Congresso do PSD. "Serei o primeiro-ministro de que Portugal precisa", clama Montenegro

por Joana Raposo Santos - RTP
Luís Montenegro destacou a acrescida responsabilidade do PSD para ser "o farol da esperança, a luz, a ambição para o futuro do país". António Pedro Santos - Lusa

O presidente do PSD assegurou este sábado, no discurso de encerramento do 41.º Congresso do partido, em Almada, que será o primeiro-ministro de que Portugal precisa nos próximos anos. Entre promessas e críticas, Luís Montenegro partilhou ainda a opinião de que o primeiro-ministro, António Costa, e os "aspirantes" ao seu lugar são "todos farinha do mesmo saco".

“Em 22 anos, é a terceira vez que o Partido Socialista conduz Portugal a uma situação de pântano político”, condenou o líder social-democrata.

“O PS quer agora aparecer como vítima da situação. Mas a situação mostra de forma inequívoca que as vítimas são os portugueses, que estão carregados de problemas nas suas vidas quotidianas”, defendeu.

Montenegro considerou que António Costa “e os dois aspirantes ao seu lugar” (Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro) “querem aparecer aos olhos dos portugueses como vítimas: não viram, não leram, não sabiam, não se aperceberam”.

No entanto, “estas três personalidades são do núcleo duro disto tudo”, considerou. “Foram do núcleo duro disto nos últimos oito anos. Podem vir agora uns com falinhas mais mansas, outras de megafone em punho, mas (…) são todos farinha do mesmo saco”.

Luís Montenegro destacou, neste contexto, a acrescida responsabilidade do PSD para ser “o farol da esperança, a luz, a ambição para o futuro do país”.

“O país precisa de nós”, frisou. “Nós só vamos ganhar – porque nós vamos mesmo ganhar as eleições de 10 de março – por aquilo que vamos ser capazes de fazer, não é só por aquilo que os outros não fizeram”.

Revelando sentir entusiasmo, o social-democrata deixou uma garantia: “serei o primeiro-ministro que Portugal precisa nos próximos anos”.
PSD “é o partido do povo”
“O PSD está a mostrar aqui hoje que é uma grande instituição” e que “é o partido das pessoas, é o partido do povo, é o partido que representa toda a gente, que olha para cada ser humano e tenta dar-lhe a oportunidade de ele se realizar enquanto pessoa”, declarou o líder social-democrata no discurso de encerramento do congresso do partido.

Num discurso otimista, Luís Montenegro enumerou os compromissos para com a população, que vai às urnas a 10 de março, em todas as fases da vida: “Olhamos para um bebé e queremos assegurar-lhe que vai crescer com saúde e com a possibilidade de aprender na escola o essencial para ser, na vida, aquilo que quiser”, afirmou.“Olhamos para um adolescente e queremos que saiba que nós vamos fazer tudo para que ele não tenha de sair de Portugal, para que ele possa ter aqui a oportunidade de ter um emprego”.

“Olhamos para um desempregado e queremos dizer-lhe que estamos aqui para o ajudar a sair dessa situação menos fácil (…); olhamos para os trabalhadores no ativo e queremos que saibam que nós vamos mesmo impulsionar os seus salários”, prosseguiu o líder do PSD.

Montenegro acredita que “Portugal precisa mais do que nunca de uma classe média forte, motivada e dinâmica” e que o país não pode aceitar a “conceção socialista segundo a qual quem ganha 1.200 euros líquidos em Portugal é rico e está em condição de aguentar a carga fiscal”.

“Olhamos também para os mais idosos, e dizemos-lhes: contem connosco para valorizar as suas reformas. Nós sabemos que muitos – os tais que andam pela farmácia – não podem pagar os medicamentos de que precisam. E também lhes queremos dizer que estamos preocupados, mas sobretudo empenhados em ajudar os seus filhos e os seus netos”, declarou.

Por fim, o líder partidário garantiu que o PSD olha “para as empresas e para as instituições sociais e para todas as pessoas que nelas trabalham”. “Há partidos e políticos que veem fantasmas e não percebem o essencial: as empresas e as instituições sociais são nossas, da sociedade, das pessoas, não são um ente estranho”, defendeu.

“Nós precisamos de criar mais riqueza, mas essa riqueza só conseguirá ser criada se nós tivermos uma sociedade que aproveite as capacidades e as sinergias dos três setores: público, privado e social”.
Montenegro quer rendimento mínimo garantido dos pensionistas nos 820 euros até 2028
O presidente do PSD afirmou ainda que quer aumentar para 820 euros o rendimento mínimo garantido dos pensionistas até 2028, assegurando que o seu partido não vai cortar "um cêntimo a nenhuma pensão".

"Vamos aumentar, de acordo com a lei, as pensões de uma forma geral, mas vamos também, de forma gradual e até ao final da legislatura, colocar a referência do complemento solidário para idosos nos 820 euros. Isto traduz-se no seguinte: até 2028, o rendimento mínimo garantido dos pensionistas portugueses será de 820 euros", defendeu.

Montenegro garantiu que "este objetivo é realizável" e "não coloca em causa o equilíbrio das contas públicas".

"E para futuro, eu vejo como intercalar, para que numa legislatura seguinte, o rendimento mínimo garantido de um pensionista possa ser equivalente ao salário mínimo nacional atualizado. É um objetivo para cumprir em duas legislaturas", disse.

c/ Lusa
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