Se as eleições fossem hoje, o antigo bastonário da Ordem dos Médicos e o atual presidente da autarquia ficariam
empatados. Isto
porque as intenções de voto em cada candidato “sobrepõem-se largamente”, conforme refere o relatório da sondagem,
ficando a diferença dentro da margem de erro da sondagem, 3,5 por cento.
A sondagem da Universidade Católica para a RTP, que consiste em 780 inquéritos realizados durante o fim de semana, estima que o resultado do candidato da coligação “Juntos Somos Coimbra” oscile entre 31 e 39 por cento, enquanto o candidato socialista alcance entre 29 e 37 por cento. A estimativa dos resultados eleitorais, excluindo abstenção e votos nulos, aponta que José Manuel Silva poderá obter 35 por cento dos votos, ligeiramente à frente do atual presidente da câmara, Manuel Machado, com 33 por cento.
Nas eleições autárquicas de 1 de outubro de 2017, Manuel Machado foi reeleito presidente da autarquia com 35,6 por cento dos votos (24.232 votos) e cinco vereadores. A grande distância, com 26,6 por cento dos votos (18.151 votos) ficou a coligação do PSD com o CDS-PP, que apoiou Jaime Ramos e a perda de um vereador em relação a 2013. Ficou com três vereadores. Nestas eleições, o independente José Manuel Silva, com o movimento “Somos Coimbra”, alcançou 16,1 por cento dos votos (10.976 votos) e dois vereadores.
Quando os participantes são questionados sobre a intenção direta de voto, a lista do candidato independente apoiada pelo PSD também surge com um avanço de dois pontos percentuais de distância, 26 por cento, enquanto a lista do PS, regista 24 por cento.
A coligação “Juntos Somos Coimbra” lidera a intenção de voto em todas as faixas etárias, sexos e nível de escolaridade, com exceção para a faixa acima dos 65 anos e ensino secundário não completado. Aqui, a candidatura de Manuel Machado é claramente vencedora, com 29 e 30 por cento respetivamente das intenções de voto face a 19 e 15 por cento dos que preferem José Manuel Silva.
Já na faixa etária mais jovem, dos 18 aos 34 anos, e com estudos superiores, esta diferença é mais expressiva a favor do candidato independente, com 34 e 35 por cento respetivamente, contra 18 e 21 por cento dos que dizem votar em Manuel Machado.
No entanto, 51 por cento dos inquiridos considera que a candidatura do presidente socialista sairá vencedora na noite de domingo, independentemente da preferência e intenção de voto.
Restantes candidaturas a grande distância
Se os resultados desta sondagem se confirmarem no próximo domingo, a coligação “Juntos Somos Coimbra" obterá entre quatro a cinco mandatos, um número de mandatos idêntico ao da candidatura socialista.
De acordo com a sondagem realizada pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica, o movimento “Cidadãos por Coimbra”, em que participa o Bloco de Esquerda, deverá ter 11 por cento dos votos e alcançar um mandato.
Já a “Coligação Democrática Unitária” (CDU) regista sete por cento das intenções de voto e o candidato corre o risco de perder o seu atual mandato na Câmara de Coimbra.
Seguem-se os candidatos do Chega e do Iniciativa Liberal, com quatro e três por cento das intenções de voto. O candidato do PAN regista dois por cento das intenções na sondagem e a candidata apoiada pelo PDR e pelo MPT poderá ficar abaixo da fasquia de um por cento.
Com uma taxa de abstenção de 46,5 por cento em 2017, ainda tudo é incerto em Coimbra. Das 780 pessoas que aceitaram participar no inquérito, 68 por cento afirmaram que “vão votar de certeza”. Contudo, como “este número nada nos diz sobre o comportamento eleitoral das muitas pessoas que foram contactadas mas que não quiseram participar da sondagem”, a equipa da Universidade Católica conclui que “não é possível prever um valor para a abstenção”.
Ficha técnica:
Este inquérito foi realizado pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP e para o Público entre os dias 18 e 19 de setembro de 2021. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes e recenseados no concelho da Coimbra.
Foram selecionadas sete freguesias do concelho de modo a que as médias dos resultados eleitorais das eleições autárquicas de 2013 e 2017 nesse conjunto de freguesias (ponderado o número de inquéritos a realizar em cada uma) estivessem a menos de 1% dos resultados dos cinco maiores partidos ao nível do concelho. Os domicílios em cada freguesia foram selecionados por caminho aleatório e foi inquirido em cada domicílio o próximo aniversariante recenseado eleitoralmente no concelho.
Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 780 inquéritos válidos, sendo 54% dos inquiridos mulheres. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários, freguesia e voto nas autárquicas 2017. A taxa de resposta foi de 50%.
A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 780 inquiridos é de 3,5%, com um nível de confiança de 95%.