Ferro Rodrigues propõe escolha de candidato presidencial em eleições primárias internas

por Gonçalo Costa Martins - Antena 1

Para unir o PS nas eleições presidenciais, Eduardo Ferro Rodrigues propõe que o partido escolha o candidato através da realização de eleições primárias.

O ex-presidente da Assembleia da República e antigo secretário-geral do PS olha para esta possibilidade numa altura em que existem vários nomes falados dentro do partido para entrar na corrida em 2026. Seria uma forma de evitar um cenário que aconteceu em eleições passadas, depois de em 2016 e 2021 o PS não ter apoiado formalmente um candidato.

O jornal Expresso afirma que esta ideia tem apoiantes de topo no partido, com Eduardo Ferro Rodrigues a chegar-se à frente.

"Só poderá ter hipótese de passar à segunda volta uma candidatura que abranja todo o partido após convenção de proclamação posterior a eleições primárias abertas", diz ao semanário.

Já Daniel Adrião, antigo candidato à liderança do PS, é um dos defensores de um referendo para escolher o candidato presidencial. 

"Ao tomar essa decisão, o Partido Socialista não apenas afirma os seus compromissos com a transparência e a democracia, como assume a liderança de um movimento de renovação e modernização da política em Portugal", lê-se no manifesto subscrito até agora por cerca de uma centena de militantes.

Nesta altura, são vários os nomes presidenciáveis dentro do PS, como António José Seguro, Mário Centeno, António Vitorino ou Augusto Santos Silva.
O "dever" de apoiar um candidato
Nas últimas eleições, o PS ficou dividido entre o reeleito Marcelo Rebelo de Sousa e Ana Gomes, mas já em 2016, sem ter um "candidato oficial", falava-se de outra forma de eleições primárias.

"O PS não tem um candidato oficial, mas cada socialista tem o dever de se debater por apoiar um candidato da nossa área", afirmou António Costa, antigo secretário-geral do partido, em janeiro de 2016, na Comissão Nacional dos socialistas.

O antigo secretário-geral do partido defendia que as presidenciais nesse ano a primeira volta seria uma espécie de "eleições primárias da esquerda portuguesa".

"É por isso essencial que cada um dos socialistas se mobilize no apoio a Maria de Belém ou a Sampaio da Nóvoa, de forma a garantir que na segunda volta seja possível que um deles seja o próximo Presidente da República", disse.
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