O presidente da República defendeu esta terça-feira que as negociações entre o Governo e sapadores devem continuar. Marcelo Rebelo de Sousa salientou que se trata de uma profissão que não vê uma revisão de carreira há 22 anos e que o seu estatuto está "bastante ultrapassado".
"São 22 anos, é muito tempo. Portanto, eu espero que haja oportunidade, no ano que vem, de haver o reatar das conversações para se modificar um estatuto que está bastante ultrapassado", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas a partir de um hotel em Amesterdão.
Por estes dias, o presidente da República realiza uma visita de Estado aos Países Baixos. Foi a partir deste país que destacou a importância do retomar de negociações.
Marcelo Rebelo de Sousa considerou ainda que se deve separar "o teor das manifestações" por parte dos bombeiros e a situação da profissão que está "há 22 anos sem revisão e estatuto".
O chefe de Estado apontou ainda o "pingue-pongue que existe do Governo para a Assembleia, do Governo para o poder local, do poder local para o Governo e para a Assembleia", salientando que a questão deve ser resolvida.
Bombeiros sapadores ameaçam voltar aos protestos
Os bombeiros sapadores ameaçam voltar aos protestos em janeiro caso o Governo não retome as negociações previstas. Segundo o sindicato, o Executivo tem até ao dia 20 de dezembro para voltar a negociar a valorização salarial e a criação de um suplemento de risco. Se tal não acontecer os trabalhadores prometem voltar à rua em protesto.
O Governo suspendeu as negociações na semana passada e acusou os bombeiros sapadores de pressão ilegítima, após os protestos terem subido de tom.
O Governo suspendeu as negociações na semana passada e acusou os bombeiros sapadores de pressão ilegítima, após os protestos terem subido de tom.
A 3 de dezembro, cerca de três centenas de bombeiros de várias zonas do país rodearam o Campus XXI, em Lisboa, numa altura em que decorria uma reunião entre os sindicatos que representam estes profissionais e o Governo.
Na altura, o executivo decidiu suspender os trabalhos em curso, rejeitando negociar perante formas não ordeiras de manifestação. Neste protesto, alguns dos bombeiros usaram tochas e petardos.
As próximas sessões negociais estavam previstas para 13 e 20 de dezembro.