A candidatura de Lídia Albornoz à liderança do CDS-PP/Madeira já não vai avançar devido a irregularidades que não conseguirá sanar, indicou hoje a centrista à agência Lusa.
"Não consigo avançar sem as assinaturas completas. O objetivo foi este, não se conseguiu, mas vamos ao Congresso com uma moção de estratégia setorial [...], com a mesma firmeza como se tivéssemos uma global", afirmou Lídia Albornoz.
A Comissão Organizadora do Congresso (COC) Regional do CDS-PP/Madeira detetou irregularidades na moção de estratégia da candidata à liderança do partido e deu um prazo de 48 horas para que fossem sanadas, indicou à Lusa o presidente da COC na terça-feira, ao final do dia.
"O processo das candidaturas ainda não está fechado porque a COC (Comissão Organizadora do XIX Congresso Regional) detetou várias irregularidades na moção B e verificadas hoje [terça-feira] concluímos que se mantêm", adiantou na altura Amílcar Figueira.
A comissão do congresso dos centristas, que se realiza em 13 e 14 de abril, recebeu duas moções de estratégia global, tendo a A, com o título "Em nome do futuro", como principal subscritor o democrata-cristão José Manuel Rodrigues, presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, que liderou o partido entre 1997 e 2015.
A moção B, intitulada "Decidir o presente, preparar o futuro", colocou a presidente da concelhia do partido no concelho de Santa Cruz na corrida à liderança, mas já não avançará.
Lídia Albornoz tinha até às 20:00 de quinta-feira para sanar as irregularidades, mas a candidata já anunciou hoje, em declarações à Lusa, que não conseguirá avançar com a moção de estratégia global.
A candidata tinha de fazer prova das assinaturas irregulares, sendo que não pode incluir nesta altura novos subscritores, apenas os que constam da moção.
A centrista confirmou que alguns subscritores não têm número de militante, entre os quais candidatos a eleições autárquicas que não se chegaram a inscrever no partido, e que a candidata não tinha conhecimento.
Referiu igualmente que obteve assinaturas de militantes que subscreveram as duas moções e de pessoas que se desfiliariam do partido.
De acordo com Amílcar Figueira, são necessárias 150 assinaturas, tendo Lídia Albornoz apresentado 158.
Contudo, dessas 158, o presidente da Comissão Organizadora do Congresso referiu que 17 são de não militantes do partido, quatro de subscritores que assinaram as duas moções - "o que não pode acontecer de acordo com o regulamento do congresso" - e dois de desfiliados.
No congresso eletivo, os centristas madeirenses vão escolher o sucessor de Rui Barreto, que lidera a estrutura partidária desde 2018 e desempenhou o cargo de secretário regional da Economia nos dois últimos executivos, formados por PSD e CDS-PP.
Os dois partidos fizeram uma coligação após as eleições regionais de 2019, em que os sociais-democratas perderam a maioria absoluta. Nas legislativas madeirenses de setembro de 2023 concorreram juntos e venceram, mas falharam a maioria absoluta por um mandato, pelo que o PSD negociou um entendimento parlamentar com a deputada única do PAN.
Na sequência da crise política provocada pela investigação judicial em que o presidente do executivo madeirense, o social-democrata Miguel Albuquerque, foi constituído arguido -- e que levou à sua demissão e à queda do Governo Regional -, o PSD rompeu a coligação com o CDS-PP e anunciou que pretendia ir sozinho a eleições.
Na semana passada, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dissolveu a Assembleia Legislativa da Madeira e convocou legislativas regionais para 26 de maio, às quais o CDS-PP se apresentará com um novo líder.