Indemnização da TAP. Frente Cívica fala em "problema de incompetência na gestão de coisa pública"

por RTP

O presidente da Frente Cívica considera que o país está "perante um problema político e até de incompetência generalizada na gestão da coisa pública", comentando desta forma o caso da indemnização paga à atual secretária de Estado Alexandra Reis. Entrevistado na RTP3, Paulo Morais salientou a importância estratégica da TAP e recorda que a companhia aérea é "hoje um importante ativo para o Estado", na qual "os contribuintes meteram milhares de milhões de euros".

No entanto, frisa que "há muitas condições a esclarecer. Mas há uma que é central. Por que razão o Governo, em julho de 2021, nomeia Alexandra Reis para a administração da TAP".

"A nomeação da administração da TAP tem de ser feita com muita ponderação. E o Estado nomeia Alexandra Reis em julho de 2021, e oito meses depois já entende que ela afinal não é competente? Isto é de uma irresponsabilidade absoluta".

O presidente da Frente Cívica salienta que o "Governo não pode nomear uma administração, que ao fim de poucos meses concluir que não serve. E depois há uma questão. Então ela é incompetente para gerir a TAP, mas já é competente para ser presidente da NAV?".

"Isto tem de ser muito bem esclarecido. E só há uma forma de esclarecer cabalmente. Que é explicar aos portugueses porque é que a Alexandra Reis era a melhor administradora da TAP em junho e era tão incompetente que teve de sair em fevereiro", sublinhou.

Paulo Morais recorda que Alexandra Reis "foi nomeada e saiu por iniciativa do Estado, ou seja, do Governo. Quem aqui fica muito mal é a tutela que, pelos vistos, nem consegue nomear decentemente administradores para a TAP. Uma empresa desta responsabilidade".

Sobre o pedido de esclarecimentos à TAP por parte do Governo, o presidente da Frente Cívica afirma que "é estranho" e que deveria ser a tutela a explicar.

"Quem nomeia a administração da TAP, não é a TAP. É o acionista que é o Estado".

Para Paulo Morais, "quem tem de esclarecer porque Alexandra Reis entrou e porque saiu é o acionista Estado. Ou seja, é o próprio ministro Pedro Nuno Santos".

Sobre o facto de Alexandra Reis ser agora secretária de Estado do Tesouro e poder tomar decisões sobre a companhia aérea, Paulo Morais afirma que "isto é tudo um grande imbróglio".

"É evidente que nesta fase em que estamos só há uma forma cabal de esclarecer isto. É ver o contrato de rescisão da TAP com Alexandra Reis. Se se chegar à conclusão que é tudo claro, a a probabilidade disto acontecer é muito escassa (...) Antes de ver esse contrato não podemos assacar culpas a ninguém".

Paulo Morais defende ainda que quem tutela a TAP tem de "assumir a sua responsabilidade".




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