António Costa e Rui Rio vão estar esta quinta-feira frente a frente. É o único debate entre os lideres do PS e do PSD antes das eleições de 30 de janeiro. Está marcado para as 20h30 no cineteatro Capitólio, em Lisboa.
Há dois anos, no decurso da pré-campanha para as legislativas de 6 de outubro de 2019, António Costa e Rui Rio foram protagonistas de um debate semelhante, emitido por RTP, SIC e TVI e visto por 2,66 milhões de pessas. Ambos estiveram também num debate radiofónico transmitido pela Antena 1, pela Rádio Renascença e pela TSF. Questionado pelos jornalistas à margem de uma reunião com a direção da Ordem dos Enfermeiros, na quarta-feira, Rio afirmou que Costa chega em “desvantagem” ao momento do debate. Isto por não oferecer, na ótica do líder social-democrata, “respostas claras” sobre a governabilidade depois das legislativas.
Rui Rio acusou mesmo o secretário-geral socialista de apenas mostrar clareza quanto a um cenário de derrota, ao reiterar que, se perder as eleições, se demite.
“A partir daí, refugia-se, dizendo que quer uma maioria absoluta, isso eu também quero, queremos todos”, acentuou Rio, para em seguida acusar Costa de, em 2015, se ter tornado primeiro-ministro “com base num acordo parlamentar que durante a campanha escondeu e não disse que podia fazer”.
Por sua vez, António Costa esteve ontem numa evento com empresários, dirigentes associativos e gestores, durante o qual fez uma intervenção sobre o percurso económico e financeiro do país, sem responder a questões da comunicação social.
Há dois anos
Nos confrontos de 2019, António Costa e Rui Rio debruçaram-se sobre os temas da saúde, do modelo económico de Portugal e da justiça.
Ambos consideravam, então, que o cenário de bloco central seria prejudicial para a democracia.Nas legislativas de 6 de outubro de 2019, o PS obteve 36,3 por cento dos votos (108 deputados) e formou um Governo minoritário, apoiado à esquerda. O PSD obteve 27,76 por cento (79 deputados).
O quadro do Serviço Nacional de Saúde foi tema central no primeiro debate, realizado a 16 de setembro. Meses antes do eclodir da pandemia da covid-19, Rui Rio sustentava que em 2019 o setor havia piorado face a 2015. António Costa garantia, por sua vez, que havia progressos a assinalar.
Nas rádios, uma semana mais tarde, as questões económicas estiveram de novo em lugar cimeiro, com ambos a discutirem quem tinha “o melhor Centeno” para as Finanças. Já em campanha, de resto, o PSD repetiria o repto para debates entre Joaquim Sarmento, rosto do partido para a área das Finanças, e o então ministro Mário Centeno.
c/ Lusa