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COP29. Portugal quer ver China a financiar países pobres

por Cristina Santos - RTP
EPA

A ministra do Ambiente manifestou esta terça-feira a expectativa, em Baku, de que a COP29 traga uma "nova visão de quem são os doadores" - os países que financiam os mais pobres. Quanto à ausência do primeiro-ministro na conferência e as críticas de ambientalistas, Maria da Graça Carvalho admite que gostava de contar com a presença de Luís Montenegro, mas o chefe do Executivo "tem em mãos" o Orçamento do Estado e não pode estar presente.

Maria da Graça Carvalho, que lidera a delegação portuguesa presente na Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, lembra que "no financiamento do clima, tradicionalmente, existem os países industrializados que contribuem e os países em desenvolvimento que recebem esse financiamento". A ministra portuguesa considera necessário atualizar esta "divisão antiquada que não está ajustada aos dias de hoje".Isto porque países como "a China e a Arábia Saudita são considerados países em desenvolvimento e não contribuem para os países mais pobres".

Relativamente à mensagem que Portugal leva a Baku, esta passa por reafirmar o "apoio aos países em desenvolvimento”. O que passa por alargar a base de doadores e também que sejam considerados “os investimentos privados” nesse financiamento.

Questionada pela enviada especial da RTP à COP29 sobre se Portugal vai reforçar o financiamento, a ministra do Ambiente e Energia prefere lembrar o Programa de cooperação com países em desenvolvimento, sendo a maior parte dos projetos com países de língua oficial portuguesa.
De acordo com a Oxfam, um bilionário emite numa hora e meia o mesmo carbono que um cidadão médio uma vida inteira.

Ainda na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, um dos discursos mais marcantes, até agora, foi o da presidente das Ilhas Marshall, Hilda Heine.

A nação insular é um dos países mais vulneráveis às alterações climáticas. As ilhas de coral não estão a mais que dois metros acima do nível do mar.Se a temperatura global aumentar para 2ºC, existe uma ameaça real e iminente de as Ilhas Marshall deixarem de existir.

Hilda Heine afirmou que o país tem um plano para se proteger, mas é preciso dinheiro. “Não podemos continuar a ser irrealistas quanto ao custo da crise que todos sabemos ser de milhares de milhões de dólares por ano”, garantiu a presidente das Ilhas Marshall.

Hilda Heine acrescentou que "quem está aqui para lutar não é amigo de ilhas como a minha". Em causa estão as negociações sobre o valor exato que as nações mais ricas podem dar.
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