O Parlamento encerrou esta terça-feira o debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2024, que foi aprovado pela maioria absoluta socialista. PSD, Chega, IL, PCP e BE votaram contra, enquanto Livre e PAN optaram pela abstenção.
O Parlamento encerrou esta terça-feira o debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2024, que foi aprovado pela maioria absoluta socialista. PSD, Chega, IL, PCP e BE votaram contra, enquanto Livre e PAN optaram pela abstenção.
Pedro A. Pina - RTP
Na sua intervenção final na Assembleia da República, esta terça-feira, a dirigente do PAN disse que esperava mais das sessões de debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2024. "Não esperávamos aqui um "remake" daquilo que seria uma série "Sei o que fizeste no Orçamento passado" (...) é um orçamento que nos traz aqui muito pouco, traz-nos mais contas certas com Bruxelas e com a banca do que propriamente contas certas com as famílias e com as empresas".
Na sua intervenção no Parlamento, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social começou por dizer que "as pessoas e os trabalhadores têm sido a alavanca e o motor das nossas vidas e do nosso país".
Em resposta às questões colocadas pela oposição, o Ministro da Saúde reconheceu as dificuldades que enfrenta o SNS, mas acusou o PSD de ser o causador do descontentamento dos médicos, que pedem para "acabar com as normas que o Governo do PSD introduziu nos horários de trabalho dos médicos e nos horários de trabalho de urgência".
A socialista Vera Braz desmentiu a acusação do PSD de aumento da carga fiscal nos Governos socialistas e defendeu que o único "valor mais elevado em 2022" era "o peso das contribuições sociais".
O ministro das Finanças afirmou hoje que os dados da evolução do PIB do terceiro trimestre reforçam a importância de estimular a procura interna, numa altura de desafios no exterior.
Em resposta às intervenções dos deputados, Fernando Medina começou por clarificar um "mito": "os portugueses pagarão em 2024 menos impostos do que pagaram em 2023".
Fernando Medina respondia às interpelações dos partidos depois do discurso de abertura do segundo dia do debate na generalidade sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), que culmina hoje com a votação do documento.
"Os números do PIB [Produto Interno Bruto] hoje conhecidos tornam claros: perante a recessão do exterior, da procura externa, temos de reforçar a procura interna", afirmou.
Em causa estão os dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que revelam que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,9% no terceiro trimestre face ao mesmo período do ano passado e contraiu 0,2% em cadeia.
A estimativa rápida do INE está em linha com os economistas consultados pela Lusa, que apontavam para um crescimento homólogo do PIB entre 1,7% e 2,4%, enquanto o intervalo em cadeia variava entre uma expansão do PIB de 0,4% e uma contração de 0,3%.
Nas previsões subjacentes à proposta do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), o Governo prevê para a totalidade deste ano um crescimento da economia de 2,2%.
Inês Sousa Real quis saber as quais as intenções do Governo para o "excedente orçamental" previsto no Orçamento do Estado para 2024, uma vez que considera que "não basta pagar a dívida pública" é preciso "aliviar verdadeiramente as famílias".
O presidente da Iniciativa Liberal aproveitou a sua intervenção para pedir esclarecimentos sobre "uma série de mistérios" presentes na proposta do Orçamento do Estado para 2024, nomeadamente a descida do IRS, a tributação do salário minimio e a ausência das empresas.
Após a intervenção de abertura do ministro das Finanças, Fernando Medina, Duarte Pacheco, acusou o Governo socialista de ser estilo "sanguessuga" devido ao aumento da carga fiscal previsto na proposta do Orçamento do Estado para 2024, apesar de mascarado "pelas cantigas para adormecer os portugueses".
O ministro das Finanças, Fernando Medina, criticou hoje os argumentos da oposição sobre a estratégia orçamental, defendendo que quem critica a redução da dívida pública o faz por falhar onde o Governo está a ter sucesso.
Fernando Medina falava na abertura do segundo dia do debate na generalidade sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), que culmina hoje com a votação do documento.
"Os que criticam a descida da dívida, fazem-no porque falham onde o Governo está a ter sucesso", afirmou.
Fernando Medina criticou a direita, por considerar que apregoa a importância da redução da dívida pública, "mas todos os dias defende mais e mais medidas, prometendo sem critério, nem limite".
"A direita não reduziu a dívida no passado e não tem qualquer ideia sobre o que fazer no presente, porque na verdade a direita não sabe reduzir a dívida, pois continua presa à sua ideologia de redução do Estado social e da contração do crescimento de rendimentos e direitos dos trabalhadores", disse.
No entanto, também respondeu às críticas dos partidos à esquerda do PS, que têm defendido mais investimento em áreas como a saúde ou mais apoios aos rendimentos.
"Já à esquerda do PS, mesmo a que timidamente afirma que reduzir a dívida é importante, discorda sempre do ritmo e da oportunidade", afirmou.
Segundo Medina, estes partidos argumentam que "agora não é momento", que agora se devia "reduzir menos", mas na prática tal leva "a aumentos contínuos da dívida pública, à redução da autonomia de decisão e ao aumento dos riscos sobre o país".
O ministro voltou a defender que o OE2024 é "responsável", porque "apoia os portugueses, sem prescindir do equilíbrio orçamental".
"Preserva assim o fundamental: a possibilidade de reagir caso as condições económicas se agravem, deixando os estabilizadores automáticos funcionar, não correndo riscos na nossa credibilidade financeira", salientou.
Por outro lado, é "responsável porque a despesa corrente sem juros e sem gastos financiados por PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] crescerá 5,7% em 2024, passando a pesar 37% do PIB".
O OE2024, que tem a aprovação garantida devido à maioria absoluta do PS, tem a votação final global agendada para 29 de novembro.
A proposta do OE2024 revê em alta o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, de 1,8% para 2,2%, e em baixa de 2,0% para 1,5% no próximo ano.
Já quanto à inflação, o executivo prevê que a taxa caia de 8,1% em 2022 para 5,3% em 2023 e 3,3% em 2024.A proposta de lei prevê, igualmente, o melhor saldo orçamental em democracia, apontando para 0,8% do PIB em 2023 e 0,2% em 2024.
Foto: Pedro A. Pina - RTP
O primeiro-ministro admitiu que a privatização da TAP afinal pode não avançar. António Costa disse que a empresa só será vendida se o comprador garantir que o aeroporto de Lisboa mantém a importância estratégica.
RTP
O antigo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, não concorda com os argumentos para a privatização da TAP e contraria António Costa. Diz que é uma falsa questão a preservação do "hub" de Lisboa, ou seja, a base de operações da companhia aérea, como condição essencial para a venda da empresa.
Foto: Pedro A. Pina - RTP
PCP e Bloco de Esquerda dizem que a proposta do Orçamento do Estado não resolve os problemas dos portugueses. Os dois partidos exigem mais aumento de salários e pensões, e maior investimento nos serviços públicos.
Foto: Pedro A. Pina - RTP
António Costa acusou a oposição de mentir sobre o Orçamento do Estado. No debate no Parlamento, PSD, Chega e IL responderam com críticas ao aumento da carga fiscal no próximo ano.
Foto: Dumitru Doru - EPA
O presidente da República afirmou que o Orçamento do Estado foi feito à defesa. Em visita à Moldova, Marcelo Rebelo de Sousa disse que não é um documento estimulante.