Entrevista a Inês Sousa Real. "António Costa não se pode remeter ao silêncio"
A porta-voz reeleita do Pessoas-Animais-Natureza negou este domingo, em entrevista à RTP3, que o partido tenha atravessado uma fase de falta de democracia interna. Inês Sousa Real defendeu que a sua formação política "faz muita falta" numa fase de "instabilidade política sem precedentes". E o primeiro-ministro, frisou, "não se pode remeter ao silêncio" face ao caso de João Galamba.
"Tem havido um péssimo exemplo naquilo que foi este caso de gestão danosa da TAP, em que mais de três mil milhões de euros dos dinheiros dos contribuintes têm sido usados para ser injetados na empresa e de forma até bastante danosa", apontou, entrevistada no 360.
"Depois, com todo este caso do SIS e do ministro João Galamba, ficou claro que há aqui um exemplo até de responsabilidade política e de decência que tem que existir no exercício dos cargos públicos, em que não há condições, no nosso entender, para que João Galamba continue a exercer funções e António Costa não se pode remeter ao silêncio", prosseguiu.
"Apesar desta instabilidade, nós acreditamos que os portugueses não querem, neste tempo, um novo ato eleitoral", ressalvou.
Questionada sobre possíveis acordos pré ou pós-eleitorais, Inês Sousa Real retorquiu: "Neste momento - e é precipitado falarmos a esta distância - nós temos que ter sempre o conhecimento daquilo que é o caderno de encargos de cada força política que irá concorrer a eleições". Em matéria eleitoral, o PAN propõe-se agora recuperar um lugar no Parlamento Europeu, para "fazer a diferença nas políticas que são fundamentais", nas palavras de Inês Sousa Real.
A dirigente do PAN quis assinalar o "trabalho de oposição responsável" que o partido tem levado a cabo, quando questionada sobre a aparente perda de ímpeto que se seguiu à saída de André Silva.
Sobre a estratégia para o futuro imediato, Inês Sousa Real considerou "fundamental, face à crise socioeconómica e aos problemas da instabilidade política, por força da intervenção do SIS", que qualquer força com assento parlamentar "tenha uma palavra a dizer".
A porta-voz do PAN colocou também a tónica nas questões ambientais. "Quando temos um ano de profunda seca, em que vamos voltar a ter incêndios e não tem havido a devida prevenção, nem para combater o problema da seca, nem para a prevenção dos incêndios, o PAN é uma voz absolutamente essencial na proteção ambiental", sustentou.