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Convenção da AD. Montenegro assume "missão" de "juntar as famílias portuguesas"

por Carlos Santos Neves - RTP
“Temos de parar com a fuga do nosso talento para o estrangeiro” António Pedro Santos - Lusa

No discurso que culminou os trabalhos da Convenção por Portugal, da Aliança Democrática, este domingo, Luís Montenegro apontou a mira a um “projeto do PS” que, nas suas palavras, “nivela por baixo”. O líder do PSD quis falar, entre os destinatários mais invocados, a pensionistas e jovens. Aos primeiros acenou com a “reconciliação”. Aos segundos prometeu melhores condições fiscais. A missão dos social-democratas, afirmou, “é juntar as famílias portuguesas”.

“Temos de dar aos pensionistas e aos mais velhos a atenção que merecem. Esta é a altura de nos reconciliarmos com os pensionistas e com os reformados de Portugal. Sei bem que alguns deles têm receios em votar em nós”, admitiu o presidente do PSD, para recordar, em seguida, o currículo de Cavaco Silva enquanto primeiro-ministro, em concreto a criação do 14.º mês.

Dirigindo-se, depois, aos jovens, Luís Montenegro vincou: “Falharemos enquanto nação se não dermos mais oportunidades profissionais, melhores salários e o orgulho de ficarem cá. Temos de parar com a fuga do nosso talento para o estrangeiro. Temos de acabar com o crime social de não conseguirmos fixar cá os nossos jovens”.

“Os jovens portugueses têm direito a terem uma vida ao lado das famílias e dos seus amigos”, insistiu, antes de voltar à carga com as propostas de fixar a taxa de IRS em 15 por cento para os jovens até aos 35 anos, da isenção do IMT na compra da primeira habitação e da comparticipação do Estado, nos empréstimos bancários a 100 por cento.

“A nossa missão é juntar as famílias portuguesas. Não vamos falhar aos filhos e às famílias de Portugal”, lançou.
“É a altura de mudarmos o chip
Outra das ideias propugnadas pelo líder laranja foi a da mudança do chip do país no que diz respeito à “subsidiodependência”.

“Não podemos ficar agarrados aos mínimos olímpicos. Não podemos eternizar o país na subsidiodependência, não nos resignamos a essa fatalidade”, enfatizou, antes de defender que “Portugal precisa de aproveitar as oportunidades”.

“Não podemos ser sempre aqueles que estão sempre à espera de ser elegíveis para mais um apoio. Temos de erradicar com essa cultura do poucochinho”, carregou.

Luís Montenegro retomou, neste capítulo, a proposta de redução do IRC para 15 por cento, até ao final da legislatura, e a isenção fiscal e contributiva dos prémios de produtividade até seis por cento da remuneração anual.Para o líder do PSD e da AD, os resultados da governação do PS “deviam fazer corar de vergonha qualquer pessoa que se diz ideologicamente de esquerda”, tendo redundado no “pior momento da nossa história democrática na saúde, educação e habitação”.


“O meu adversário é contra a baixa de impostos. Os portugueses devem saber. Entendemos a descida de impostos como fundamental e o PS acha o contrário. O PS quer subtrair às pessoas, às famílias e às empresas os máximos de impostos para depois as amarrem aos subsídios e às ajudas”
, acusou.

“Empobrecer para enfraquecer, enfraquecer para amarrar, amarrar para perpetuar. É este o esquema socialista”.
Plano de emergência na saúde com abertura aos privados
Luís Montenegro deixou ainda expresso o compromisso de fazer aprovar, nos primeiros 60 dias de um eventual governo por si liderado, um plano de emergência a dois anos para o sector da saúde.

Tal plano passaria pela redução dos prazos para consultas de medicina familiar, pela teleconsulta sempre que possível e por acautelar um enfermeiro e um médico de família a todos os utentes.
Quanto às urgências hospitalares, o presidente dos social-democratas mostrou-se, uma vez mais, aberto a incluir os privados, desde logo em pediatria e obstetrícia. Prometeu ainda atribuir automaticamente um voucher de consulta e cirurgia sempre que se atinja o tempo máximo nos casos de doença aguda.
Solução para os professores em 60 dias
No domínio da educação, Montenegro assumiu mais um compromisso: resolver em 60 dias as negociações sobre a recuperação do tempo de serviço dos professores, uma dos focos de maior atrito entre as estruturas sindicais e o Governo de António Costa que se prepara para cessar funções.

O modelo passará pela recuperação gradual e faseada do tempo de serviço em cinco anos.

A AD propõe-se também pôr em marcha o acesso universal e gratuito às creches e ao ensino pré-escolar “dos zero aos seis anos”.
“Podem confiar em nós”
Luís Montenegro comprometeu-se ainda a iniciar um processo de negociações com as associações sindicais das forças de segurança sobre o estatuto remuneratório.

Já na porção final do discurso, deixou uma ressalva: “De mim, não esperem aventuras, nem radicalismos, mem que desate a prometer tudo a todos”.

“Os últimos 25 anos já mostraram várias vezes que os exageros de hoje se pagam amanhã. Os portugueses não se vão deixar enganar por jogadas de eleitoralismo infantil. Temos energia, temos história, temos conhecimento, temos tradições, temos identidade, temos um grande povo. Temos de fazer brotar todas estas capacidades. Aquilo que se pede a um governo é que não desperdice este potencial e transforme em criação de riqueza”, defendeu Montenegro.

“Podem confiar em nós. Podem confiar nesta equipa e neste projeto. Podem confiar que o futuro começa agora. Podem confiar que vamos tirar Portugal do sítio em que os socialistas o enfiaram”, rematou.
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