projetos imobiliários para a área onde se localiza do bairro, na periferia da freguesia de Santa Maria Maior, uma das dez que compõem o município do Funchal, o mais populoso da Madeira, com 108.129 habitantes (dados oficiais referentes a 2024).

O Funchal é também o concelho do país com mais candidaturas à Câmara Municipal -- 14.

"Continuo a dizer que o que houve nestes últimos quatro anos foi falta de vontade política para que, realmente, se conseguisse fazer alguma coisa em relação à habitação e, obviamente, travar a especulação imobiliária", disse, avisando que "o futuro não é risonho para quem não tem possibilidades de comprar ou de arrendar uma casa aos preços que estão".

A candidatura do Livre avança com algumas propostas para minimizar a crise habitacional, como um plano de emergência municipal focado nas pessoas e famílias em risco de despejo e a obrigatoriedade de os novos empreendimentos reservarem 25% das frações para "habitação a custos realmente acessíveis", com a contrapartida de benesses fiscais, nomeadamente isenção de taxas camarárias.

O atual executivo da Câmara do Funchal é composto por seis vereadores da coligação PSD/CDS-PP, chefiado por Cristina Pedra, e cinco sem pelouro da coligação Confiança, liderada pelo PS.

Nas eleições autárquicas de 12 de outubro, candidatam-se à Câmara do Funchal Paulo Azevedo (Nova Direita), Mónica Freitas (PAN), Marta Sofia (Livre), Luís Filipe Santos (Chega), Rui Caetano (PS), Miguel Pita (ADN), Fátima Aveiro (JPP), Raquel Coelho (PTP), Válter Rodrigues (MPT), Jorge Carvalho (coligação PSD/CDS-PP), Ricardo Lume (CDU -- coligação PCP/PEV), Sara Jardim (IL), Liana Reis (RIR) e Dina Letra (BE).

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