A oposição acusa o primeiro-ministro de fazer um discurso que contrasta com a realidade. Os outros partidos com assento parlamentar reagem esta quinta-feira à mensagem de Natal de Luís Montenegro.
Do principal partido da oposição, o PS, a ideia de que a mensagem do chefe do executivo "contrasta com a realidade, desde logo com as medidas que o Governo tomou e com a mensagem do presidente da República".
Em contraponto, o PSD a exaltar a “mensagem de esperança” do primeiro-ministro. O vice-presidente Carlos Coelho elogiou a mensagem de Natal do primeiro-ministro, afirmando que "é uma declaração que em vez de olhar para o passado, olha para o futuro como uma mensagem de esperança".
País longe do dia a dia
O PCP diz que na sua mensagem de Natal, Luís Montenegro "fala de um país que não é o país que nós encontramos no dia-a-dia".
Já o Bloco de Esquerda veio reagir, dizendo que o Governo devia "pedir desculpas ao país" e reconhecer que a operação policial no Martim Moniz foi "uma ação politicamente motivada".
"O governo reconhece que Portugal é um país seguro, no entanto, tratar as pessoas com dignidade e humanismo não é encostá-las à parede como vimos nas operações dos últimos dias", afirmou Aliyah Bhikha, membro da comissão política do BE.
Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal, diz que o primeiro-ministro se apresentou aos portugueses "como um projeto político esgotado" e tentou "recuperar da ideia do oásis que já foi vendida aos portugueses em determinado momento".
"É como se a aprovação do Orçamento na generalidade em outubro tivesse esgotado toda a capacidade política do Governo em Portugal", diz.
"O país que ele fala não é o país que os portugueses vivem todos os dias nem é o país em que vão viver com as medidas que Luís Montenegro e a AD aprovaram nos últimos tempos", afirma.
Paulo Muacho, do Livre, diz que o primeiro-ministro"tentou pintar um cenário positivo mas nós damos uma nota muito negativa e temos muitas reservas em relação àquele que tem sido o trabalho deste governo e às medidas que ainda virão".
Paulo Núncio, vice-presidente do CDS-PP, considerou por sua vez que “não fazem sentido nenhum as críticas que a esquerda tem feito à operação da PSP no Martim Moniz, porque, como é público, o Comando Metropolitano de Lisboa realizou mais de 90 operações especiais de prevenção da criminalidade só durante o ano de 2024”.
“Estas são operações fundamentais para garantir a segurança e para garantir o combate à criminalidade. O Governo faz bem em colocar a segurança como uma prioridade da sua governação e a polícia faz bem em combater a criminalidade e em realizar estas operações de prevenção”, declarou esta quinta-feira.
Núncio frisou ainda que “o CDS apoia totalmente a polícia quando a polícia realiza estas operações e faz o seu trabalho”.
“Estas são operações fundamentais para garantir a segurança e para garantir o combate à criminalidade. O Governo faz bem em colocar a segurança como uma prioridade da sua governação e a polícia faz bem em combater a criminalidade e em realizar estas operações de prevenção”, declarou esta quinta-feira.
Núncio frisou ainda que “o CDS apoia totalmente a polícia quando a polícia realiza estas operações e faz o seu trabalho”.
Saudando a mensagem de Natal do primeiro-ministro, o líder parlamentar do CDS-PP defendeu que este Governo "tem adotado um conjunto de medidas nos últimos nove meses que, em muitos casos, fizeram mais pelo Estado Social do que o PS nos últimos oito anos".
"Não nos emociona quando Luís Montenegro vem falar do combate às alterações climáticas mas, depois, quando procuramos resolver (…) a pobreza energética, quem passa frio no inverno nas suas casas, o PSD vota contra as medidas", declarou.
Para a líder partidária, "Luís Montenegro diz uma coisa e faz outra completamente diferente na sua ação governativa e na bancada que suporta o Governo". "Queremos um Governo que passe das palavras à ação", acrescentou.
Na sua reação ao discurso do primeiro-ministro, o líder do Chega realçou que "Luís Montenegro falou num dos países mais seguros do mundo", mas "ninguém ou quase ninguém hoje em Portugal consegue ver esse país".
"Este não é sequer um fenómeno das grandes cidades (…). Hoje, em praticamente todo o país, das maiores cidades às menores povoações, os portugueses sentem o peso da insegurança, a ameaça da criminalidade, da violência ou do tráfico de droga", declarou André Ventura.
Para o presidente do Chega, Luís Montenegro "optou pelo mesmo discurso redondo que António Costa poderia ter feito".
"Disse também que se orgulhava de liderar um Governo que, pela primeira vez em muitos anos, tinha aprovado um Orçamento sem aumento de impostos. Mais uma vez, um primeiro-ministro que vive e vê um país que 99 por cento dos portugueses não vivem nem veem", acrescentou.
"Este não é sequer um fenómeno das grandes cidades (…). Hoje, em praticamente todo o país, das maiores cidades às menores povoações, os portugueses sentem o peso da insegurança, a ameaça da criminalidade, da violência ou do tráfico de droga", declarou André Ventura.
Para o presidente do Chega, Luís Montenegro "optou pelo mesmo discurso redondo que António Costa poderia ter feito".
"Disse também que se orgulhava de liderar um Governo que, pela primeira vez em muitos anos, tinha aprovado um Orçamento sem aumento de impostos. Mais uma vez, um primeiro-ministro que vive e vê um país que 99 por cento dos portugueses não vivem nem veem", acrescentou.