A capital conta com 476.569 eleitores, que vão decidir entre 12 candidatos.
Na contagem decrescente para as Eleições Autárquicas, que terão lugar no final do mês de setembro, a RTP realiza um ciclo de 22 debates. Reveja aqui o debate de Lisboa na íntegra.
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A atual deputada é membro da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, entre outras comissões, e vice-presidente da Comissão de Cultura e Comunicação. É ainda membro da subcomissão para a Igualdade e Não Discriminação, um tema caro a Beatriz Gomes Dias, nascida em Dakar, no Senegal, há 50 anos, com origem guineense e a viver em Lisboa desde os quatro anos.
Chegou ao Parlamento em 2019, depois de 25 anos nas salas de aulas enquanto professora do ensino básico e secundário (Ciências e Biologia). No entanto, o percurso de Beatriz Gomes Dias na política começou muito antes, via ativismo, porque ainda estudante se filiou no SOS Racismo.
A candidata realça que é “uma mulher negra”, dupla condição que não teria importância política se o racismo e o sexismo já não se fizessem sentir na sociedade portuguesa.
"Não seremos capazes de construir uma cidade para todas as pessoas se não tivermos em conta, na definição de políticas públicas, a discriminação étnico-racial e a discriminação de género, entre outras", sublinha Beatriz Gomes Dias.
Por isso e para defender "a necessidade de políticas públicas de combate ao racismo e à discriminação racial", Beatriz Gomes Dias fundou Djass – Associação de Afrodescendentes, em 2016.
Foi deputada municipal e autarca durante 10 anos, nas juntas de freguesia de Anjos e Arroios. Filiou-se no Bloco de Esquerda em 2007, mas os caminhos da contestação começaram bem antes, aquando dos movimentos de luta contra a Prova Geral de Acesso (PGA) ao ensino superior (1990) e de contestação às propinas (1990-1991). É licenciada em Biologia, na Universidade de Coimbra.
Quando tem tempo livre, gosta de ler e ver documentários sobre política: "Principalmente documentários sobre o movimento social e as transformações que o movimento social tem conseguido trazer à nossa vida coletiva". O miradouro da Senhora do Monte e o bairro da Graça são os seus locais preferidos em Lisboa.
370 mil carros entram diariamente em Lisboa.
— Beatriz Gomes Dias (@BGomesDias) September 8, 2021
Mais de 500 mil circulam na cidade.
300 mil km feitos por dia à procura de estacionamento.
42 minutos parados no trânsito.
Como dar o salto para um sistema de transportes do futuro? Temos um plano: pic.twitter.com/YnsQ7Wo2hR
O programa eleitoral do Bloco de Esquerda assenta em cinco pilares principais e prioridades: responder à crise social e económica; garantir habitação a preços acessíveis; lutar pelo clima e mudar a mobilidade; combater as desigualdades e defender a igualdade plena, e garantir o direito à criação e fruição cultural.
Todas estas políticas "devem ter como recorte o combate à discriminação, porque a discriminação também é um fator que cria desigualdade e mantém a desigualdade", sublinha.
“É preciso continuar a fazer a diferença e ter transportes públicos gratuitos, a começar já com as pessoas que estão desempregadas. Avançar com transportes públicos gratuitos é uma medida forte que ataca as duas crises que estamos a viver: a crise social e a emergência climática”, propõe Beatriz Gomes Dias. Depois dos desempregados, a medida deve aplicar-se aos menores de 18 anos e maiores de 65 e, por fim, à restante população.
Na área da habitação, Beatriz Gomes Dias defende a compra de 5 por cento do alojamento local para que seja colocado no programa de rendas controladas, iniciativa para a qual destina 100 milhões de euros. Entende que não devem ser mais de 15 mil as unidades de alojamento local em Lisboa.
Já as habitações com renda acessível deveriam ascender a 10 mil. Para chegar a esse número, Beatriz Gomes Dias tem uma receita: reabilitar o património municipal degradado (cerca de 500 apartamentos, segundo o BE); criar uma quota de 25 por cento de habitação com renda controlada para os novos empreendimentos privados; comprar casas atualmente no mercado de alojamento local e construir novos fogos.
“A câmara terá de fazer pressão ao Governo para a eliminação” dos vistos gold, que são “um mecanismo que tem prejudicado a disponibilidade de habitação” em Lisboa, sublinha.
Ainda no que respeita ao combate à desigualdade, a candidata quer uma rede pública de creches, alimentação gratuita nas escolas pública e o fornecimento gratuito de material escolar de compra obrigatória “como calculadoras gráficas”, além de medidas de apoio ao arrendamento para professores deslocados.
Para responder às dificuldades de um quarto da população lisboeta, os idosos, dos quais 85 mil vivem sozinhos ou com outra pessoa da mesma faixa etária, o BE propõe lançar uma rede pública de lares, centros de dia e noite “para entrega de gestão tripartida entre a Câmara Municipal de Lisboa, o Serviço Nacional de Saúde e a Segurança Social”. O BE também quer acabar com os lares ilegais em Lisboa, defendendo uma fiscalização rigorosa com o contributo da autarquia.
Acabar com a precariedade no setor da cultura é outra luta de Beatriz Gomes Dias, que propõe a criação de um equipamento cultural em cada freguesia e que sirva de apoio a novos artistas locais. O programa do BE também contempla a integração de todos os trabalhadores precários do setor nos organismos públicos, a contratação de novos quadros “quando necessário”, bem como a adoção de um plano de contratação pública.
Tem 46 anos, nasceu e viveu em Lisboa até aos 18 anos. Fez o curso de Direito na Universidade Moderna e, durante oito anos, exerceu advocacia em paralelo com a atividade de tripulante de cabine. Abandonou o Direito, mas manteve a atividade de chefe de cabine, cargo que acumula com a consultoria.
Foi sindicalista durante 20 anos, tendo mediado o “imbróglio” - nas suas palavras, entre o Governo e os camionistas em 2019. Nesta altura, aceitou o convite para integrar o Partido Democrático Republicano porque foi o único que lhe deu "total liberdade" para expressar a sua opinião. No mesmo ano, foi candidato às eleições legislativas pelo círculo de Setúbal.
Em janeiro de 2020, sucedeu a António Marinho e Pinho na liderança do Partido Democrático Republicano (PDR), com 75 por cento dos votos. Ainda ponderou participar nas eleições presidenciais, mas decidiu não avançar por causa da pandemia. Agora, avança na corrida à Câmara de Lisboa "porque os candidatos não têm coragem de apresentar ideias", preferindo "birras de crianças, birras de 'outdoors', com bombas de um lado e de outro".
Com esta candidatura, Bruno Fialho quer "passar uma mensagem às pessoas de que é possível fazer política de forma diferente e dar-lhes aquilo que eles necessitam". Entende que o facto de nunca ter pertencido "a nenhum 'lobby' político" e de não ter "nada a perder" permite-lhe "denunciar e apresentar as ideias que os cidadãos efetivamente querem”.
Foi atleta federado de boxe durante quatro anos e passa todo o tempo possível com os filhos, de 4 e 6 anos. Um dos lugares de eleição em Lisboa é o Jardim da Estrela, por causa das lembranças de infância.
“Lisboa acessível” é o lema da campanha de Bruno Fialho, cujas principais propostas visam “catapultar Lisboa para vir a ser uma verdadeira capital europeia, onde os seus habitantes também terão direito a disfrutá-la e não apenas os turistas que a visitam”.
Para melhorar o ambiente e o espaço público, o candidato e presidente do PDR aposta na recuperação do Parque Florestal de Monsanto, para que se torne num dos lugares preferidos dos habitantes de Lisboa. Para isso propõe: “melhorar os espaços infantis, reabilitar e modernizar o espaço Panorâmico de Monsanto (e todos os restantes edifícios ou miradouros), promover mais espetáculos, exposições, construir novos espaços lúdicos, nomeadamente uma ‘Lisboa dos Pequeninos’, onde as crianças poderão aprender a história da cidade, e um lago artificial que permita a utilização de barcos a remos”.
Ainda no âmbito da urbanização, propõe a construção do “Bairro do Futuro”, nos terrenos do atual aeroporto. Será um bairro integrado na natureza, dotado de “modernos sistemas de proteção ambiental”, energeticamente autossustentado, onde estarão concentrados: um novo Centro Hospitalar Universitário; residências para estudantes e atletas de alta competição; um megacentro de alta-competição para desportos como ginástica, atletismo e outras especialidades; uma área destinada ao lazer, com bares e discotecas, que realocassem “o movimento juvenil do Bairro Alto, Santos e outras áreas residenciais afetadas pelas atividades noturnas que passariam para este novo bairro”.
No capítulo da mobilidade, Bruno Fialho defende a remodelação total das ciclovias, incluindo a remoção de todas as que “revelem insuficiências técnicas e de segurança ou que prejudiquem os interesses dos residentes e não residentes em matéria de mobilidade, qualidade de vida, acesso ao trabalho e atividade comercial”.
O programa do PDR prevê a gratuitidade de estacionamento para os residentes; a redução de 50 por cento das tarifas da EMEL para os moradores no concelho, com a tarifa máxima de 8 euros/dia, e a criação de lugares para estacionamento rápido, no máximo 20 minutos, para residentes.
O PDR quer rever os regulamentos municipais de acesso à habitação para: “erradicar abusos relativos à falsa carência económica dos inquilinos; punir quem danifica as habitações municipais, nomeadamente com o despejo imediato se for reincidente; reforçar os apoios a quem está em situação de carência económica ou em situação de despejo, em troca de trabalho voluntário ou participação em ações de formação, caso esteja em situação de desemprego”. Bruno Fialho quer ainda "acabar com os graffiti não autorizados e com o lixo gráfico" através de multas pesadas.
A política habitacional de uma câmara PDR inclui apoios para todos, “jovens ou menos jovens” e a cedência de “terrenos municipais, que estejam sem qualquer utilização, para a construção de habitação a custos muito controlados”.
No capítulo da educação, Bruno Fialho defende uma parceria com a Santa Casa da Misericórdia e outras instituições particulares de solidariedade social para a “ampliação / criação de creches e jardins-de-infância em todas as freguesias para crianças a partir dos 3 meses”.
Para erradicar pessoas em situação de sem-abrigo na cidade de Lisboa, o candidato quer implementar o “projeto: 1 Sem-abrigo = 1 Abrigo”.
No campo da Cultura, o PDR pugna pela rápida restauração do Conservatório de Lisboa e pela revitalização e restruturação do Parque Mayer.
O objetivo do Partido Democrático Republicano é ter mais do que os 809 votos de há quatro anos.
Com 20 anos de experiência profissional como professor universitário e consultor nas áreas de Transformação Digital, Governança, Gestão, Risco e Cibersegurança, Bruno Horta Soares passou por empresas como a Deloitte Consulting, KPMG, IDC, Universidades Nova e Católica, ISEG, IPAM, ISEG, Instituto Superior Técnico e Porto Business School entre outros. Licenciado em Informática e Gestão de Empresas, pelo ISCTE, concluiu uma pós-graduação em Gestão de Projetos no ISLA.
Os primeiros passos na política foram dados na Juventude Social-Democrata (JSD), durante a faculdade, "numa lógica de partilha de conhecimento". Abandonou o PSD em 2016, por sentir que o partido estava "cada vez mais partido, sem energia”.
Fundador do Iniciativa Liberal (IL), Bruno Horta Soares é membro do Conselho Nacional do partido e foi apresentado como o “plano B” do núcleo de Lisboa, ao substituir Miguel Quintas, que desistiu “por motivos pessoais” três dias depois de o seu nome ter sido anunciado.
Aos 42 anos, Bruno Horta Soares aceitou o desafio para liderar a estreia do IL nas corridas autárquicas, por acreditar que o contexto de pandemia pode impulsionar "uma oportunidade de mudar efetivamente e de fazer algo verdadeiramente diferente". O objetivo do IL "é superar os números da cidade nas últimas eleições presidenciais". Para o candidato, a eleição de pelo menos um vereador “seria uma felicidade”.
"É precisamente nestes momentos de viragem que as coisas boas sempre acontecem. (...) Acho que é isso que gostava que acontecesse no pós-Covid. Que as pessoas vivessem de uma forma verdadeiramente diferente a cidade, que tivessem a liberdade que hoje não têm"", refere Bruno Horta Soares.
Adora cozinhar e, nos tempos livres, faz jantaradas com os amigos. O Parque das Nações, onde vive e trabalha, é o seu local predileto de Lisboa.
🔴🔵 QUEREMOS UM PROVEDOR DO MUNÍCIPE
— Bruno H Soares (@brunohsoares) September 9, 2021
Sabias que Lisboa tem um Provedor do Animal, mas não tem um Provedor do Munícipe como o Porto?
Medina criou uma taxa inconstitucional e enviou ilegalmente dados de cidadãos!#EstáNaHora de defender os lisboetas de abusos de poder!
Sob o mote “Está na hora” de “libertar Lisboa”, o candidato do IL organizou um programa com oito eixos, cada um com diferentes ramos.
Um destes eixos propõe “transparência e rigor”, o que na sua ótica do IL implica uma modernização administrativa e, com ela, a revisão de "toda a orgânica" da autarquia. "Lisboa está amarrada numa burocracia municipal", diz o candidato, defendendo a necessidade de “limpeza”. "Esta limpeza dá a tal agilidade, a tal flexibilidade, a tal resiliência. Só se esta limpeza for feita é que nós podemos passar para o segundo passo, o tal mudar", argumenta. Depois, o corte de impostos. "Tudo o que puder ser reduzido de impostos terá de ser reduzido", afirma Bruno Horta Soares, que dá como exemplo a taxa de devolução de IRS, que deve passar dos atuais 2,5 para 5 por cento.
"Nós iremos procurar limpar impostos, taxas, taxinhas, e perceber onde é que podemos reduzir. Nós temos andado já como perdigueiros à procura de que dinheiro está a mais na Câmara de Lisboa e que nunca deveria ter saído do bolso dos lisboetas", declarou Bruno Horta Soares.
A promoção do ambiente e da sustentabilidade económica é outro dos oito eixos e contempla medidas como a “reutilização das infraestruturas públicas e aproveitamento dos espaços verdes, eficiência energética, utilização de energia 100 por cento renovável, captação água da chuva para espaços verdes e limpeza, num projeto-piloto a ser desenvolvido num Bairro Municipal”, por exemplo, “o bairro da Serafina”.
O eixo habitação e urbanismo tem o objetivo de "repovoar a cidade", que passa pela restruturação do Programa Renda Acessível, tanto a nível nacional como municipal, no sentido de um afastamento “da promoção pública de habitação para arrendamento”. Para o IL, a gestão dos bairros sociais vai melhorar se for concedida parcialmente (num primeiro momento) a operadores privados. Os programas de arrendamento apoiado devem também ser revistos “para focar em situações de vulnerabilidade e complementaridade do mercado livre”.
A política de habitação do IL propõe ainda a liberalização e dinamização do mercado de arrendamento através de: alterações legislativas ao nível fiscal para incentivar o investimento privado; revisão do IMI; revisão do “programa do subsídio de renda da CML, num contexto da liberalização do mercado de arrendamento”.
No capítulo da mobilidade, o IL defende a span class="color">“liberalização dos transportes urbanos rodoviários de passageiros, permitindo o acesso de outros operadores suburbanos”.
Saúde, educação e segurança são outros dos temas que preocupam os liberais e para os quais apresentam medidas.
O objetivo do IL "é superar os números da cidade nas últimas eleições presidenciais". Para o candidato, a eleição de pelo menos um vereador “seria uma felicidade”.
Com 51 anos, Carlos Moedas era membro do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian quando aceitou o convite do presidente do PSD para se candidatar a Lisboa. Entre 2014 e 2019, foi comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação (2014-2019) e conseguiu aumentar o financiamento do maior programa europeu do setor de 77 mil para o valor recorde de 100 mil milhões de euros (Horizonte Europa, 2021-2027).
O candidato do PDS, do CDS-PP e de partidos sem representação parlamentar como o Aliança, o Movimento Partido da Terra e o Partido Popular Monárquico, ambiciona a presidência da autarquia para "fazer muito melhor" do que o PS, que lidera o executivo municipal desde 2007.
"O meu objetivo é fazer muito melhor do que eles fazem e, sobretudo, ter este desígnio para a cidade que eles não têm. (...) Aquilo que nós vemos é que há um projeto de poder e de guardar o poder, mas não há um projeto de visão para a cidade", realça Carlos Moedas em declarações à Lusa.
O candidato aponta os diferentes desafios profissionais que acumulou como uma “mais-valia” para a presidência da autarquia.
A vida política de Carlos Moedas começa com o desafio de António Borges para coordenar o setor económico do Gabinete de Estudos do PSD. Essas funções deram-lhe visibilidade e prestígio dentro do partido. Foi eleito deputado por Beja em 2011, ano em que veio a desempenhar funções como secretário de Estado adjunto do então primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e coordenar a estrutura de ligação com a troika (União Europeia, Fundo Monetário Europeu e Banco Central Europeu). Também integrou a equipa que negociou a aprovação do Orçamento do Estado para 2011 juntamente com Eduardo Catroga.
Antes da política, Carlos Moedas tinha um percurso profissional na área financeira e de investimentos. Criou uma empresa de gestão de investimentos quatro anos depois de ter regressado a Portugal. Vinha de Londres, onde trabalhou na área de fusões e investimentos da Goldman Sachs, e participou na criação do Eurohypo Investment Bank, subsidiária do Deutsche Bank. Já tinha terminado o MBA na Universidade de Harvard e, de 1993 a 1998, foi gestor de projeto do Grupo Suez, em França. Referiu em várias entrevistas que o facto de ter feito o último ano do curso de engenharia civil no estrangeiro mudou-lhe a vida ao rasgar horizontes. É em França que conhece a mulher e mãe dos três filhos.
Na página oficial da candidatura, Carlos Moedas apresenta-se como tendo nascido “numa modesta família alentejana, num terra de gente boa e simples”, Beja. Filho de um histórico militante comunista e co-fundador do Diário do Alentejo, Carlos Moedas nunca se reviu no ideário comunista e escolheu livremente o seu rumo. Nos tempos livres, gosta de ler e de correr. Sem conseguir eleger um sítio preferido em Lisboa, gosta "muito de estar ao pé do rio".
Com o mote “Novos Tempos”, o programa dá ênfase às medidas para apoiar as empresas e a reabertura de negócios em todos os sectores de atividade.
A candidatura de Carlos Moedas propõe uma mudança de atitude do executivo camarário, que passa pela escuta e pelo envolvimento dos moradores de Lisboa.
Para colmatar esta lacuna que encontra no atual executivo socialista, Carlos Moedas propõe a criação de uma assembleia de cidadãos, constituída por 49 pessoas representativas “da população lisboeta”, “imparcial e independente dos partidos políticos” que "vão desenhar o que querem para a cidade". "Isso vai ser algo que nunca foi feito em Portugal e que eu acho que será muito importante para o nosso futuro", defende.
Além do aumento da participação cívica, o candidato também defende medidas para aumentar a transparência e de estratégias para prevenir a corrupção, que incluem um registo de interesses e melhorar a comunicação de queixas.
Já a “fábrica de unicórnios” que Carlos Moedas pretende impulsionar tem o objetivo de tornar Lisboa numa “fábrica de empresas", tanto de âmbito local como global. O apoio financeiro direto à “reabertura dos negócios”, aumento da oferta de espaços de co-working (como o Hub do Beato), promover a aprendizagem da programação informática ou concursos de empreendedorismo são algumas das medidas.
A candidatura de Carlos Moedas promete ainda prazos mais curtos para o licenciamento de comércio, a construção ou recuperação de mercados municipais.
O programa contempla ainda a criação de uma “cidade do mar” na Doca de Pedrouços, onde estarão reunidas diferentes empresas em que a área de negócio está relacionada com o mar e os oceanos, incluindo laboratórios de investigação.
Para aprofundar “um estado social local”, Carlos Moedas quer criar um seguro de saúde para pessoas maiores de 65 anos com dificuldades económicas, implementar uma rede de cuidadores, construir quatro centros com lares de idosos e jardins-de-infância no espaço de um ano e aumentar o número de apartamento a disponibilizar para pessoas em situação de sem-abrigo.
Caso seja eleito, o candidato pretende reduzir a taxa de participação no Imposto sobre o Rendimento Singular (IRS) na capital dos atuais 2,5 para 5 por cento e isentar jovens até 35 anos que comprem habitação própria em Lisboa do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT).
Na área da habitação, a candidatura propõe estímulos para os privados reabilitarem os seus imóveis e também para que reconvertam outros tipos imóveis em habitação. Outra vertente da política habitacional do candidato do PSD passa pela recuperação de imóveis públicos e pela construção de “habitação em terrenos municipais”.
Para a área da cultura, a coligação “Novos Tempos” propõe um teatro em cada freguesia de Lisboa e que o Parque Mayer que seja um cruzamento de escolas de teatro com a música e a ciência.
Aos 48 anos, esta é a segunda vez que Fernando Medina se candidata à presidência da Câmara de Lisboa, depois de ter vencido as autárquicas de 2017, embora tendo perdido a maioria absoluta. Era vice-presidente da câmara de Lisboa e tinha a vereação das Finanças há dois anos quando, em 2015, “herda” a presidência de António Costa, que disputou a liderança do PS.
Na altura do convite de António Costa para “número dois”, Fernando Medina era deputado na Assembleia da República, tendo como líder Carlos Zorrinho e António José Seguro como secretário-geral, Representava a posição socialista na comissão de acompanhamento da troika perante o então ministro das Finanças, Vítor Gaspar. Despediu-se sem saudades do Parlamento.
Antes, tinha sido secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional (2005-2009) e secretário de Estado Adjunto, da Indústria e do Desenvolvimento (2009-2011), sempre com José Sócrates como primeiro-ministro. Esta experiência permitiu-lhe recolher lições sobre como lidar com a máquina administrativa, disse numa entrevista ao Expresso. Previamente tinha integrado o gabinete de António Guterres (2000-2002) como assessor para a Educação, Ciência e Tecnologia.
Fernando Medina concluiu a licenciatura em Economia, na Universidade do Porto, em 1998, tendo no mesmo ano começado a trabalhar no Ministério do Trabalho. Mudou-se para Lisboa com 23 anos e, na capital, conclui o mestrado em Sociologia Económica, no Instituto Superior de Economia e Gestão.
A aproximação ao PS aconteceu em 1995, quando António Guterres impulsionou os Estados Gerais para uma Nova Maioria. Fernando Medina já tinha começado a exercitar o gosto pela ação política na Associação de Estudantes da Faculdade de Economia e na liderança da Federação Académica no Porto, mas o debate político não tem segredos para este filho de dois históricos comunistas. Os debates domésticos eram prato do dia na abastada casa de família, na freguesia de Aldoar.
Joga ténis nos tempos livres, mas os diversos afazeres retiraram-lhe o tempo para o piano, que estudou por influência da avó. Natural do Porto, onde viveu até aos 23 anos, Fernando Medina é benfiquista, casado e pai de dois rapazes, de 9 e 7 anos. A família será alargada com uma menina, que deverá nascer em dezembro.
"Nós candidatamo-nos para ganhar as eleições, é esse o meu objetivo (…) Rendas acessíveis, creches gratuitas, passe único. Este é o nosso programa e é o nosso compromisso", sintetizou Fernando Medina, durante a apresentação da candidatura, na Estufa Fria.
Apresentei ontem o programa para #MaisLisboa. Um programa construído com os contributos de muitas pessoas, pensado para responder aos desafios da cidade e de quem trabalha, estuda ou visita Lisboa. Consulte o programa completo em https://t.co/gX97wLr6e6 pic.twitter.com/qESrDwBdj9
— Fernando Medina (@fmedinalisboa) September 1, 2021
Com o mote “Mais Lisboa”, o programa do PS e do Livre assenta em sete eixos: habitação, proteção social, transportes, ambiente, urbanismo, economia e cidadania.
A ênfase tem sido posta na habitação. No atual mandato foram entregues mil em vez das prometidas seis mil casas no âmbito do programa Renda Acessível. Por isso, a candidatura de Fernando Medina insiste em atribuir as restantes cinco mil casas com rendas que não ultrapassam 30 por cento do rendimento líquido das famílias.
Apontado como um problema central da classe média, o Governo tem reservados 2.750 milhões de euros, “uma parte substancial” do Plano de Recuperação e Resiliência, para a criação de habitações condignas, disse o primeiro-ministro, durante a apresentação do programa. Outra parte desta verba será destinada à criação de “condições para haver arrendamento acessível para a classe média e para as novas gerações”.
As propostas para a área da habitação incluem a “atribuição de imóveis municipais para apoiar a criação de cooperativas de habitação sem fins lucrativos””, distribuídos por edifícios de pequenas dimensões, lê-se no programa.
Além da reabilitação dos prédios municipais por toda a cidade, a candidatura propõe construir novos fogos em terrenos municipais, promovidos e executados diretamente pelo Município (476 fogos em Entrecampos, 1500 fogos em Marvila e 460 fogos no Restelo) e operar em parceria com o setor privado em regime de concessão de imóveis municipais (459 fogos em Benfica, 154 no Parque das Nações e 55 no Paço da Rainha).
A redução progressiva dos valores pagos em creches, "para todos os que residam em Lisboa e tenham rendimentos que se situem até ao limiar do Programa Renda Acessível (45.000 euros brutos por casal)", com o objetivo de no final do mandato estas serem gratuitas, é uma das medidas inscritas no plano do candidato do PS.
A candidatura também quer aumentar a cobertura da rede pública de creches com a construção de novas unidades e melhor distribuição da oferta ao nível das freguesias e a requalificação de 25 Escolas Básicas e jardins-de-infância.
No capítulo dos transportes, a candidatura do PS enumera como instrumentos da sua rede de transportes públicos não poluentes: construção de duas linhas de metro ligeiro para as ligações Alcântara-Oeiras e Santa Apolónia-Sacavém e a expansão do Metropolitano de Lisboa (linha vermelha para Alcântara; na linha verde, a ligação de Telheiras a Colégio Militar/Benfica), preparar a construção de um túnel ferroviário entre Algés e Cais do Sodré e reconstruir a 2ª Circular, com um perfil mais urbano e um corredor de transporte público em sítio próprio.
O programa de mobilidade do executivo camarário que se recandidata contempla ainda a aquisição de 350 autocarros novos para a Carris até 2025, de baixas e zero emissões.
Limitar a velocidade de circulação para 30km/h em todas as ruas no interior das freguesias, ampliar a rede de ciclovias e construir 12 parques de estacionamento para residentes com tarifário reduzido (2400 lugares) em zonas de elevada procura são outras propostas da candidatura de Fernando Medina.
Com 42 anos, João Ferreira concorre a eleições pela sexta vez. É a terceira vez consecutiva que se apresenta a votos para a Câmara Municipal de Lisboa com o apoio do Partido Comunista Português (PCP) e do Partido Ecologista Os Verdes.
Foi o candidato da coligação nas últimas presidenciais e participou ainda em duas eleições europeias, tendo sido deputado no Parlamento Europeu desde 2009. Nesta qualidade foi membro das seguintes comissões do Parlamento Europeu: Pescas; Transportes e Turismo; Ambiente, Saúde Pública e Segurança Alimentar; Assuntos Constitucionais; Indústria, Energia e Investigação e Orçamentos. Foi ainda vice-presidente do Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verdes Nórdica (2012-2014).
Durante oito anos, acumulou a vereação na câmara de Lisboa com o trabalho em Bruxelas, tendo sido substituído em julho por João Pimenta Lopes. No último congresso ascendeu à Comissão Politica do Comité Central do PCP, do qual já era membro. É ainda membro da Direção da Organização Regional de Lisboa do PCP e da Direção do Sector Intelectual de Lisboa do PCP.
O biólogo, doutorado em Ecologia, trabalhou durante 10 anos no setor público e privado, em investigação e consultoria, na área do ambiente. Foi técnico superior na Associação Intermunicipal de Água da Região de Setúbal.
Enquanto estudante, foi membro da Assembleia de Freguesia da Ameixoeira (1997-2005), Lisboa, e fundou e presidiu à Associação de Bolseiros de Investigação Científica (2003-2007).
Quando frequentava a Faculdade de Ciências da Universidade de Nova de Lisboa, onde entrou em 1996, pertenceu à direção da associação de estudantes, ao conselho diretivo, à assembleia de representantes e ao conselho pedagógico. Participou nos movimentos de contestação às propinas e pela qualidade de ensino. Chegou ao PCP aos 16 anos, quando se inscreveu na organização jovem do partido.
Sportinguista ferrenho, é casado, pai de dois filhos e bastante reservado sobre as informações da vida familiar que (não) partilha com os jornalistas. Nos tempos livres, gosta de aproveitar a oferta cultural da cidade e frequentar locais onde "haja condições para divertir crianças ao ar livre".
O sobrevoo constante de Lisboa, a baixa altitude, em zonas densamente povoadas, constitui um problema grave - para a segurança, para a saúde, para o ambiente. São cada vez menos os que, como o PS e Medina, insistem em não o perceber, prolongando (por décadas) esta aberração. #CDU pic.twitter.com/uJlHzQ7b2B
— João Ferreira (@joao_ferreira33) September 3, 2021
"Por uma Lisboa com vida, pelo direito à cidade”, a candidatura de João Ferreira está orientada para “devolver a cidade aos cidadãos”, lê-se no programa organizado em 18 temas.
João Ferreira está determinado em mudar a forma como o município atua na urbanização, reabilitação urbana e habitação e o reforço da capacidade de intervenção na implementação das políticas municipais.
"À voragem da especulação imobiliária, com um urbanismo que é expressão dos interesses do promotor imobiliário, a CDU contrapõe novas formas de construção de cidade, de acesso universal e equitativas (à habitação)", declarou João Ferreira, aquando da apresentação do programa eleitoral.
No modelo habitacional da CDU as três formas de regime de propriedade (privado, público e cooperativo e social) coexistem mas “precisamos de fazer prevalecer sobre interesses particulares o interesse coletivo mais geral.Isto implica um combate decidido a fenómenos como a especulação imobiliária", diz João Ferreira.
A CDU propõe o aproveitamento e a reabilitação do património imobiliário municipal disperso para que seja, mais tarde, colocado numa bolsa de habitação a preços acessíveis. Propõe ainda apoios às cooperativas de habitaçãoe um programa para fomentar a qualidade do parque habitacional para os bairros municipais da cidade. A revisão do Plano Diretor Municipal é outra das propostas e visa pôr termo às "negociatas que o atual tem permitido" além de permitir "outro modelo de desenvolvimento e ordenamento urbano, com dimensão social e ambiental".
A melhoria da mobilidade e os transportes públicos são uma “área-chave” do programa eleitoral da CDU para Lisboa. João Ferreira defende que há que aproveitar a redução dos passes sociais e "ir mais longe": por um lado, reduzindo o custo do transporte público no sentido da gratuitidade; por outro, revertendo "uma degradação que aconteceu durante vários anos". Por isso, propõe aumentar a oferta dos autocarros da Carris, com alargamento de percursos, e estudar a criação de um serviço gratuito de transporte escolar até aos 12 anos.
Quanto ao metro: prolongar a linha vermelha de São Sebastião para Campolide, Amoreiras, Campo de Ourique e Alcântara; ligar a linha verde à azul (a partir de Telheiras); prolongar a linha amarela para zonas de “forte densidade populacional”, como Alta de Lisboa ou Sapadores /Graça, além de estudar a expansão a Belém e Ajuda.
Na área do ambiente, João Ferreira pretende enfrentar "a aberração anacrónica" que é ter um "aeroporto que cresce dentro da cidade". A proposta da CDU: substituir e desativar, por fases mas definitivamente, o aeroporto da Portela e construir de um novo em Alcochete.
Até ao aeroporto ser desativado, a CDU vai exigir ao Governo o fim das autorizações para o sobrevoo da cidade para o período entre as 24h00 e as 6h00. Defende ainda a criação de corredores verdes, a preservação de Monsanto e a instalação de painéis solares nos edifícios municipais.
Reconhecendo que o turismo terá um papel no desenvolvimento da cidade, a CDU quer promover o desenvolvimento de espaços de acolhimento de micro, pequenas e médias empresas, integradas na estrutura urbana e na vida das freguesias de Lisboa.
Aos 49 anos, esta é a sétima vez que João Patrocínio se apresenta a uma corrida eleitoral, sempre nas listas do Ergue-te! e da anterior designação desta força política, o Partido Nacional Renovador (PNR).
João Patrocínio já liderou as listas para as eleições europeias de 2019 e para as eleições legislativas de 2011, 2015 e de 2019. Foi candidato à Câmara de Almada em 2017 e já tinha sido cabeça-de-lista por Lisboa nas autárquicas de 2013. Agora, é novamente candidato a Lisboa para "marcar uma posição", independentemente dos resultados e "fazer algo diferente para Lisboa".
A vida profissional - na área financeira e de recursos humanos - levou João Patrocínio a residir em diferentes países: Angola, Holanda e Irlanda.
João Patrocínio filiou-se no PNR “assim que regressou a Portugal, no início de 2009, partido que já acompanhava e com o qual se identificava”. Em outubro de 2013, torna-se secretário-geral do partido nacionalista de extrema-direita, fundado em 2000, e desde 2005 presidido por José Pinto Coelho.
Com “espírito empreendedor e interventivo”, conforme se retrata à agência Lusa, João Patrocínio é membro de várias associações de âmbito educacional e social. Sempre foi "muito espírito crítico em relação à sociedade" e ao poder político, apesar de nunca ter integrado nenhuma juventude partidária.
João Patrocínio sublinha que “não está agarrado a 'lobbies' nem a grupos de pressão".
"Estamos ligados a um único pensamento, que é o bem de Portugal e dos portugueses, e neste caso concreto queremos o melhor para Lisboa e para os lisboetas. Queremos que os lisboetas se sintam realmente na nossa cidade", afirma.
Consultor de seguros e empresário, João Patrocínio começou a trabalhar aos 16 anos na empresa da família. É casado e pai de três filhos. Nasceu em Lisboa, onde continua a “fazer vida”, mas vive na Costa da Caparica.
Nos tempos livres, gosta de estar com a família e de desfrutar do sol da cidade. O seu local de eleição em Lisboa é o Jardim do Adamastor, um sítio que frequentou muito na infância.
— Partido Ergue-te (@_ERGUE_TE) September 7, 2021
Como candidato anti-sistema, João Patrocínio elegeu para temas-chave desta campanha aa exigência de mais ética na gestão pública, a travagem das “agendas totalitárias da moda” como as ciclovias, e “o firme propósito de devolver a identidade a Lisboa e devolver a cidade aos lisboetas, combatendo o multiculturalismo e a substituição populacional.
O candidato do Ergue-te! é crítico da governação socialista, que liderou o executivo camarário em 26 dos últimos 31 anos. Para João Patrocínio, é urgente mudar a forma de fazer política.
As prioridades para Lisboa neste momento são tantas, mas a principal é libertar Lisboa deste jugo socialista, desta mão que está sobre Lisboa, destas nuvens negras que neste momento estão em Lisboa e que não deixam a cidade evoluir. Não deixam que os lisboetas possam viver na sua cidade, tiveram de ir para fora", critica o candidato do Ergue-te!.
João Patrocínio pretende fazer alterações ao nível da habitação, em matéria de impostos. Um dos impostos a alterar seria o Imposto Municipal sobre Imóveis, "um dos impostos mais ingratos que há".
"A ditadura do ambiente" que, segundo João Patrocínio, está a ser imposta em Lisboa, tem como consequência a transformação de "tudo em ciclovias só para inglês ver" é outro tema recorrente na campanha do candidato nacionalista.
"Se há sítios que Lisboa tem que são cicláveis, pode-se fazer e é de apoiar, (há casos em que) está bem feito. Há outros sítios em que é pura e simplesmente ridículo, não vem ajudar nada o trânsito e é simplesmente uma ditadura de dizer 'nós é que sabemos'. Mas eles não andam de bicicleta", nota o candidato.
O partido alerta ainda para o facto de 21 por cento da população residente em Lisboa ser estrangeira. Uma consequência daquilo a João Patrocínio chama de “políticas imigracionistas” é a subida do valor médio de compra e venda de imóveis em Lisboa, que “atinge quase meio milhão de euros, decretando, desse modo, a expulsão dos lisboetas da sua cidade, enquanto se promove uma autêntica substituição populacional”, nota o Ergue-te!, que se apresenta como a única alternativa para “reverter a situação”.
O partido nacionalista também se pronunciou contra o acolhimento de "refugiados, contra a construção de mesquitas e contra a invasão islâmica”.
O Ergue-te! entende estar em curso uma “campanha para receber ‘refugiados’ em Lisboa”, apoiada tanto pelos partidos de esquerda como pelos de direita. Por isso, apela aos eleitores que se façam ouvir nas juntas de freguesia, na assembleia municipal e na câmara de Lisboa.
Considerando que o acolhimento de refugiados é “um negócio”, o partido pede prioridade “para os sem-abrigo, para os portugueses que estão a ser expulsos das suas casas devido à pressão imobiliária aos vistos Gold, às negociatas do sistema”.
A segurança é outro dos temas caros a João Patrocínio e ao Ergue-te!. O candidato aponta responsabilidades acrescidas a uma “câmara dirigida por um partido que também está no governo”.
O partido, que pugna pelo direito ao uso e porte de arma para defesa pessoal, acusa: “O governo e o sistema são culpados pelo crescer da violência e da insegurança e muitas das nossas cidades, pelas leis brandas no que toca à criminalidade, pela proteção e dada aos ‘jovens’”. João Patrocínio não tem dúvidas que, “neste particular, a Câmara de Lisboa também tem quota-parte nas culpas”.
Aos 70 anos, Manuela Gonzaga entende a sua candidatura autárquica pelo PAN como “uma obrigação cívica”. “Acabei por aceitar este desafio, porque acho que, quando combatemos pelas causas, temos também de dar o corpo às balas", justificou Manuela Gonzaga, em declarações à agência Lusa.
Manuela Gonzaga é historiadora e escritora e foi jornalista durante três décadas. Foi eleita, pela segunda vez, para a Comissão Política Nacional do Pessoas – Animais – Natureza (PAN), depois de já ter pertencido a esta estrutura entre 2013 a 2016.
No ano a seguir à sua filiação no PAN, em 2012, Manuela Gonzaga foi candidata a vice-presidente da Câmara de Lisboa. Depois, anunciou a pré-candidatura às eleições presidenciais de 2016, mas desistiu por não ter validado a tempo as 7.500 assinaturas necessárias.
A eleição de pelo menos um vereador é o objetivo do partido para estas eleições, tendo a direção já admitido um eventual acordo pós-eleitoral tanto com Fernando Medina (PS), como com Carlos Moedas (PSD), desde que o programa inclua medidas essenciais para o partido. O atual membro eleito na Assembleia de Freguesia de Arroios, António Morgado Valente, é o cabeça de lista para a Assembleia Municipal de Lisboa.
Manuela Gonzaga nasceu no Porto, onde viveu até aos 12 anos, quando foi para Moçambique e, mais tarde, Angola. Em 1974, regressou de Africa para Lisboa, com dois filhos, onde vive desde então. Na capital, nasceram mais dois filhos e concluiu o grau de mestre em História da Expansão Portuguesa. Está a prosseguir o doutoramento em História Contemporânea na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Para a escritora, "os tempos livres são sempre vividos em liberdade" e a fazer o que mais gosta: escrever e investigar. Gosta de caminhar. Os seus locais de eleição são os jardins do Príncipe Real e de São Pedro de Alcântara, o Campus da Cidade Universitária, a Biblioteca Nacional e a Torre do Tombo, espaços onde se sente "muito em casa".
Tendo como mote “Lisboa nas tuas mãos”, Manuela Gonzaga elege o principal desafio: “ mudar a forma de fazer política em Lisboa”.
“Temos um problema de habitação crónico que não é dos últimos quatro ou oito anos. É um problema que se arrasta há muito tempo”, considerou durante o debate na Antena1, que reuniu todos os candidatos. A solução passa por vários intervenientes, incluindo as autarquias, mas também o Estado com o seu património abandonado””, que deverá ser restaurado, propõe Manuela Gonzaga. No entanto, pede que seja criado, com a maior brevidade, um gabinete de crise, de aconselhamento jurídico para estudar todos os casos de famílias com ordem de despejo.
Dando prioridade ao “direito à habitação”, o PAN propõe que se faça “de imediato um levantamento do património da autarquia que foi deixado ao abandono e que deve ser requalificado para ser transformado em casas que as pessoas possam verdadeiramente pagar", disse Manuela Gonzaga quando apresentou o seu programa eleitoral.
"Novas soluções de habitação, como as cooperativas" e a aplicação das verbas da taxa turística num programa de arrendamento jovem e estudantil são outras ideias que o PAN tentará implementar. Ainda em relação ao turismo, o PAN propõe a realização de um "estudo de carga turística" e pede a criação de quotas para hotéis.
Manuela Gonzaga defende que os proprietários de alojamento local "possam suspender as licenças” para “poderem colocar as habitações no arrendamento de média/longa duração”.
"Para agir de forma preventiva e ir à raiz dos problemas", a candidata avança com a ideia de uma Estratégia Municipal de Combate à Pobreza, que deve passar pelo combate a todas as formas de discriminação em Lisboa.
No capítulo da mobilidade, o grande objetivo é garantir que Lisboa é uma cidade neutra em carbono até 2030, que passa por “mais e melhores transportes públicos” e "passes gratuitos para estudantes e para pessoas idosas e reformadas".
Na política animal e ambiental, Manuela Gonzaga exige o im das touradas no Campo Pequeno, defende a importância de um hospital veterinário municipal e um banco alimentar para animais, alerta para o abate indiscriminado e a poda abusiva de árvores e pede que se ponha termo ao abate de pombos.
A candidatura do PAN apela à proteção dos valores naturais de Lisboa, que tem no rio Tejo e na floresta de Monsanto "duas grandes joias” e, no caso do parque florestal, sugere a criação de um novo corredor ecológico sobre a autoestrada A5.
"O programa do PAN é o único programa verdadeiramente ambientalista, animalista, que apresenta uma visão ecocêntrica da cidade. O PAN é o único partido que quer preparar Lisboa para os grandes desafios dos nossos tempos - a grave crise socioeconómica, a crise climática e os atropelos e retrocessos nos direitos humanos"disse Manuela Gonzaga, na sede do partido Pessoas-Animais-Natureza.
É um estreante na vida política, apesar dos mais de 20 anos de carreira em televisão, na apresentação de programas de entretenimento. Nuno Graciano enveredou pela vida empresarial há cinco anos, com uma marca de queijo regional.
Em março, na altura da apresentação da candidatura, os dirigentes do Chega descreveram o candidato à câmara de Lisboa "como um lutador e um homem de convicções, sem qualquer vestígio de politicamente correto, representando, desta forma, aquele que é o espírito do partido".
“Para mim, os filhos que maltratam os pais, no mínimo, prisão perpétua. Os pais que sodomizam os filhos, no mínimo, pena de morte. Sou radical nestas situações”, declarava Nuno Graciano ao Diário de Notícias em 2018.
O partido de direita radical, fundado em abril de 2019, já apresentou iniciativas legislativas para reintroduzir a pena de prisão perpétua para certos crimes considerados mais graves. O Chega também quer a punição acessória de castração química para condenados por pedofilia e violadores reincidentes.
"A política autárquica é uma política de proximidade, é uma política onde nós podemos de facto conhecer, onde eu quero conhecer e vou conhecer a dona Joaquina, o tio Manuel, o jovem Jorge. Quero conhecer toda a gente. Vou calcorrear a cidade toda", prometia em março Nuno Graciano.
Com esta primeira participação em eleições, o objetivo da candidatura é “eleger vereação. Dois (vereadores) era bom", declarou Nuno Graciano quando apresentou o seu programa eleitoral.
Nuno Graciano tem 52 anos, é licenciado em Ciências do Desenvolvimento e Cooperação, natural de Lisboa e mora em Cascais.
Sob o lema “Devolver Lisboa aos lisboetas”, o candidato notou que “Lisboa tem vários problemas muito graves. Há um abanão de que, de facto, esta cidade necessita" e sublinha que o Chega não vai “mais aceitar ou consentir que possam continuar a desvirtuar a cidade".
Para alcançar esta missão, o candidato do Chega enumera os pontos-chave do programa eleitoral: preservar o património arquitetónico tradicional, lutar contra a corrupção, incrementar os programas de arrendamento para a classe média e creches a preços acessíveis.
"Sabemos que o turismo é importante para a economia da cidade e do país. Não o renegamos. Mas quem escolhe Lisboa para lazer ou para viver espera autenticidade e compreenderá que a cidade, apesar de ter criado condições de conforto para os seus visitantes, é dos e para os lisboetas", disse quando apresentou as suas propostas para a cidade.
"Temos de defender e preservar, invertendo um ciclo de quase 40 anos de atropelos ao património, desrespeito pela arquitetura, venda de imóveis públicos ao desbarato e perda de centenas de milhares de habitantes", referiu.
Nuno Graciano defendeu igualmente, "a importância de preservar conjuntos históricos", evitando "monos" como a projetada Mesquita do Martim Moniz, "onde a Câmara pretende gastar três milhões de euros dos contribuintes".
No que respeita à segurança, o candidato realçou que é necessário aumentar o policiamento de rua, através da contratação de mais polícias municipais e reativação da presença do guarda-noturno em Lisboa, bem como acabar "definitivamente com a prostituição no Alto do Parque Eduardo VII".
Na área da mobilidade, Nuno Graciano considera necessário "repensar toda a rede de ciclovias", propor legislação para velocípedes e aumentar o estacionamento para os moradores.
Uma das propostas avançadas para o setor da cultura implica "transferir a Fundação Saramago para outro espaço municipal e recuperar a Casa dos Bicos para aí instalar o Museu dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa".
Líder da “única alternativa totalmente independente de máquinas partidárias”. É assim que se apresenta Ossanda Liber, de 43 anos, com nacionalidade angolana e francesa, e a viver em Lisboa há quase 20 anos.
Por altura da apresentação da candidatura, no Jardim da Estrela, Ossanda Liber afirmou que se candidata “como lisboeta” e que esta condição “não depende do berço”, mas antes do “amor e da consideração” pela cidade que escolheu para viver com a família.
A inclusão é o princípio basilar do movimento “Somos todos Lisboa”.
“Se todos nós dermos um minuto das nossas vidas quotidianas à prática dos valores da inclusão, da igualdade e da não discriminação em todos os setores da sociedade, estou completamente convicta que Lisboa será um espaço urbano de abraço à vida e à prática efetiva dos direitos humanos na sua essência mais ampla”, escreve Ossanda Liber, na página oficial da candidatura.
Começou a licenciatura em Direito, mas não a concluiu, porque não correspondia às suas expectativas profissionais. Enveredou pela área dos negócios, “trabalhou no ramo imobiliário e o seu interesse pelas questões nacionais e internacionais conduziu-a à análise política”, referiu, em comunicado, quando anunciou a candidatura. Tem quase cinco mil seguidores na rede social Instagram, onde apresenta um programa de entrevistas politicas.
“Somos todos Lisboa é uma forma de retribuir a Lisboa aquilo que a cidade me deu. Por uma Lisboa mais inclusiva e igual para todos”, referia Ossanda Liber quando anunciou a candidatura, um projeto que começou a delinear há cerca de um ano.
No entanto, como queria "fazer diferente” e mais dirigido para a sociedade, Ossanda Liber elegeu temas que "ainda não eram abordados pelos vários candidatos" e partidos, mas que "mereciam atenção".
A candidatura à Câmara Municipal de Lisboa é a primeira incursão de Ossanda Liber na vida política. Contudo, defende estar preparada para o desafio por causa das suas qualidades e de um percurso de vida muito particular.
Ossanda Liber diz que o facto de ter vivido em Luanda, Paris e Lisboa, três cidades "totalmente diferentes uma das outras", a ajuda a perceber "o que é que funciona e não funciona numa cidade", bem como "quais são as carências de uma cidade".
"Eu tenho quatro filhos, como tal eu sei o que é que significam as dificuldades para colocar os miúdos na escola, para colocar os miúdos na creche, sei o que significam as deslocações, sei o que significa viver a cidade. Portanto, eu julgo estar em condições para liderar este projeto e levá-lo a bom termo", acrescenta.
Quanto às metas eleitorais, Ossanda Liber considera que o objetivo é "ter um resultado suficiente para efetivamente tornar realidade" as propostas que tem para a cidade.
Nos tempos livres, Ossanda prefere andar a pé pela cidade, "porque é sempre uma descoberta". O Jardim de Gulbenkian é um dos seus locais favoritos de Lisboa. "É o meu centro de terapia, vamos dizer. É um parque fabuloso", afirma.
Organizado em três pilares - inclusão, igualdade e "o amor a Lisboa" – o programa o movimento “Somos todos por Lisboa” quer acabar com as assimetrias que existem na cidade e também apresenta medidas para melhorar a acessibilidade de Lisboa.
No pilar “inclusão”, o movimento cívico propõe “o acesso equitativo e gratuito a apoio psicológico, seja através de postos de atendimento móveis, seja através do reforço de psicólogos nas 24 freguesias existentes”.
Disponibilizar casas de banho públicas pela cidade para deficientes motores e aumentar a rede de sinais sonoros nas estradas para invisuais são duas das medidas que querem colmatar as falhas de Lisboa no que respeita à acessibilidade.
Incentivar mais jardins-de-infância e escolas públicas a acolherem crianças e jovens com necessidades educativas especiais e/ou com deficiências motoras e criar programa de reintegração de sem-abrigo e antigos presos, são outras propostas no capítulo da inclusão.
Já no pilar “igualdade”, o movimento “Somos todos Lisboa” propõe “descentralizar a habitação e criar polos de rendas comportáveis”, bem como “oferecer condições atrativas de investimento privado nos bairros recentemente criados que beneficiem moradores e futuros compradores”.
Corrigir “as assimetrias na gestão dos bairros de Lisboa” é uma das preocupações dos membros do movimento.
A candidatura defende também a atribuição de um cheque-cultura aos jovens de 18 anos, para aquisição de livros, bilhetes para teatro e museus.
No pilar “Amor a Lisboa”, o programa refere a reestruturação da EMEL, a melhoria da rede de transportes públicos e a retificação de “algumas ciclovias”.
Em suma: “Vamos reestruturar a EMEL [Empresa de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa], os lisboetas precisam de mais estacionamento e menos multas. Vamos tornar a cidade mais limpa. Os sem-abrigo serão apoiados. Vamos reorganizar as ciclovias e os emigrantes serão recebidos com dignidade e segurança para todos”, pode ler-se no programa.
Sobre a imigração, que "tem sido um tema recorrente, mas sobre o qual não se têm encontrado grandes soluções", Ossanda Liber defende que a proposta do movimento - criar um gabinete exclusivamente dedicado ao apoio à imigração (e uma plataforma electrónica de informação ao imigrante) - vai melhorar o acolhimento dos imigrantes em Portugal.
Entre as principais reivindicações do movimento está precisamente o apoio, a formação e a integração dos imigrantes que reúnam as condições legais de acolhimento no concelho, “terminando assim com o défice de informação relativa aos direitos e deveres dos mesmos, ao mesmo tempo que se promove um processo migratório seguro e proveitoso para Portugal”. A candidata considera que a inclusão não se refere apenas a imigrantes.
“Eu quero uma Lisboa mais inclusiva e inclusão parece um termo bastante genérico e é. Não só de inclusão de imigrantes. É o que parece quando as pessoas olham para mim, mas não. Quando cheguei à rua, as pessoas sentiram-se muito atraídas pelo tema, porque há muita gente que se sente excluída da política e, por isso, não votam”, explicou Ossanda Liber.
A líder do movimento “Somos todos por Lisboa” defende que é tempo de entrar, “de uma vez por todas, numa política pragmática e que cumpre com as suas promessas” e deixar para trás as clivagens ideológicas.
Aos 44 anos, este não é o primeiro combate eleitoral de Sofia Afonso Ferreira, que foi eleita vice-presidente do Nós, Cidadãos!, em novembro de 2020, no congresso em Portalegre. Em declarações à Lusa, a antiga militante do PSD sublinhou que não tem "medo de denunciar tantos negócios obscuros". A denúncia de contratos “e projetos que não fazem qualquer tipo de sentido" vai dominar o registo da campanha do Nós, Cidadãos!
Sofia Afonso Ferreira tem como objetivo "o melhor resultado possível", mas, "mais do que almejar votos", ambiciona "ser a candidatura que coloca uma série de assuntos realmente vitais a debate".
A atual candidata autárquica já participou nas eleições legislativas em 2019, como independente, na lista no Partido Popular Monárquico. No ano anterior, fundou o movimento liberal de direita Democracia 21, que tem “reunidas as (7.500) assinaturas necessárias para o Tribunal Constitucional”.
Enquanto representante do Democracia21, integra a coligação “Basta” para as últimas eleições europeias, numa lista liderada por André Ventura, presidente do Chega, mas que não elegeu qualquer eurodeputado.
Sofia Afonso Ferreira, que vive em Lisboa, de onde é natural, é consultora de comunicação e colunista regular em diferentes publicações.
Nos tempos livres, gosta de fazer caminhadas. Costuma fazer os caminhos de Santiago e perde-se por livros e viagens. O seu sítio favorito da cidade é o bairro de Santa Maria Maior.
Sob o lema “Recuperar Lisboa”, a candidatura de Sofia Afonso Ferreira quer lutar contra a corrupção e o despesismo na autarquia de nove mil funcionários e quatro empresas municipais.
“Ao longo do último ano, algo destacou-se por atingir todas as áreas em défice na capital, da habitação à mobilidade e sustentabilidade – a corrupção e o despesismo. Uma capital com uma câmara que gere um orçamento de 1,15 mil milhões de euros, não pode estar refém de projectos, acordos e contratos viciados”, escreve Sofia Afonso Ferreira.
Como consequência, propõe a criação do Portal da Transparência, com a missão de divulgar os contratos celebrados, apoios financeiros concedidos e entidades beneficiadas.
O programa do Nós, Cidadãos! tem ainda como propostas para a habitação, transportes, ambiente e cultura.
A candidata considera ainda ter chegado o momento para analisar a legislação e definir quotas do número de fogos que podem ser canalizados para o turismo ou para a habitação.
Ainda na área da habitação, a candidata dá prioridade aos bairros sociais e pede o “levamento do estado dos cerca de dois mil fogos de património da Câmara Municipal de Lisboa, privilegiando a reabilitação”, conforme escreve no Facebook. Outra das propostas para esta área passa pela criação de uma plataforma de fogos de arrendamento a preços acessíveis.
O Nós, Cidadãos! defende "uma maior fatia do orçamento da Câmara para uma melhor rede de transportes na cidade". Sofia Afonso Ferreira justifica os transportes “apinhados” durante a pandemia de Covid-19 com “um desinvestimento total na rede de transportes da cidade e tem de ser colmatado o quanto antes".
O partido apoia a O partido apoia a expansão da rede de Metropolitano de Lisboa, através da linha vermelha até às zonas de Algés e da linha amarela até Odivelas a Loures. Já a “construção da Linha Circular, projectada para ligar com duas novas estações as já existentes estações do Rato e Caís do Sodré, deve ser travada. Com um custo de 210,2 milhões de euros, vai tornar todas as outras periféricas e não vai melhorar as acessibilidades das populações, escreve Sofia Afonso Ferreira.
Na área do ambiente, a candidata defende a revisão do modelo de funcionamento do Terminal de Cruzeiros de Lisboa"em prol da qualidade do ar". Na perspetiva da candidata, esta é uma prioridade “muito mais importante do que a propaganda" a que se assistiu na Lisboa Capital Verde Europeia 2020.
A candidatura do Nós, Cidadãos!” quer que o Parque Mayer seja exclusivamente afeto ao “sector, enquanto polo cultural, e rejeitamos outras opções que envolvam áreas distintas. Para tal, consideramos urgente uma revisão do Plano de Pormenor do Parque Mayer e o (re)lançamento do concurso público internacional para a reabilitação e exploração do espaço prometido pela CML em 2020”, escreve Sofia Afonso Ferreira.
O presidente do mais recente partido português - Volt Portugal - considera que " tinha o dever de "dar a cara" pela cidade onde nasceu nas primeiras eleições do partido.
"Candidato-me a presidente da Câmara de Lisboa porque esta cidade é uma das minhas grandes paixões. Desde há muito que me preocupo com a falta de qualidade do seu espaço público e como o problema da habitação tem tido poucas ou nenhumas soluções. Mas também porque sinto que as cidades europeias do século XXI devem mudar rapidamente de paradigma e passar de cidades que vivem em função do automóvel para cidades que vivem em função das pessoas”, escreve Tiago Matos Gomes na página do partido.
Quanto aos objetivos para estas autárquicas: dar visibilidade ao primeiro partido pan-europeu e ao seu projeto político. “Qualquer voto conquistado é um voto ganho", diz Tiago Matos Gomes, mas confessa que gostaria muito que Miguel Macedo, o candidato à Assembleia Municipal de Lisboa, fosse eleito.
Sem ser de esquerda ou de direita, uma dicotomia que consideram esgotada, o Volt apresenta-se como um partido progressista, cujas decisões são tomadas com base no pragmatismo em vez da ideologia.
O Volt Portugal defende o federalismo europeu, a criação de um Parlamento Europeu “com iniciativa legislativa” e de um Senado europeu, bem como o estabelecimento de “um governo europeu eleito e um Presidente europeu eleito por sufrágio universal” e ainda Forças Armadas europeias, refere. Nas últimas eleições europeias, o Volt Alemanha elegeu Damian Boeselager para o Parlamento Europeu. Integra o grupo dos Verdes/ Aliança Livre Europeia.
Como imaginas a tua vida numa Lisboa de Futuro?
— Volt Distrital Lisboa (@VoltDistLisboa) September 4, 2021
2.ª feira dizemos-te o que o Volt pretende fazer para que isso aconteça.
Porque queremos hoje, uma Lisboa de Futuro!#VoltPortugal #VoltLisboa #LisboaDeFuturo #Autarquicas #Autarquicas2021 #Lisboa pic.twitter.com/3IrY3sNxZz
Aos 46 anos, Tiago Matos Gomes é, desta forma, um estreante em eleições autárquicas, apesar de ter integrado movimentos federalistas antes de fundar o Volt Portugal.
A sua experiência política conta uma passagem pela Juventude Socialista, ainda durante o curso de Ciências da Comunicação da Universidade Nova de Lisboa (1994-1999). Acabou por desfiliar-se em 2002. Estava descontente com a forma como o PS funcionava e também considerava incompatível fazer parte de um partido e cobrir a Câmara de Lisboa enquanto jornalista. Foi jornalista no Diário de Notícias durante quase 20 anos, desde o final do curso e até 2019.
Nascido no coração de Lisboa, no Chiado, a 25 de abril de 1975, numa família de militares, Tiago Matos Gomes viveu em diversos pontos do país durante a infância e em Bruxelas durante três anos.
Nos tempos livres, Tiago Matos Gomes gosta "muito de andar a pé em Lisboa", de ir ao teatro e de aproveitar uma série de atividades culturais que a cidade proporciona. "Andando a pé percebe-se perfeitamente os problemas da gestão do espaço público que existem”, refere. O Jardim da Estrela é um dos locais preferidos, mas também gosta de passear pelo Chiado, Bairro Alto e Bica.
O programa do Volt tem como mote “Lisboa de futuro”, assenta em sete áreas de intervenção, com incidência para as propostas relativas à mobilidade, sustentabilidade e medidas sociais.
"Lisboa tem um grande problema de gestão do espaço público. (...) Não se consegue andar num passeio em Lisboa sem encontrar um obstáculo qualquer. Isto parece uma questão menor, mas não é", afirma Tiago Matos Gomes à agência Lusa.
Por isso, o Volt quer garantir passeios acessíveis, com a largura mínima de 1,5 metros, e sem obstáculos que condicionam a passagem dos peões, como sinais de trânsito, paragens de autocarros ou caixas técnicas, que devem ser restringidos ou relocalizados.
Para Tiago Matos Gomes, o executivo municipal não pode continuar a permitir grandes cartazes publicitários "no meio de passeios" e o estacionamento de carros em cima de passadeiras e de passeios também deve ser "severamente punido".
O limite de velocidade máxima de 30 km/hora deve ser a regra para reduzir os acidentes, refere o partido, que defende “alterações profundas na ciclovia da radial de Benfica” e a criação de uma ciclovia para ligar Lisboa ao concelho de Loures, com ponte ciclável sobre o rio Trancão.
No que respeita aos transportes públicos, o Volt apoia a expansão do Metro de Lisboa “para a zona ocidental da cidade, ligando-a a Algés” e dar prioridade “à ligação prevista entre o Campo Grande e a estação do Aeroporto”. “Apoiamos a ideia de circularidade na rede, mas não nos moldes da proposta atual que deixa em segundo plano os utilizadores das estações de Lisboa Norte e Odivelas (…). A atual expansão Rato/Santos/Cais do Sodré em paralelo com a expansão da linha Amarela à zona ocidental da cidade (Infante Santo e Alcântara), fazendo chegar o metro onde ele é escasso”, lê-se no programa autárquico.
A construção de um aeroporto internacional em Alcochete que deverá ser “o único aeroporto da região de Lisboa” e contar com ligação através de uma nova travessia ferroviária no Tejo via Barreiro é outra das ideias no capítulo da mobilidade.
“Depois do encerramento do atual aeroporto, os terrenos devem dar lugar a um parque florestal, um novo pulmão da cidade a par de Monsanto”, refere o partido, que propõe um “sistema de corredores verdes, através de ruas ajardinadas e arborizadas, sem pressão de estacionamento, que interligue os jardins e parques da cidade”. Esta medida deve contribuir para a neutralidade em carbono até 2040.
No capítulo da habitação, o Volt propõe a “criação de Cooperativas de Habitação para Arrendamento Acessível” através do modelo cooperativo e a reabilitação dos bairros camarários,com a preocupação de melhorar a eficiência energética e térmica dos edifícios. “Se o custo de reabilitação da habitação camarária não for viável deve optar-se pela reconfiguração ou reconstrução do bairro, como o bom exemplo do novo Bairro da Cruz Vermelha”, nota o partido.
Outras propostas passam por criar uma rede de creches de bairro; criar mais centros de saúde e recuperar os já existentes e criar equipas móveis de acompanhamento às habitações dos utentes de saúde mental,medida que pode contribuir para reduzir internamentos e autonomizar os utentes.
Com uma população de 544.851 pessoas (-1,4 por cento em relação a 2011), o salário médio mensal é atualmente de 1.669 euros. O setor com mais trabalhadores é o dos serviços, que emprega 24,6 por cento da população. A taxa de desemprego é de 7,2 por cento. 21 cento da população residente é estrangeira.
Notas metodológicas: A RTP reuniu os dados de cada concelho no que diz respeito à população, rendimento médio mensal, setores dominantes na economia e taxa de desemprego. Para além dos concelhos capitais de distrito, damos destaque a outros quatro concelhos por decisão editorial. São eles: Almada, Amadora, Figueira da Foz e Odemira.
Nos casos de Odemira, Faro e Lisboa, por terem um número elevado de estrangeiros residentes, incluímos também a percentagem de cidadãos estrangeiros no total da população.
A nível da população, conta o número absoluto de pessoas apurado no Censos 2021 e a variação percentual em relação ao Censos anterior (2011). Já o número de eleitores diz respeito a junho de 2021, conforme consta em Diário da República n.º116/2021, Série de 2021-06-17.
Quanto ao rendimento médio mensal, contabiliza-se o valor em euros do rendimento dos trabalhadores por conta de outrem em 2019. Para efeitos de comparação, a média nacional era de 1.206€, mas apenas seis concelhos analisados igualam ou estão acima desse valor.
Em relação ao setor com mais trabalhadores, é apresentado nesta infografia o que obteve a percentagem mais elevada de respostas por concelho, ou seja, aquele que em cada concelho emprega mais pessoas. Os dados são relativos a 2019, mas refletem a tendência dos últimos anos.
Contamos ainda com os dados do desemprego, com a percentagem de desempregados inscritos no IEFP em 2020. Para comparação, a percentagem nacional foi de 5,8 por cento.
Por fim, lembramos também os resultados de há quatro anos, nas Eleições Autárquicas de 1 de outubro de 2017.
Fontes: INE, PORDATA, IEFP, Secretaria-Geral da Administração Interna