Catarina Martins anuncia que não será candidata à liderança do BE

por RTP
Paulo Domingos Lourenço - RTP

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, anunciou que não será de novo candidata à liderança do partido na próxima Convenção, no final de maio. Catarina considera que, perante a instabilidade da maioria absoluta socialista, "é agora que o Bloco deve começar a preparação da mudança política que aí está". A ainda coordenadora dos bloquistas afirma que pretende assim contribuir para a renovação necessária.

"É preciso virar à esquerda e o Bloco deve usar a sua máxima capacidade de transformação e acredito que esta renovação que desejo promover, vai multiplicar a energia do Bloco", defendeu na conferência de imprensa onde anunciou a decisão, esta terça-feira.

"A crise larvar multiplicada dentro do Governo e em choque com a luta popular é o sinal do fim de um ciclo político", defende Catarina Martins e isso marca o timming para colocar fim a dez anos como coordenadora do partido e para que os próximos desafios políticos sejam assumidos por outra liderança do Bloco.
Catarina Martins quis deixar bem claro o que vai fazer depois da Convenção onde vai deixar a coordenação do partido. "Eu garanto que não vou andar por aí", gracejou. "Eu estou aqui, eu sou daqui, estou nas lutas todas" do partido.

"Este é o momento em que a a coordenação do Bloco deve ser assumida por outra pessoa. Não estou a anunciar nem mais nem menos do que isto", garantiu quando questionada sobre uma candidatura como cabeça de lista às Europeias.Catarina Martins é entrevista esta terça-feira no Telejornal, a partir das 20h00.

Sobre a melhor pessoa para a suceder no cargo, Catarina Martins diz que pode tomar esta decisão de sair da liderança porque tem a "absoluta tranquilidade que no Bloco há muita gente com capacidade, com força e com preparação" para assumir aquelas funções.

Catarina Martins considera que fez "o melhor que podia" ao longo dos dez anos à frente do partido. "Um tempo extraordinário", defendeu, elencando as conquistas com o acordo da "geringonça" com os socialistas e comunistas.

A líder do BE diz que o Governo socialista, agora de maioria absoluta, "nunca se conformou" com as medidas que teve de implementar e que agora está a "reverter" passos da "geringonça".

Em 2011, o Bloco de Esquerda conquistou 8 deputados nas eleições legislativas, e era a quinta força política nacional. Em 2015, passou para 19 deputados e a ser a terceira força política, posição que manteve em 2019, bem como o número de deputados.

Nas legislativas de janeiro de 2022, teve uma queda abrupta nos resultados, conquistando apenas 5 deputados e passando de novo a quinta força política nacional, atrás do Chega e Iniciativa Liberal.

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