Bloco preocupado com a forma como o Governo está a preparar o próximo ano letivo

por Lusa

 O Bloco de Esquerda manifestou hoje preocupação pela forma como o Governo está a preparar o próximo ano letivo e exigiu que se concentre no preenchimento das vagas nas zonas em que têm faltado professores.

Esta posição sobre o processo de colocação de professores para o próximo ano letivo foi transmitida aos jornalistas, na Assembleia da República, pela deputada e dirigente do Bloco de Esquerda Joana Mortágua.

"As notícias são preocupantes. É do conhecimento geral que há falta de professores nas escolas e a preocupação do Governo deve ser a de garantir que há professores no máximo número de escolas para todas as necessidades no início do ano letivo", defendeu.

De acordo com a deputada do Bloco de Esquerda, "é incompreensível que, numa altura em que toda a gente sabe que faltam professores, o Governo esteja a dizer que se abriram seis mil vagas a mais, ou esteja a ligar a alguns professores para rescindirem contratos e voltarem a ser precários quando tinham direito a vincular".

"O problema não é existirem vagas a mais ou os professores que estão agora a vincular. O problema são as vagas que ficaram por preencher. E continua a haver milhares de vagas por preencher nas zonas mais carenciadas e que estão sobretudo relacionadas com a falta de condições de rendimentos e de trabalho para que os professores se desloquem para essas áreas", sustentou.

Joana Mortágua completou depois que essas são zonas onde a habitação é mais cara e onde é preciso pagar deslocações mais longas.

 Perante este panorama, a deputada do Bloco de Esquerda deixou um aviso: "Se o Governo pensou tirar férias em agosto, então que repense, porque vai ter de trabalhar para resolver esta trapalhada".

"O Governo tem de garantir que há professores em todas as escolas em setembro, porque é essa a sua obrigação. É bom que deixe de dizer que há professores a mais, ou vinculados a mais, ou vagas a mais. Tem de concentrar-se nas vagas que não foram preenchidas", acrescentou.

Na quarta-feira, o ministro da Educação, Fernando Alexandre, em declarações aos jornalistas, afirmou que estava à espera de encontrar "uma análise cuidada" que justificasse a abertura de cerca de seis mil vagas.

"Quando estamos a falar na abertura de milhares de vagas, eu estava a espera de encontrar uma análise cuidada para saber onde serão alocados os professores", disse o ministro da Educação, Ciência e Inovação no final de uma ronda negocial com sindicatos para debater o novo Estatuto da Carreira de Investigação Cientifica (ECIC).

 

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