Governo e cúpula do PS afinam posições em véspera de moção de confiança

por RTP
"A minha responsabilidade, parece que não há alternativa a isso, é devolver aos portugueses a capacidade que só eles têm de escolher o que querem para Portugal" Paulo Novais - Lusa

Está a começar uma semana decisiva para o edifício político do país. O Governo tem marcada para a manhã desta segunda-feira, véspera da discussão e da votação da moção de confiança anunciada por Luís Montenegro, uma derradeira reunião do Conselho de Ministros. À noite reúne-se a Comissão Política Nacional do PS.

Os agentes partidários afinam estratégias para os próximos dias, numa semana em que está em jogo a sobrevivência do Executivo de PSD e CDS-PP. O Parlamento debate e vota na terça-feira a moção de confiança apresentada pelo Governo. Se PS e Chega mantiverem as posições aventadas nos últimos dias, esta será rejeitada.

O Conselho de Ministro reúne-se esta manhã na residência oficial do primeiro-ministro, no Palácio de São Bento.Uma rejeição da moção de confiança implicará a demissão Governo e a convocação de novas legistativas - o presidente da República já antecipou que as eleições deverão ocorrer o mais brevemente possível, apontando como datas possíveis os dias 11 ou 18 de maio.

Luís Montenegro afirmava, no sábado, que lhe parecia não subsistir alternativa ao cenário de eleições legislativas antecipadas, chamando a si a responsabilidade, enquanto primeiro-ministro, de "evitar que Portugal seja um país envolto em lama".

"A minha responsabilidade, parece que não há alternativa a isso, é devolver aos portugueses a capacidade que só eles têm de escolher o que querem para Portugal", declarava.
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Em resposta às declarações do chefe do Governo, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, acusou Luís Montenegro de "estar na lama" e querer "arrastar" o país, reiterando que o Executivo minoriário "nunca terá a confiança" do maior partido da oposição.   

No domingo, o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, veio afirmar que os socialitas serão os responsáveis por novas eleições. O também dirigente social-democrata deixou mesmo um apelo ao líder socialista: "Deixem-nos trabalhar é o apelo que o PSD hoje faz, deixem-nos governar, deixem nos concluir o programa com o qual vencemos eleições em 2024".
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Pelas 21h00, no Rato, o PS reúne a sua Comissão Política Nacional, um dia após um encontro de Pedro Nuno Santos com os líderes das federações distritais socialistas.

No termo da reunião, a líder da Federação da Área Urbana de Lisboa do PS, Carla Tavares, veio assinalar que o partido "está absolutamente coeso" e exortou o Governo a retirar a moção de confiança.
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Por sua vez, o líder do Chega, André Ventura, voltou à carga com a ideia de que "não há nenhumas condições" para viabilizar a moção de confiança.
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Pelo Bloco de Esquerda, a coordenadora Mariana Mortágua acusou o primeiro-ministro de estar preocupado com a sobrevivência política.
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o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, considera que os últimos apelos do Governo relativamente à moção de confiança constituem pressão e chantagem.
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A crise política em curso foi espoletada em fevereiro, quando o Correio da Manhã avançou com uma notícia sobre a Spinumviva, empresa familiar de Luís Montenegro, então detida pelos filhos e pela mulher, com quem o primeiro-ministro é casado em comunhão de adquiridos. O que suscitou dúvidas quanto ao cumprimento do regime de incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos públicos e políticos.O presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, apelou no domingo à aprovação da moção de confiança do Governo em nome do "interesse nacional".


A empresa passou entretanto para os filhos de Luís Montenegro. Por sua vez, o Expresso avançou que a empresa Solverde pagava uma avença mensal de 4.500 euros à Spinumviva.

O Governo minoritário de Montenegro sobrevivu já a duas moções de censura, apresentadas pelo Chega e pelo PCP.

c/ Lusa

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