Cafôfo considera que tem mesma legitimidade que PSD para apresentar solução governativa
O presidente do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, manifestou hoje ao representante da República disponibilidade para apresentar uma solução governativa com o JPP, considerando que tem a mesma legitimidade que o PSD, que também não assegura maioria absoluta.
"Até à data nenhum partido tem aqui uma solução de uma maioria que permita garantir ao senhor representante da República, daquilo que eu sei, que possa passar uma solução de Governo", afirmou Paulo Cafôfo, realçando que o PS não podia ficar "de braços cruzados, sem reagir e sem a criação de condições para uma solução de governo".
O líder socialista falava aos jornalistas no Palácio de São Lourenço, no Funchal, depois de ter sido recebido pelo representante da República para a Região Autónoma da Madeira, Ireneu Barreto, que está hoje a ouvir os partidos eleitos nas regionais de domingo.
Paulo Cafôfo defendeu que se, "de forma errada", Ireneu Barreto indicar o líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, para formar governo, "há uma probabilidade, tendo em conta aquilo que foi dito pelos partidos durante a campanha eleitoral, de o Programa de Governo e a moção de confiança não passarem".
Nas eleições legislativa regionais de domingo, o PSD de Miguel Albuquerque (presidente do executivo madeirense desde 2015) voltou a vencer e elegeu 19 deputados, ficando a cinco parlamentares da maioria absoluta.
Os socialistas, principal força da oposição, mantiveram os 11 assentos parlamentares do mandato anterior e o JPP, terceira força política na região, aumentou a sua bancada de cinco para nove elementos. O Chega elegeu quatro deputados, o CDS-PP dois e a IL e o PAN um deputado cada.
Na segunda-feira à noite, PS e JPP, que somam 20 deputados, aquém dos 24 necessários para a maioria absoluta, já tinham anunciado que iriam apresentar ao representante da República na Madeira "uma solução de governo conjunta".
As eleições antecipadas na Madeira ocorreram oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.