Entrevista RTP. Rui Tavares garante que Livre tem "gente para assumir cargos"
Em entrevista à RTP 3, esta sexta-feira, o porta-voz do Livre diz que a preferência do partido é ir a negociações e fazer um acordo escrito à esquerda, garantindo que o partido tem "gente para assumir cargos".
“O PS tem que demonstrar que num ano de cura da oposição, aprendeu, abriu a sua cabeça e percebeu que não pode ter aquela autossuficiência, arrogância, que as pessoas muitas vezes veem no PS e que o PS não vê em si mesmo”, apontou, afirmando que "as pessoas não querem de novo um PS sozinho com os seus defeitos".
“O PS dá sempre o pretexto de que há uma esquerda que não está pronta para assumir responsabilidades e nós fazemos xeque-mate a esse argumento”, asseverou, garantindo que o Livre tem “gente suficiente para assumir funcionalidades executivas”.
Para que o Livre inicie negociações, Rui Tavares explica que há certas condições. Em primeiro lugar, o futuro primeiro-ministro “não pode cair noutro caso como o de Luís Montenegro” e o Governo deve "elevar a fasquia com preferência audições prévias". O porta-voz do Livre exige ainda que “não haja qualquer privatização do SNS, que haja investimentos na habitação e educação, que não haja nenhum abandono do apoio à Ucrânia e que haja um reconhecimento da independência da Palestina”.
Para Rui Tavares, estas exigências são atendíveis, “não só da parte do PS, como de outros partidos da esquerda e da ecologia”.
Sobre a polémica que levou à queda do executivo de Luís Montenegro, Rui Tavares defende audições prévias dos políticos, tal como acontece na Europa com os comissários europeus.