Chega exige lugares no governo açoriano com CDS e PPM fora do executivo
FOTO: André Kosters - Lusa
O presidente do Chega Açores diz que só aceita conversar com o PSD se o partido estiver representado no Governo. José Pacheco coloca outra condição: quer o CDS e o PPM fora do governo regional, apesar de fazerem parte da coligação.
"A condição que impomos [para votar a favor do Programa do Governo], a primeira de todas, é fazermos parte do Governo. Tão simples quanto isso", disse José Pacheco aos jornalistas em conferência de imprensa, em Ponta Delgada.
Hoje de manhã, o PS/Açores anunciou que vai votar contra o Programa do Governo da coligação PSD/CDS-PP/PPM, que venceu no domingo as eleições regionais sem maioria absoluta.
Além disso, acrescentou José Pacheco, para o Chega votar a favor do Programa do Governo, os líderes locais do CDS-PP e PPM, Artur Lima e Paulo Estêvão, respetivamente, não podem integrar o novo executivo liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro.
"Esses dois hão de conversar com o sócio maioritário, que a mim não me diz respeito e eles é que hão de acertar entre si. Eu, do outro lado, que também estou a negociar isso, não vejo com bons olhos a permanência desses senhores no Governo, porque a última experiência foi má demais", declarou.
O presidente do Chega/Açores disse ainda que até ao momento não recebeu nenhum telefonema de José Manuel Bolieiro, mas admitiu tomar a iniciativa: "Admito, porque até é um bocadinho do meu feitio, quando alguém não me dá uma resposta, dizer `afinal tu o que queres?`", salientou.
"É assim que eu trabalho, é assim que eu falo com as pessoas, porque eu tenho muito respeito por esta terra e por estas pessoas e, quando alguém se mantém em silêncio e não quer dizer nada, está a fechar-se em copas e a fazer o jogo lá [no continente] do [Luís] Montenegro [líder do PSD], se calhar vou ter que lhe telefonar e dizer `ou nós resolvemos isto, ou os Açores é que vão penar`", acrescentou.
Ainda de acordo com José Pacheco, quando for recebido pelo representante da República, Pedro Catarino, que irá ouvir os partidos nos dias 19 e 20 de fevereiro, irá dizer que o Chega está disponível "para a governação, para levar os Açores em frente".
Nas eleições regionais de domingo, PSD/CDS-PP/PPM elegeram 26 deputados, ficando a três da maioria absoluta.
José Manuel Bolieiro, líder da coligação de direita, no poder no arquipélago desde 2020, disse que irá governar com uma maioria relativa nos próximos quatro anos.
O PS é a segunda força no arquipélago, com 23 mandatos, seguido pelo Chega, com cinco mandatos. BE, IL e PAN elegeram um deputado regional cada, completando os 57 eleitos.
c/ Lusa