No jantar de Natal do grupo parlamentar do PS, o ainda primeiro-ministro fez críticas aos partidos de direita, que diz terem sido contaminados pelo Chega "no estilo, vocabulário e na forma de estar na política". António Costa considerou ainda que os resultados dos oito anos de governação socialista deram à direita "toda a amargura do mundo" e que os ex-líderes do PSD se tornaram num "clube de profetas da desgraça".
“Aquilo que aconteceu ao longo desta legislatura na Assembleia da República, que é aliás o que tem acontecido em toda a Europa onde a extrema-direita se fortalece, não é a força da extrema-direita em si, mas é a capacidade de contágio que a extrema-direita tem relativamente aos seus vizinhos da direita radical e democrática, que se vão deixando contaminar”, apontou.
Esses partidos “não se contaminam porque passam a adotar o programa da extrema-direita”, mas sim porque “se deixam contaminar no estilo, no vocabulário, na forma de estar na política”.
“Degradam a política, e ao degradar a política, degradam a democracia”, vincou.
Ao resumir o tempo que esteve à frente do Executivo, lembra que os oito anos de Governo “começaram com a ameaça do diabo e acabaram com um Prémio Nobel a falar de um milagre económico”, afirmou António Costa.Em declarações aos jornalistas, antes do jantar, António Costa afirmou que o "azedume não merece comentário". E ironizou, ao estimar que "deve ser muito cansativo estar há oito anos a contar dia após dia à espera que o diabo chegue".
O primeiro-ministro fazia o contraste entre as declarações de Passos Coelho em 2016, quando afirmou “Vem aí o Diabo”, e as palavras de Paulo Krugman, Nobel da Economia, que em novembro último considerou que Portugal era “uma espécie de milagre económico”.
António Costa argumentou, nesta declaração aos socialistas, que o “sucesso” do PS se explica pela adoção de “boas políticas”.
“Acho que nos podemos orgulhar (…) dos resultados que temos para apresentar dos últimos oito anos”, vincou.
"Profetas da desgraça"
O chefe de Governo assinalou algumas das principais medidas adotadas, nomeadamente a redução da dívida. “Não temos a dívida a reduzir como a direita desejou reduzir. E falhou. Essa é a maior derrota que lhes dá toda a amargura do mundo”, afirmou António Costa.
Esta amargura, considera o primeiro-ministro, faz com que vários antigos líderes do PSD vão formando “um clube de profetas da desgraça”, ironizou.
“Nós conseguimos os resultados que eles gostariam de ter tido, não com as políticas deles mas com as nossas políticas ”, argumentou o ex-secretário-geral do PS.
Minutos antes, na chegada ao jantar de Natal do grupo parlamentar do PS, em resposta aos jornalistas sobre a intervenção de Pedro Passos Coelho, António Costa afirmou que o “azedume não merece comentário”.
“Eu percebo, deve ser muito cansativo estar há oito anos a contar dia após dia à espera que o diabo chegue. O diabo nunca mais chega, depois sai isto", acrescentou ainda.
No discurso aos socialistas, António Costa garantiu ainda que o PS irá continuar as políticas seguidas para alcançar "bons tesultados" e dar "estabilidade à vida dos portugueses".
“Podem criar instabilidade na vida política, podem criar instabilidade na Assembleia da República, podem-nos derrubar pela segunda vez", afirmou o primeiro-ministro, que apresentou a demissão no início de novembro na sequência da Operação Influencer.
"Mas há uma coisa que os portugueses sabem", continuou António Costa. "Quem garantiu estabilidade no dia a dia da sua vida foi o PS. E só com o PS podem contar para ter estabilidade na sua vida”, argumentou.
“Podem criar instabilidade na vida política, podem criar instabilidade na Assembleia da República, podem-nos derrubar pela segunda vez", afirmou o primeiro-ministro, que apresentou a demissão no início de novembro na sequência da Operação Influencer.
"Mas há uma coisa que os portugueses sabem", continuou António Costa. "Quem garantiu estabilidade no dia a dia da sua vida foi o PS. E só com o PS podem contar para ter estabilidade na sua vida”, argumentou.