O presidente do Parlamento está otimista, atitude que o próprio confessa não ser habitual nele. Congratula-se com o facto de Marcelo Rebelo de Sousa ser o garante de não haver crise neste Governo depois da tragédia de Pedrógão e do ocorrido em Tancos. "Nunca será por ele que haverá uma crise do Governo e desta solução", revelou em entrevista à Antena 1.
Ferro Rodrigues lembra, nesta entrevista à Antena 1, que foi líder partidário na oposição e que a tarefa é muito difícil. Elogia os discursos feitos no debate do estado da Nação por Montenegro e por Passos, desvalorizando a origem de algumas ideias de Poiares Maduro, "o PSD teve duas intervenções de nível bastante bom, substanciais e com algum fundamento, dentro da perspetiva deles".
Mais surpreendente, o elogio ao "sentido de humor que aprecio" de Hugo Soares, e confessa que "eu aos 34 anos dizia coisas muito piores e muito mais radicais". Classifica a relação com Luís Montenegro como "ótima, sempre tive uma relacionamento que eu prezo e que eu penso que ele também".
Depois do elogio e das felicidades, Ferro Rodrigues critica o facto de, no caso da CPI à CGD, Hugo Soares ainda na qualidade de vice-presidente da bancada ter dito que iria apelar ao PAR para fazer qualquer coisa, mas "não me chegou absolutamente nada em termos oficiais e fizeram bem em procurar que eu não interviesse porque as CPI são completamente independentes do PAR".
Comissão Técnica Independente, afinal para que serve o Parlamento? "Não é isso, mas é próximo disso".
Ferro Rodrigues insiste em críticas já feitas à forma como a CTI foi criada. Apesar de confessar ter votado a favor em conferência de líderes, só faz sentido "se trabalhar com acompanhamento de uma Comissão do parlamento, porque se o parlamento não responde enquanto tal quando há uma situação tão grave como esta (Pedrógão)..."
Quando a entrevista foi gravada, ainda não tinha havido decisão da Comissão de Ética sobre o pedido do Ministério Público para o levantamento da imunidade parlamentar ao deputado do PSD Cristóvão Norte. Ferro confirma que lhe chegou ao gabinete "pelo menos um pedido" e mostrou-se agastado quando foi confrontado com a acusação via redes sociais de Mesquita Nunes CDS e Abreu Amorim PSD, quando o acusaram de não respeitar a separação de poderes. O PAR afirma que "não quero ser alvo dos espasmos ideológicos da Direita e da Extrema-Direita contra mim durante mais 4 ou 5 dias".
Um pessimista que se mostra otimista com o Orçamento de 2018 "agora os partidos já se conhecem melhor!"
Declarações de Ferro Rodrigues à jornalista Maria Flor Pedroso. Assita aqui a entrevista, na íntegra, dada à Antena 1.