Debate na RTP. Pedro Nuno Santos apela ao voto útil, Rui Tavares pede maioria de esquerda
O secretário-geral do PS e o porta-voz do Livre estiveram esta sexta-feira em debate na RTP. Num tom cordial e amistoso, os dois candidatos mostraram-se em harmonia em grande parte dos temas abordados. No entanto, se Rui Tavares insistiu na necessidade de construir uma maioria com os partidos à esquerda, Pedro Nuno Santos aproveitou para apelar ao voto útil no PS contra a direita.
Pedro Nuno Santos diz que as “boas ideias” de Rui Tavares só podem ser implementadas se for o PS a governar. Já o porta-voz do Livre fez questão de recordar algumas das medidas que só foram aprovadas na última legislatura devido à insistência do Livre.
No início do debate, ambos os candidatos foram convidados a comentar a situação nos Açores. Rui Tavares considerou que até às eleições de 10 de março ainda há tempo “para evitar os erros que foram cometidos nos Açores” e “construir uma maioria de esquerda”.
Por sua vez, Pedro Nuno Santos criticou que haja “dois pesos e duas medidas” nesta questão, uma vez que o PS venceu as eleições nos Açores em 2020 e, nessa altura, “o PSD escolheu governar com o apoio do Chega”.
Referindo-se depois à situação nacional, garantiu que o PS irá procurar governar se conseguir uma maioria ou se ganhar eleições. Quando não consegue, estará a liderar a oposição. “O pior serviço que faríamos à democracia portuguesa era termos uma governação com o PS e o PSD comprometidos com essa mesma governação”, considerou.
"Decisões rápidas" na Habitação
No tema da Habitação, o Livre costuma criticar o PS, por considerar que acordou tarde para a crise e que agora corre atrás do prejuízo. “O Governo acordou para a crise quando ainda estava a falar do problema e agora fala da crise quando já temos uma emergência”, resume Rui Tavares.
Entre várias propostas que já foram apresentadas, o Livre recorda as propostas no sentido de aproveitar espaços públicos para habitação. “Quartéis esvaziados no centro das nossas cidades, ex-tribunais civis, ex-hospitais civis, ex-penitenciárias” e que nesses edifícios haja “um plano de refuncionalização”.
Tal ajudaria a lidar com a pressão de estudantes universitários, argumenta, o que retiraria pressão na habitação para as famílias. Rui Tavares considera que é necessário “improvisar” e tomar “decisões rápidas” para enfrentar a emergência habitacional “como se enfrentou a pandemia ou a guerra na Ucrânia”.
Criticou o PS, que diz ter “esvaziado” esta medida, tendo apenas permitido o inventário de edifícios que poderiam ser utilizados. Por isso, pede um Livre com mais força na Assembleia da República.
Em resposta, Pedro Nuno Santos elencou as várias medidas do Governo ao longo dos últimos anos no que diz respeito à habitação. Assinalou que as soluções já estão em curso e que “estão a começar a produzir resultados”.
O tema da Educação
Quanto à Educação, Pedro Nuno Santos garantiu que a reposição do tempo integral de serviço dos professores irá ocorrer “ao longo da legislatura”, mas assinalou que o PS irá trazer outras medidas relevantes, como uma melhoria dos escalões de entrada na profissão, de forma a torna-la mais atrativa.
Questionado sobre qual seria a melhoria concreta, o secretário-geral do PS não especificou números ou percentagens, sublinhando que esses dados só serão alcançados após um processo negocial com os sindicatos.
Rui Tavares assinalou que a recuperação do tempo dos professores é algo que já estava no programa do Livre em 2015. Neste tema, lembrou o problema de falta de docentes e o parco investimento em educação, considerando que se trata de uma “traição ao nosso futuro”.
Pedro Nuno Santos apressou-se a contrariar esta ideia, argumentando que os resultados do PISA dos estudantes portugueses estão “em média com a OCDE” e que a queda registada no último relatório foi provocada pela pandemia.
“Não podemos fazer de conta que correu mal”, vincou o líder do PS, ao assinalar ainda a redução da taxa de abandono escolar.
“Solução não é desistir” do SNS
Na Saúde, os dois líderes estiveram praticamente em sintonia. Rui Tavares opôs-se às “fezadas” da direita e considerou que os “sistemas mistos são de recusar no nosso país”. Criticou ainda o facto de o SNS não saber “nada do privado”, enquanto o privado sabe de tudo o que se passa no SNS, pelo que “é fácil roubar profissionais”.
Pedro Nuno Santos defendeu com veemência a necessidade de aposta no Serviço Nacional de Saúde, considerando que o seu futuro se joga nestas eleições. “Há uma direita, uma AD, que não acredita no SNS e quer desviar recursos para o privado”, alertou.
O líder socialista reconheceu que o SNS está sob pressão e enfrenta vários desafios, com uma sociedade cada vez mais envelhecida. “A solução não é desistir dele, é defendê-lo”, argumentou.
Rui Tavares assentiu, considerando que o SNS “já paga demasiado aos privados”. Insistiu apenas na necessidade de aproveitar os fundos do PRR para a saúde mental ou dentária, por exemplo. E defendeu a necessidade de adotar uma postura de defesa de Saúde em várias políticas, lembrando o projeto da semana de quatro dias.
Voto útil?
Por fim, ao recordar a proposta de passe ferroviário nacional, concertada entre PS e Livre mediante proposta deste último partido, Pedro Nuno Santos argumentou que “a agenda do Livre é compatível” com a agenda do PS, mas que as “boas ideias” do Livre só pode são aplicadas com uma vitória do PS.
O líder socialista alertou que o risco da direita vencer esta eleição é “real” e que “não se perspetiva uma maioria de esquerda”.
Rui Tavares desvalorizou os apelos ao voto no PS e rejeitou que o voto útil possa colocar em causa a sobrevivência do Livre. “O que é útil é haver subsídio de desemprego para vítimas de violência doméstica”, ripostou, lembrando uma das medidas que o Livre fez aprovar no último Orçamento do Estado, assim como o aumento do abono de família para mães e pais solteiros.
Em resposta, Pedro Nuno Santos insistiu que essas medidas só foram aprovadas porque era o PS quem governava.
Entre várias propostas que já foram apresentadas, o Livre recorda as propostas no sentido de aproveitar espaços públicos para habitação. “Quartéis esvaziados no centro das nossas cidades, ex-tribunais civis, ex-hospitais civis, ex-penitenciárias” e que nesses edifícios haja “um plano de refuncionalização”.
Tal ajudaria a lidar com a pressão de estudantes universitários, argumenta, o que retiraria pressão na habitação para as famílias. Rui Tavares considera que é necessário “improvisar” e tomar “decisões rápidas” para enfrentar a emergência habitacional “como se enfrentou a pandemia ou a guerra na Ucrânia”.
Criticou o PS, que diz ter “esvaziado” esta medida, tendo apenas permitido o inventário de edifícios que poderiam ser utilizados. Por isso, pede um Livre com mais força na Assembleia da República.
Em resposta, Pedro Nuno Santos elencou as várias medidas do Governo ao longo dos últimos anos no que diz respeito à habitação. Assinalou que as soluções já estão em curso e que “estão a começar a produzir resultados”.
O tema da Educação
Quanto à Educação, Pedro Nuno Santos garantiu que a reposição do tempo integral de serviço dos professores irá ocorrer “ao longo da legislatura”, mas assinalou que o PS irá trazer outras medidas relevantes, como uma melhoria dos escalões de entrada na profissão, de forma a torna-la mais atrativa.
Questionado sobre qual seria a melhoria concreta, o secretário-geral do PS não especificou números ou percentagens, sublinhando que esses dados só serão alcançados após um processo negocial com os sindicatos.
Rui Tavares assinalou que a recuperação do tempo dos professores é algo que já estava no programa do Livre em 2015. Neste tema, lembrou o problema de falta de docentes e o parco investimento em educação, considerando que se trata de uma “traição ao nosso futuro”.
Pedro Nuno Santos apressou-se a contrariar esta ideia, argumentando que os resultados do PISA dos estudantes portugueses estão “em média com a OCDE” e que a queda registada no último relatório foi provocada pela pandemia.
“Não podemos fazer de conta que correu mal”, vincou o líder do PS, ao assinalar ainda a redução da taxa de abandono escolar.
“Solução não é desistir” do SNS
Na Saúde, os dois líderes estiveram praticamente em sintonia. Rui Tavares opôs-se às “fezadas” da direita e considerou que os “sistemas mistos são de recusar no nosso país”. Criticou ainda o facto de o SNS não saber “nada do privado”, enquanto o privado sabe de tudo o que se passa no SNS, pelo que “é fácil roubar profissionais”.
Pedro Nuno Santos defendeu com veemência a necessidade de aposta no Serviço Nacional de Saúde, considerando que o seu futuro se joga nestas eleições. “Há uma direita, uma AD, que não acredita no SNS e quer desviar recursos para o privado”, alertou.
O líder socialista reconheceu que o SNS está sob pressão e enfrenta vários desafios, com uma sociedade cada vez mais envelhecida. “A solução não é desistir dele, é defendê-lo”, argumentou.
Rui Tavares assentiu, considerando que o SNS “já paga demasiado aos privados”. Insistiu apenas na necessidade de aproveitar os fundos do PRR para a saúde mental ou dentária, por exemplo. E defendeu a necessidade de adotar uma postura de defesa de Saúde em várias políticas, lembrando o projeto da semana de quatro dias.
Voto útil?
Por fim, ao recordar a proposta de passe ferroviário nacional, concertada entre PS e Livre mediante proposta deste último partido, Pedro Nuno Santos argumentou que “a agenda do Livre é compatível” com a agenda do PS, mas que as “boas ideias” do Livre só pode são aplicadas com uma vitória do PS.
O líder socialista alertou que o risco da direita vencer esta eleição é “real” e que “não se perspetiva uma maioria de esquerda”.
Rui Tavares desvalorizou os apelos ao voto no PS e rejeitou que o voto útil possa colocar em causa a sobrevivência do Livre. “O que é útil é haver subsídio de desemprego para vítimas de violência doméstica”, ripostou, lembrando uma das medidas que o Livre fez aprovar no último Orçamento do Estado, assim como o aumento do abono de família para mães e pais solteiros.
Em resposta, Pedro Nuno Santos insistiu que essas medidas só foram aprovadas porque era o PS quem governava.