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Forças políticas da Madeira multiplicam apelos ao voto para confirmar ou contrariar sondagens

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
Paulo Novais - Lusa

Na reta final da campanha para as eleições regionais da Madeira, a sondagem da Universidade Católica para a RTP e a Antena 1 aponta para a vitória com maioria absoluta da coligação entre PSD e CDS-PP. Miguel Albuquerque adverte contra o triunfalismo e a abstenção após as sondagens. O PS, bem como o JPP, CDU, IL e PAN, acreditam que as sondagens não refletem o apoio dos madeirenses. Já o Chega e o BE mostram-se animados com os resultados positivos.

Depois de o Partido Socialista ter perdido a maioria absoluta que detinha há mais de quatro décadas, a sondagem da Universidade Católica divulgada na terça-feira aponta para uma maioria absoluta da coligação PSD/CDS-PP.

Os dois partidos juntos somam mais do que nas últimas eleições, com 50 por cento das intenções de voto.
Miguel Albuquerque reconhece que estas sondagens “são positivas”, mas adverte para o excesso de triunfalismo e para o risco de “desmobilização do eleitorado que pensa que está ganho e não vai votar”.
No comício em Câmara de Lobos, o presidente da Região Autónoma da Madeira disse que é necessária uma maioria para governar, reiterando que só governa se a coligação “Somos Madeira” vencer estas eleições com maioria absoluta.

Ainda de acordo com a sondagem, a maioria dos inquiridos dá nota razoável ao governo de madeirense. Questionado pelos jornalistas sobre esta avaliação, Albuquerque afirmou que “razoável nos dias de hoje é ótimo”.
Sondagem prevê tombo do PS
Quem sai mais prejudicado desta sondagem é o Partido Socialista, que não vai além dos 23 por cento, menos 13 pontos percentuais do que os resultados de 2019. A confirmar-se estes resultados, o PS elege dez deputados, ou seja, perde metade dos lugares que conquistou nas últimas eleições.

O candidato do PS, Sérgio Gonçalves, diz que o resultado desta sondagem não reflete o apoio que tem sentido nas ruas.

Aquilo que nós temos sentido nas ruas não é o resultado desta sondagem. Sentimos cada vez mais uma vontade de mudança em todos os madeirenses com quem nos cruzamos diariamente”, afirmou.
Sérgio Gonçalves afirma, contudo, que tem encontrado um clima de medo por parte de algum eleitorado, em particular de quem é funcionário público. “Sentimos também o receio de se expressar livremente e de dizer o seu sentido de voto, nomeadamente dos funcionários públicos”, declarou.
Chega e BE animados
O Chega, que nas últimas eleições ficou de fora do Parlamento, está agora na luta pelo terceiro lugar segundo a sondagem para a RTP e Antena 1.

Tanto o Chega como o Juntos Pelo Povo (JPP) reúnem sete por cento das intenções de voto, podendo eleger entre dois a quatro deputados.

O Chega mostra-se satisfeito por entrar para o panorama político regional, já o JPP mostra-se “surpreendido” por estar a disputar o terceiro lugar, “uma vez que o JPP tem provas dadas e trabalho feito comprovado”.
A sondagem também é favorável para o Bloco de Esquerda, que duplica o resultado das últimas eleições e consegue três por cento das intenções de voto. Assim sendo, os bloquistas, que há quatro anos ficaram de fora do Parlamento, podem agora eleger até dois deputados. Ainda assim, o candidato Roberto Almada é cauteloso na análise da sondagem e lembra que “só indo votar no BE no domingo é que o BE pode eleger para o Parlamento regional”.
CDU, IL e PAN podem ficar de fora do Parlamento
Os resultados da sondagem também não jogam a favor da CDU, da Iniciativa Liberal e do PAN.

A CDU mantém os dois por cento dos votos, mas arrisca perder o único deputado que tem no Parlamento. Já a IL e o PAN podem não conseguir representação parlamentar, alcançando apenas 1,5 por cento dos votos.


Os partidos garantem, porém, que o apoio que têm recebido no terreno não coincide com os resultados da sondagem.

Os madeirenses são chamados às urnas no próximo domingo para eleger a composição da nova Assembleia Legislativa Regional. Quatro anos depois das eleições mais renhidas de sempre, o PSD concorre pela primeira vez em coligação com o CDS-PP, depois de ter perdido a maioria absoluta que detinha desde 1976.
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