Eleições antecipadas. Santana Lopes considera que Marcelo "tomou a opção menos má"

por RTP

Em entrevista à RTP no Jornal 2, Pedro Santana Lopes disse que Marcelo Rebelo de Sousa "tomou a opção menos má" ao decidir dissolver a Assembleia da República e convocar eleições antecipadas.

"Num quadro como estes, tão desagradável e castigador para o país, não havia nenhuma opção boa", disse o antigo primeiro-ministro, considerando que o Presidente da República "foi corajoso na decisão".

"Numa situação grave e inesperada como esta, dar lugar a qualquer governo da responsabilidade da atual maioria absoluta seria uma solução que corresponsabilizaria o Presidente da República", afirmou.

Santana Lopes considera que estão reunidas as condições para uma vitória do PSD nas próximas eleições, convocadas para 10 de março, mas deixa um conselho a todos os atores políticos.

"É bom que todos os atores políticos pensem com calma nos vários exemplos históricos", disse Santana Lopes, recordando que em 2002, quando António Guterres se demitiu do cargo de primeiro-ministro após a derrota significativa do PS nas eleições autárquicas, o seu sucessor, Ferro Rodrigues, ia ganhando as eleições.

"O PS conseguiu renascer das cinzas e quase ia ganhando as eleições", recorda Santana Lopes, considerando que é necessária "uma plataforma pré-eleitoral do centro-direita, se querem ganhar as eleições".

Questionado sobre um eventual acordo pós-eleitoral com o Chega, Pedro Santana Lopes respondeu que "se houver inteligência do centro-direita, penso que não devem responder a não ser quando o novo líder do PS responder se admite ou não fazer acordo com o BE e o PCP".

"O centro-direita não pode deixar-se condicionar pelas linhas vermelhas que a esquerda quer impor aos outros mas não respeita para si", asseverou.

Questionado sobre um possível regresso ao PSD, Santana Lopes diz que "não está previsto", mas admite participar na campanha eleitoral dos social-democratas.
PUB