Jerónimo de Sousa está em Pequim para uma visita de uma semana e esta quarta-feira mostrou abertura a todo o tipo de investimento em Portugal desde que seja respeitado “o interesse nacional”. O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP) pede apenas que seja assegurada a "defesa dos setores estratégicos" e será bem-vindo qualquer investimento seja ele chinês, americano ou canadiano.
Para o líder do PCP "qualquer investimento estrangeiro - chinês, americano ou canadiano - é sempre bem-vindo, no quadro do respeito pelo nosso interesse nacional e da defesa dos nossos setores estratégicos e dos recursos naturais".
Jerónimo de Sousa considerou ainda que "a diversificação das relações económicas com todos os povos e países é fundamental" ao mesmo tempo que refere que "cometemos um erro de fundo ao ficarmos prisioneiros de quatro ou cinco países para os quais exportamos".
Já sobre as relações com o Partido Comunista Chinês (PCC), Jerónimo salientou o respeito pela “independência e autonomia de cada um" dos partidos que "têm posições diferenciadas" acerca de algumas questões, nomeadamente quanto à União Europeia e à NATO.
O secretário-geral do PCP elogiou ainda o "espantoso progresso" alcançado pela China, mas realçou que a sua conceção do socialismo tem "características diferentes".
"Para o PCP não há modelos de socialismo. Cada país, cada povo e cada partido percorrerá um caminho muito próprio, tendo em conta a história, a cultura, a relação de forças e o papel dos partidos, mas sem cópias" pois "o socialismo por que lutamos em Portugal tem e terá características diferentes deste processo aqui na China", referiu Jerónimo de Sousa.
O líder do PCP salientou ainda o “progresso espantoso” da China o que “para um país com esta dimensão demográfica é um exemplo de desenvolvimento que convém acompanhar e conhecer", mas já sobre a possibilidade do "milagre económico" chinês inspirar outros países em vias de desenvolvimento, Jerónimo de Sousa foi claro ao dizer que “isto não é copiável".
A visita de Jerónimo de Sousa à China, de 18 a 25 de fevereiro, é a terceira desde a década de 1990, sendo o segundo líder partidário português recebido em Pequim em menos de dois meses, depois da presidente do Partido Socialista, Maria de Belém, no início de janeiro, e ambos presentes em território chinês a convite do Departamento Internacional do PCC.
A delegação do PCP, composta ainda por Pedro Guerreiro, responsável da Secção Internacional do PCP, e José Capucho, membro do Secretariado do Comité Central, parte para o Laos na próxima segunda-feira e depois visitará também o Vietname.
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