Lei dos Solos. Castro Almeida tinha 25% de empresa imobiliária até há uma semana
Foto: RTP
O ministro Adjunto e da Coesão Territorial teve até há uma semana uma participação numa empresa imobiliária. Manuel Castro Almeida terá passado a quota aos restantes sócios já depois da polémica relacionada com o secretário de Estado Hernâni Dias.
Trata-se da Quantun 98, Investimentos Imobiliários Lda, uma sociedade criada em 1998, com sede atual em Vale de Cambra. Nas atividades, para além das ligadas à construção civil e projetos de engenharia e arquitetura, está a "compra para revenda de imóveis".
Levantam-se de novo dúvidas sobre um potencial conflito de interesses,
uma vez que esta empresa pode beneficiar da Lei dos Solos que está sob a
tutela direta deste governante.
O ministro comunicou a participação na empresa à Entidade para a Transparência, mas fez a transmissão da quota que detinha para os sócios no dia 13 de fevereiro, já depois da saída de Hernâni Dias do executivo.
Mas a Quantun 98 não foi a única participação do atual ministro neste setor. Manuel Castro Almeida chegou a ter uma outra sociedade ligada ao ramo imobiliário que foi dissolvida em 2016. Numa análise aos ex-sócios de Manuel Castro Almeida, na Quantun 98, um deles tem também participação numa construtora civil.
Na época em que o agora ministro era presidente da Câmara de São João da Madeira, a empresa Construções Fernando Soares Ferreira teve adjudicação de oito ajustes diretos e ganhou um concurso público, contratos firmados entre 2009 e 2013 cujos documentos não estão anexados no portal das contratações públicas. Ou seja, Manuel Castro Almeida fez ajustes diretos à empresa de um sócio.
Na época em que o agora ministro era presidente da Câmara de São João da Madeira, a empresa Construções Fernando Soares Ferreira teve adjudicação de oito ajustes diretos e ganhou um concurso público, contratos firmados entre 2009 e 2013 cujos documentos não estão anexados no portal das contratações públicas. Ou seja, Manuel Castro Almeida fez ajustes diretos à empresa de um sócio.
Por esta altura, também o primeiro-ministro Luís Montenegro está a braços com explicações sobre a empresa imobiliária da família. A presidência do Conselho de Ministros não respondeu à RTP se considerava existir conflito de interesses.