CDS confirma conversações com PS e PSD e diz que voltou a ser decisivo
O líder do CDS-PP/Madeira, José Manuel Rodrigues, confirmou hoje ter conversado com o PS e com o PSD sobre a presidência do parlamento e salientou que o partido volta a ser "decisivo" na vida política da região.
"Eu confirmo que houve conversações quer com o líder do PS ontem, quer com o líder do PSD hoje sobre a presidência do parlamento", disse, esclarecendo que ainda não tomou uma decisão, mas que o partido continua "a conversar, agora com o PSD".
José Manuel Rodrigues falava aos jornalistas após uma audição com o representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, que hoje recebe os sete partidos com representação parlamentar, após as eleições de domingo, por ordem crescente de votação: PAN (um deputado), IL (um), CDS-PP (dois), Chega (quatro), JPP (nove), PS (11) e PSD (19).
"Pelos vistos o CDS volta a ser decisivo na vida política da Madeira e isso só me pode agradar", declarou, para logo reforçar: "Houve muita gente que vaticinou o desaparecimento do CDS. Afinal, o CDS está no centro da decisão de a Madeira ter ou não um governo credível e um orçamento exequível."
O líder centrista, que foi eleito deputado no domingo e exerce o cargo de presidente do parlamento regional desde 2019, no âmbito do governo de coligação com o PSD, disse não ter fechado a porta ao PS e ao JPP - que na segunda-feira indicaram que vão apresentar ao representante da República "uma solução de governo conjunta" -, mas revelou descrença face a essa proposta.
"Eu acho que nós temos que garantir que quem vier a formar o Governo da Madeira tem que ter o mínimo de estabilidade política e de credibilidade. A solução apresentada ontem pelo PS e pelo JPP não nos parece ir neste caminho", declarou.
José Manuel Rodrigues disse, no entanto, que a porta "está entreaberta com todos os partidos políticos".
O PS e o JPP somam 20 deputados, aquém dos 24 necessários para a maioria absoluta, sendo que o PSD e o CDS-PP somam 21.
"No atual cenário político, com o atual quadro parlamentar, todos os partidos têm que falar com todos os partidos, porque cada deputado vai ter um peso muito próprio nas decisões que vierem a ser tomadas, quer na aprovação do Programa do Governo, quer na aprovação do Orçamento, quer depois na restante legislação ao longo dos anos", sublinhou.
O líder centrista revelou ter dito ao representante da República que o partido não fará coligação de governo com nenhum partido, estando, no entanto, disponível para entendimentos parlamentares para viabilizar um executivo e aprovar um Orçamento.
"Precisamos de normalizar rapidamente a vida política regional na Madeira e criar as condições de estabilidade e de governabilidade", explicou, acrescentando que o CDS-PP "será sempre um fator de estabilidade, de responsabilidade e de credibilidade", sobretudo atendendo à "fase difícil" que atravessa a região.