Constâncio só responde sobre Banif perante Parlamento Europeu

por Antena 1

Foto: epa

Vitor Constâncio garante que não recebeu qualquer pedido de esclarecimentos da comissão parlamentar de inquérito ao Banif e que, de qualquer modo, não tem de dar reposta.

Questionado esta tarde na Holanda sobre a possibilidade de prestar esclarecimentos aos deputados portugueses, o vice-governador do Banco Central Europeu lembrou que o BCE só responde perante o Parlamento Europeu.

Em conferência de imprensa, após uma reunião do Ecofin (ministros da Economia e das Finanças dos Estados-membros), em Amesterdão, o responsável garantiu "não ter recebido nenhum pedido nesse sentido" (para prestar declarações) e lembrou que, em casos anteriores, "em diferentes Estados-membros", as estruturas do BCE "não respondem perante comissões de inquérito de parlamentos nacionais".

Questionado sobre se interferiu no processo, Vitor Constâncio começou por dizer que não iria comentar a pergunta, por "ser completamente fora do âmbito da conferência de imprensa".

A pergunta relacionava-se com um contacto com a presidente do Conselho de Supervisão do BCE, Danièle Nouy, na manhã de 19 de dezembro (na véspera do anúncio da resolução do Banif) para o BCE "desbloquear a oferta do Santander junto da Comissão Europeia".

"Não sei exatamente ao que se está a referir. Eu não sigo em detalhe o que se passa em Portugal sobre esse assunto e outros", rematou.

Em causa está uma missiva de Danièle Nouy, na qual - no sábado, 19 de dezembro, pela manhã - esta diz ter recebido chamadas do ministro das Finanças, Mário Centeno, e de Vítor Constâncio pedindo para o BCE "desbloquear a oferta do Santander junto da Comissão Europeia".

A 20 de dezembro de 2015, um domingo, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif, com a venda de parte da atividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros ativos - incluindo 'tóxicos' - para a nova sociedade veículo.

c/ Lusa
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