Mais de 255 mil eleitores votaram nas legislativas regionais da Madeira, as quartas antecipadas da Região Autónoma e as terceiras em ano e meio. Com 14 candidaturas na corrida, a taxa de abstenção foi inferior à registada no ato eleitoral anterior (maio de 2024).
O líder do Governo Regional conseguiu a eleição de 23 deputados, num total de 47 assentos no parlamento regional, o que significa que
ficou a um deputado da maioria absoluta.
Marcelo Rebelo de Sousa vê nestes resultados uma decisão dos eleitores:
os madeirenses escolheram a estabilidade política.
O presidente da República já dá por garantido esse cenário de maioria, graças a um previsível acordo entre PSD e CDS regionais.
O deputado democrata-cristão eleito, José Manuel Rodrigues, mostrou disponibilidade para negociar, remetendo a decisão sobre um eventual acordo de governo para "os próximos dias".
O partido Juntos Pelo Povo, JPP, passa a liderar a oposição madeirense, ao eleger mais dois deputados (11 assentos na assembleia regional madeirense), que no mandato atual.Os socialistas foram os grandes derrotados porque perderam três deputados e caíram para terceira força política. Derrota partilhada também pelo Chega/Madeira, que perdeu um deputado em relação às eleições anteriores.
O Chega, autor da moção de censura que desencadeou estas eleições antecipadas, foi o mais penalizado. O partido passou de quatro para três deputados.
Para o comentador de política nacional da RTP, Ricardo Jorge Pinto, os resultados das eleições regionais mostram que PS e Chega foram "castigados" pelos eleitores por terem precipitado a queda do Governo Regional de Miguel Albuquerque.
Sendo de esperar, acredita Ricardo Jorge Pinto, que esta situação vai marcar a campanha para as legislativas de maio.
No continente, o presidente do PSD, Luís Montenegro, considerou que a
"extraordinária vitória" social-democrata "corresponde, também, a uma
derrota em toda a linha de uma oposição concertada e destrutiva do PS e do Chega", uma vez que os socialistas viabilizaram a moção de censura do Chega.
Já Pedro Nuno Santos, apesar de admitir que
"não há como ignorar" a derrota do PS/Madeira, rejeitou leituras nacionais dos resultados. O líder do PS defende que n
ão se pode fazer uma relação com a política do continente.
Numa outra análise daos resultados regionais madeirenses, António Costa Pinto, comentador para política nacional, afirma que as eleições na Madeira, como nos Açores, têm cada vez mais dinâmicas próprias.
O representante da República para a Madeira vai ouvir, na sexta-feira, os seis partidos que garantiram assento na Assembleia Legislativa.
Após ouvir os partidos, Ireneu Barreto irá convocar o líder do partido mais votado, o PSD, Miguel Albuquerque, para ser indigitado a formar o novo Governo Regional.
c/ Lusa