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Debate na RTP3. Chega e PAN trocam acusações sobre apego ao poder

por RTP
Foto: Pedro A. Pina - RTP

No debate transmitido esta segunda-feira na RTP, a líder do PAN, Inês Sousa Real, acusou o Chega de querer chegar ao poder "a todo o custo" e ser governo, o que "porá em causa os direitos sociais". André Ventura, líder do Chega, respondeu que é "o PAN que se cola ao poder como uma lapa", o que, diz, aconteceu na Madeira, onde "o PAN usou o argumento de que o Chega pode crescer".

Na reação às eleições regionais nos Açores, André Ventura sublinhou que os acordos de incidência parlamentar foram maus para a região e que seria uma “grande irresponsabilidade” prosseguir com um governo minoritário.

Inês Sousa Real destacou que, apesar de ter apenas uma única deputada na última legislatura, “foi o partido que mais medidas fez avançar”, ao que André Ventura respondeu que o PAN é “a muleta do PS”.

Em resposta, a líder do PAN vincou que foi o Chega quem votou mais vezes ao lado do PS.
"O Chega votou mais ao lado do PS do que o PAN. É uma verdade inconveniente", afirmou Inês Sousa Real.

A porta-voz do PAN acusou por seu lado o Chega de querer "chegar ao poder a todo o custo e ser governo", considerando que a acontecer isso iria "pôr em causa os direitos sociais".

Face ao cenário de as polícias colocarem em causa a realização das eleições, qualificado pela governação como um ato de insubordinação grave, Ventura diz que “um ato de terrorismo já foi realizado contra as forças de segurança”, que não têm condições de vida justas e que deixam de ter um subsídio que foi atribuído à PJ, uma medida que está num Orçamento que o PAN votou e o Chega chumbou, acusou o líder do Chega.

“Estes homens sentem-se injustiçados e o MAI vai abrir processos crimes contra estes homens e mulheres”, sublinhou.

André Ventura considerou ainda pouco credível que as eleições legislativas estejam sob ameaça, reiterando que as forças de segurança “estão interessadas numa mudança política a 10 de março” e os polícias “são os primeiros interessados que se realizem eleições”.

Considerando as reivindicações dos polícias “mais do que justas”, juntando a este grupo os bombeiros, Inês Sousa Real disse que o PAN quer a revolução mas “não nas ruas”.
Sobre as acusações de “ato terrorista”, a líder do PAN diz que o que se passa é que as pessoas estão cansadas.

Questionados sobre os impostos sobre lucros excessivos nas petrolíferas e banca, André Ventura considera compreensível que se peça um esforço aos que mais lucram, mas que esse esforço não se pode repercutir nos contribuintes. Acusou ainda o PAN de ter defendido “o aumento sistemático dos impostos sobre os combustíveis”.

Inês Sousa Real vincou que o PAN “está ao lado das famílias” e que o Chega “votou ao lado da banca” na anterior legislatura. Considerou que o dinheiro e borlas fiscais que estão a ser dadas às empresas devem ir para as famílias e empresas com boas práticas.

A líder do PAN defendeu ainda que o dinheiro deve ser alocado aos transportes públicos e que é necessário um debate sobre a ferrovia, “não apenas debater o aeroporto”.

Relativamente a medidas pelos jovens, André Ventura propõe um crédito que beneficie aquele grupo no sentido de poder aceder mais facilmente à habitação. Lembra uma proposta do Chega de isenção de IRS até que o rendimento perfaça os 100 mil euros.

Sobre a construção, Ventura usou os números do Estado Novo para falar da fraca construção de habitação. "A média de construção em Portugal na última década foi abaixo da última década do Estado Novo", vincou.

Ventura acusou depois o PAN de estar há oito anos a aprovar orçamentos com o PS.

Inês Sousa Real, lamentando a comparação com o Estado Novo, disse que a regularização do direito à habitação tem sido defendido pelo PAN com o alargamento do programa Porta 65 e o direito a ter casa própria com medidas como o crédito bonificado, que diz ter o voto contra do Chega.

A líder do PAN defendeu ainda que deve ser feito um levantamento do património do Estado e que este deve ser colocado no mercado imobiliário. Medidas que devem ser postas em curso, referiu, para que se consiga dar a resposta para fixar os jovens em território nacional.

Questionado sobre as alterações climáticas, que agora ocupa parte do seu programa, Ventura sublinhou que há no partido uma rejeição de medidas punitivas para defender o ambiente, nomeadamente através de taxações e impostos. Diz antes que deve ser defendido o estudo e a implementação da energia nuclear, por exemplo.

Inês Sousa Real lembrou que foi o PAN que defendeu o IVA Zero no cabaz essencial e de que beneficiaram agricultores e produtores.
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